Com péssimas condições de trabalho, aumento do preço dos alimentos e da vida em geral, aproximadamente mil garis realizaram uma manifestação nesta quarta-feira (20). Os trabalhadores defendem reajuste salarial e mais equipamentos de proteção individual.
Igor Barradas | Redação Rio
TRABALHADOR UNIDO – Nesta quarta-feira (20), cerca de mil trabalhadores da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (COMLURB) organizaram uma manifestação em defesa de seus direitos, no Rio de Janeiro.
O protesto iniciou na Central do Brasil por volta das 14 horas. Depois, os garis foram até a Prefeitura do Rio de Janeiro, na Cidade Nova, com o intuito de entregar um protocolo reivindicando suas pautas.
Apesar do aumento do preço dos alimentos, da conta de luz, do aluguel e da gasolina, os trabalhadores em limpeza urbana estão há três anos sem reajuste salarial. O ato requisitou retomada da negociação com a prefeitura do acordo coletivo de trabalho.
Segundo Valdemir Odílio, militante da Unidade Popular e trabalhador da limpeza urbana, “temos que acreditar na luta, semana que vem, dia 28/10, a comissão vai chamar novo protesto, às 14h, na Central, e com certeza será maior. Os garis têm que construir uma grande greve nacional para mostrar para os banqueiros e essa elite que o povo está acordando”.
Garis denunciam serviço de plano de saúde oferecido pela Prefeitura
O plano de saúde “Klini”, ofertado pela Prefeitura, foi denunciado entre os garis enquanto de péssima qualidade. O atendimento da empresa é extremamente demorado, e os trabalhadores não conseguem marcar consultas.
Os donos da empresa financiaram ativamente a campanha eleitoral do atual Prefeito Eduardo Paes (PSD). Esta empresa é a cara da terceirização, ofereceu à prefeitura um serviço que não pode dar conta.
O resultado foi a brusca interrupção de serviços aos trabalhadores como quimioterapia, fisioterapia, etc. É de conhecimento geral o alto grau de periculosidade da profissão.
De fato, a Prefeitura do Rio de Janeiro pouco se importa com a saúde dos garis. A busca pelo lucro é a principal prioridade entre eles.
Manifestação comprova que apenas com luta direitos são garantidos
A guarda municipal impediu os trabalhadores de subirem na Prefeitura e darem entrada no protocolo de pauta de reivindicação.
Por mais que o protesto tenha ocorrido em horário comercial, a justificativa do impedimento foi de que a Prefeitura estaria fechada e não havia quem recebesse o protocolo.
Em resposta, os garis organizaram um fechamento das duas vias da Avenida Presidente Vargas, não permitindo a passagem de veículos.
A reação da Prefeitura com a ação foi quase imediata. Logo depois do ocorrido, os guardas permitiram a entrada dos trabalhadores no prédio e assinaram o documento.
A comissão de negociação vai convocar um novo protesto, às 14h na Central, no dia 28 de Outubro.