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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Preço dos combustíveis, PPI e a burguesia brasileira

Breno Dias Magalhães



SÃO PAULO –
Desde os anos do governo Temer a Petrobras, com a gestão de Pedro Parente vem adotando uma política onde as refinarias passaram a adotar um Preço de Paridade de Importação (PPI). Essa política marcou uma gestão da Estatal que privilegiou a entrada de importadores no mercado do país, e a partir da sua entrada essas grandes corporações passaram a fazer propaganda política e a aumentar seu grau de influência política dentro do Brasil, na intenção de aprofundar os seus interesses. 

Essa nova política de preços da Petrobras busca atender pura e simplesmente aos grandes acionistas e burgueses e tem como característica uma constante falta de estabilidade. E um desses motivos está justamente no volume de importações que reduz a partição da Estatal no mercado brasileiro e as constantes privatizações das subsidiárias mais lucrativas da mesma. Junta-se a isso diversas políticas de precariedade que fazem as refinarias da Petrobras sempre atuarem muito aquém das suas capacidades, tudo isso para garantir os lucros de uma burguesia voraz e nenhum pouco preocupada com os interesses dos trabalhadores.

A nova política de reajuste não garante estabilidade e, portanto, voltará a penalizar a sociedade com a variação dos preços no mercado externo. A principal justificativa da burguesia é que a economia deve estar ao serviço dos agentes privados e as importações vão ser boas por estar reduzindo a participação da Estatal no mercado, e isso diminuiria a atuação do Estado na economia (mesmo que o Estado seja usado para melhorar a vida das pessoas). Quando isso acontece o preço do petróleo fica mais dependente dos preços internacionais e ao contrário da Petrobrás que produz internamente, e possui um custo de extração muito menor o que faz a empresa ter capacidade de manter um preço para o mercado interno bem menor que os agentes internacionais. Mantendo-se o PPI provavelmente os aumentos nos preços dos combustíveis e em seus derivados serão cada dia mais constantes para a população brasileira. Essa política de preços já fez com que o aumento do gás de cozinha aumentasse mais de 261,9% o que fez o botijão de gás passar dos 100 reais em diversas revendedoras. Entretanto, essa não foi a única mudança: o diesel subiu mais de 80% e a gasolina mais de 66,1% e acredito que novos aumentos virão. 

No Brasil existem mais de 15 milhões de desempregados, 20 milhões de pessoas passando fome e 84,9 milhões de brasileiros vivem com algum grau de insegurança alimentar.  O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) observou um aumento de quase 30% no número de famílias entre 2016 e 2019, que usavam lenha ou carvão para cozinhar, e no Sudeste do país o aumento chegou a 60%. A PPI além de focar nos interesses dos grandes importadores, encontra internamente um aliado de longa data, a burguesia brasileira e principalmente os acionistas da estatal. Esses burgueses são atraídos por uma dinâmica de maximização dos lucros a curto prazo em detrimento das condições de vida dos trabalhadores. Essa política que foi radicalizada dentro do governo Bolsonaro onde se chegou ao auge da barbaridade burguesa, o repleto desdém com a vida e condições de vida dos trabalhadores. Contudo, vale lembrar que esse projeto não foi implementado somente pelo Bolsonaro, mas sim foi implementado para atender os interesses dos parasitas desses país (mais conhecidos pelo nome de burgueses). 

Diversos economistas e especialistas sabem que um preço justo pelo petróleo e seus derivados seria lucrativo tanto para o país como um todo e para seus trabalhadores. Só que para isso seria necessário “bater de frente” com os interesses desses parasitas internos e externos, entretanto eles são “carne e unha” com o governo Bolsonaro e com o “Centrão”. Para uma Petrobras guiada plenamente pelos interesses nacionais e do povo brasileiro precisamos construir a revolução brasileira e tomar o poder político para as mãos dos trabalhadores.

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