Marcelo Pavão e Julia Poletto
SÃO PAULO (SP) – O Comitê PIBID/RP da UFABC, com apoio do Diretório Central dos Estudantes da UFABC, realizou um aulão de preparação do Enem em frente à E.E. Américo Brasiliense, escola pública histórica de Santo André, para secundaristas que prestaram a prova nos dias 21 e 28 de Novembro.
Houve um café da manhã comunitário com alimentos e demais utensílios comprados graças às doações feitas pelos aliados da luta. Durante o aulão os educadores deram diversas dicas sobre a aplicação do vestibular tranquilizando os estudantes e esclarecendo suas principais dúvidas.
Os bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e Residência Pedagógica (RP) também denunciaram o atraso de mais de dois meses de pagamento de suas bolsas devido à negligência de Bolsonaro ao não sancionar o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) 17/2021, aprovado já tardiamente pelos congressistas, no dia 11 de Novembro.
Além disso, os estudantes debateram sobre atualidades e a luta pela educação com as contribuições de Luiza Leandro, vice-presidente da ARES-ABC, e Karla Albuquerque, militante do Movimento Correnteza do IFSP e também bolsista do PIBID. O debate evidenciou o sucateamento da educação pública pelo governo fascista de Bolsonaro, e a negação do acesso à universidade para a juventude pobre, negra e periférica.
Sarah Leite, graduanda da UFABC e bolsista, foi uma das professoras do aulão. Sarah comenta sobre “a importância da realização da atividade como uma forma de protestar contra o governo inimigo da educação. Foi muito gratificante poder conhecer seus alunos pessoalmente e que estes ficaram muito mais calmos e tranquilos após o aulão e puderam entender mais sobre a situação atual referente ao atraso das bolsas”.
COM LUTA, COM GARRA, A BOLSA SAI NA MARRA!
Após intensas mobilizações no país inteiro com atos e paralisações do PIBID e RP, os estudantes conquistaram a sanção presidencial do PLN 17 – que concede R$ 43 milhões para o pagamento das bolsas atrasadas dos programas de formação de professores para a educação básica – e a aprovação do PLN 31 – que garante mais R$ 135 milhões à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes) para o pagamento das bolsas até dezembro. A publicação da Lei aconteceu no dia 22 de Novembro no Diário Oficial da União.
Isso só foi possível através da pressão dos estudantes sobre o Governo Bolsonaro.
As bolsas de R$ 400,00 representam para a maioria desses estudantes grande parte de sua fonte de renda e garantem a permanência nas universidades durante um momento de grave crise econômica, política e sanitária.
A carestia dos alimentos, o desemprego e a precarização do ensino durante a pandemia atingiram principalmente os estudantes pobres que não têm acesso a equipamentos eletrônicos, internet, estrutura ideal para estudar de casa e ainda precisam trabalhar (em mais de uma ocupação – quando conseguem) para ajudar a família com as contas cada vez mais caras de água, luz, aluguel e alimentação.
Para o Governo Bolsonaro, contudo, isso pouco importa. O próprio Ministro da Educação, Milton Ribeiro declarou: “a universidade é para poucos”. Não à toa o Enem de 2021 é o Enem mais excludente, branco e desigual desde a criação da prova. Esse é o projeto de universidade dos fascistas: sem pobres, pretos, favelados, mães, LGBTQIA+, pessoas com deficiência, filhos e filhas da classe trabalhadora.
O Movimento Estudantil vem cumprindo um papel fundamental na defesa da permanência estudantil e na denúncia do desmonte da educação operado pelo Governo Bolsonaro.
O presidente, saudosista da ditadura militar fascista, parece que não aprendeu com a história: o povo organizado derruba capitão, general e todo parasita que ocupe o poder. Nenhum passo atrás e nenhum estudante a menos! Fora Bolsonaro e Milton Ribeiro!