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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Avança a ideologia do anticomunismo em momentos de crise do capital

MENTIRAS – Capitalismo usa ideologia para enganar o povo e atacar o comunismo (Ilustração: Daniel Paz).

Reinilson Câmara Filho

SÃO PAULOPesquisa realizada pelo Datafolha em dezembro de 2021 apontou que 44% dos brasileiros temem que o Brasil se torne um país comunista nas próximas eleições. O levantamento foi realizado em 191 municípios com 3.666 entrevistados, mostrando como é forte a propagação da ideologia anticomunista em nosso país.

Historicamente, nenhuma tendência política foi tão difamada e caluniada quanto o movimento comunista.

Rodrigo Patto Sá Motta – em seu livro “Em guarda contra o perigo vermelho” – mostra como o discurso anticomunista foi propagado ao longo do século XX, principalmente nos períodos de graves crises econômicas e políticas entre 1935-37 e 1961-64, quando as ameaças de revolução comunista forneceram o principal argumento para o golpe e a posterior implantação das duas ditaduras militares do período.

Não à toa, Bolsonaro e seus seguidores mais fiéis dedicam boa parte dos seus discursos para atacar o comunismo e, em particular, o marxismo-leninismo – linha teórica que guiou todas as principais revoluções populares.

Nunca na história do país houve um movimento comunista organizado em vias de realizar um processo revolucionário de fato. Essa ideologia é alimentada pela mídia burguesa através dos seus jornais, canais de televisão, redes de streaming, dentre outros meios de comunicação.

Um exemplo são as notícias caricatas espalhadas mundo a fora a respeito da República Popular Democrática da Coreia (nome oficial da Coreia do Norte) pela rádio Free Ásia. Como exemplo temos notícias do tipo “Proibido sorrir na Correia do Norte” ou “Kim Jong Un obriga norte-coreanos a usar seu corte de cabelo”.

Nem podem ser chamadas de notícias pela total falta de verdade. Esses boatos são produzidos por essa rádio criada pela CIA para fomentar anticomunismo e ações imperialistas na Ásia. E são reproduzidos por veículos de imprensa da burguesia em todo o mundo.

Vale destacar que a Netflix apresenta um catálogo recheado de anticomunismo, inclusive em produções para crianças. Nota-se que esse movimento de propagação anticomunista vem ganhando força conforme aumenta a dificuldade de se superar a crise estrutural do modo de produção capitalista.

No interior da sociedade capitalista atua a dialética entre revolução e contrarrevolução, em meio ao desenvolvimento das forças produtivas capitalistas no Brasil: as forças sociais contrarrevolucionárias estarão sempre presentes, acentuando o traço conservador e reacionário da classe dominante.

O capitalismo opera basicamente em uma contrarrevolução preventiva permanente através da ideologia. A ideologia dominante é a ideologia da classe dominante, por isso, observa-se a classe trabalhadora, explorada, reproduzir esse medo do comunismo. E boa parte da classe trabalhadora acaba reproduzindo uma ideologia que não é sua.

Devemos trabalhar para levar a verdade sobre o socialismo e o comunismo para toda a população, para diminuir a influência da ideologia burguesa e apresentar a única alternativa que permite uma vida digna para o povo pobre.

Devemos explorar essa contradição inerente da ideologia dominante de que, se o comunismo é tão “falho” como diz a burguesia, por que investe-se tanto na propaganda anticomunista?

A resposta é simples: a classe dominante sabe a poderosa força política do comunismo e seu potencial de ruptura e transformação econômica na sociedade, por isso batalham ferozmente a fim de jamais perder o domínio sobre as massas exploradas.

É fundamental para a burguesia e seus setores impedir qualquer pensamento revolucionário para que o povo não se una e lute para derrubar esse sistema falido que tanto nos explora, para que o povo não construa um poder verdadeiramente popular.

Em momentos de crise aguda e prolongada do capital devemos apontar os antagonismos e as contradições do capitalismo para mostrar aos trabalhadores a verdadeira causa do nosso sofrimento.

O que nos faz sofrer é a necessidade da burguesia se manter como classe politicamente dominante e assim lucrar com superexploração do trabalho e a miséria do nosso povo.

Devemos ter ciência que o burguês é nosso inimigo sendo o mundo regido pela luta de classes e apenas com a derrota da classe dominante, com a construção do poder popular, abolição das classes e construção do comunismo o ser humano poderá ser verdadeiramente livre.

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