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quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Empresa Apple explora trabalhadoras indianas

Apple distribuiu alimentos estragados à operárias na Índia. Foto: Reuters

A Apple e a sua montadora Foxconn oferecem para os operários de Chennai, na Índia, dormitórios lotados, banheiros sem descarga e água, e alimentos cheios de vermes. Após 250 trabalhadoras contraírem intoxicação alimentar, foi realizado um enorme protesto que paralisou a produção da empresa.

Igor Barradas | Redação Rio

INTERNACIONAL – Nesta última semana, 250 trabalhadoras que montavam iPhones em uma fábrica da Foxconn no sul da Índia ingeriram alimentos contaminados e tiveram intoxicação alimentar.

Os operários relataram as péssimas condições de trabalho e de vida. Aos que moravam nos albergues, eram oferecidos dormitórios lotados e banheiros sem descarga. Com frequência, os alimentos que eles consumiam eram vistos cheios de vermes.

Em resposta, os operários paralisaram a produção da empresa. Foi realizado um grande protesto que fechou uma fábrica onde havia 17 mil funcionários. A polícia reprimiu brutalmente os manifestantes, prendendo alguns deles.

Após a manifestação, os inspetores de segurança alimentar visitaram o albergue em que ocorreu o surto de intoxicação alimentar para conferir a veracidade dos fatos. Logo após, fecharam a cozinha do dormitório depois de encontrar ratos e má drenagem.

Esse foi o segundo protesto envolvendo uma fábrica fornecedora da Apple na Índia no período de um ano. Em dezembro de 2020, milhares de trabalhadores de uma fábrica de propriedade da Wistron Corp se manifestaram destruindo equipamentos e veículos devido ao não pagamento de seus salários.

Péssimas condições de vida para os trabalhadores e lucro para os patrões.

Todos esses problemas geraram muita repercussão. A montadora Foxconn afirmou em uma declaração que “aumentou a produção muito rapidamente e iria gradualmente garantir que as instalações dos funcionários fossem atualizadas”.

A verdade é que os trabalhadores foram explorados pela empresa, que pouco se importa com a vida de seus funcionários.Em relatos, eles disseram que dormiam no chão do dormitório, que acomodava entre seis a trinta mulheres. De acordo com uma das operárias à imprensa, “As pessoas que moram nos albergues sempre tiveram uma doença ou outra, alergias de pele, dor no peito, intoxicação alimentar”

Isso somente revela que a ganância da burguesia e sua capacidade de explorar os trabalhadores não se limita a um país ou outro. É algo que ocorre mundialmente. Não à toa, a mesma empresa que não garante refeições dignas para seus funcionários se aproximou dos US$ 100 bi de lucro em 2021.

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