Hadassa Tavares, São Bernardo do Campo
Nas mazelas da sociedade
vejo frio e fome
quanta desigualdade!
De um lado tudo dourado
do outro nem um tostão furado
suor todo dia
do pobre injustiçado
Ouço os meus gritando
e logo grito de volta
um grito de desespero no presente
que no futuro vai ser de vitória
Os meus sangram pelos nossos
gritam por todos os povos
gargantas a parte
secura no solo
Pecador
devedor
vagabundo
marginalizam nossa arte porque só eles podem dominar o mundo
Pra eles convém o mudo
mas em silêncio não fico nem por um segundo
se for pra ficar
ficarei igual Manoel Lisboa
18 ou até mais, resistindo esses imundos
Humilham e deixam sem moradia
nos massacram e diz “não foi culpa minha”
o povo pobre liga a notícia
e só ouve ladainha
Essa ferida enorme que eles abriram
não se fecha sozinha
Essa ferida aberta
não para de sangrar
ainda bem que minh’alma é vermelha
não vou me calar.