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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Famílias de estudantes com deficiência realizam ato no Rio de Janeiro

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DIREITO. Crianças com deficiência têm direito à tratamento especial nas escolas (Foto: JAV/Rio)

Famílias de alunos com deficiência promoveram um protesto em frente à prefeitura do Rio de Janeiro para denunciar a falta de profissionais especializados na rede municipal de educação.

Acauã Pozino
Rio de Janeiro


LUTA POPULAR – Na manhã da última quarta-feira (16), famílias de alunos com deficiência promoveram um protesto em frente à prefeitura do Rio de Janeiro para denunciar a falta de profissionais especializados na rede municipal de educação, um direito que é garantido pela Lei Brasileira de Inclusão, promulgada em julho de 2015. 

A Unidade Popular pelo Socialismo (UP) esteve presente na manifestação, fazendo uma saudação à iniciativa e convocando as famílias a permanecerem em luta até que o município garanta o direito desses alunos a uma educação de qualidade.

A Verdade conversou com algumas mães presentes no ato, e o sentimento quase unânime dessas famílias é de que a educação das pessoas com deficiência está longe de ser uma prioridade para a prefeitura.

“Eles nunca disponibilizam um profissional formado”, disse Simone, mãe de um estudante com síndrome de Down. “O que eles fazem muitas vezes é contratar um estagiário, de qualquer área que seja, só pra preencher a vaga. Aí o que acontece é que chega no meio de ano, o estagiário se forma, ou não renova, e tem que mudar a pessoa, a criança se acostumar de novo”, explica.

Ao ser questionada sobre o risco de contratar estagiários sem formação específica na área da deficiência e/ou da mediação escolar, a solução oferecida pela Secretaria Municipal de Educação foi que as próprias mães ocupassem a posição do profissional mediador de forma voluntária, sem nenhum vínculo empregatício.

“A solução que eles apresentam é que a gente que é mãe fique na escola, fazendo o papel desse profissional, recebendo uma ajuda de custo de R$150,00. E se a gente se nega, dizem que não podem fazer nada, porque nós tivemos opção”, denuncia Simone.

A luta continua

Trata-se de mais um capítulo de duas histórias que o povo carioca conhece bem: o sucateamento da educação municipal e a discriminação e abandono dos alunos com deficiência. 

O ato, que contou com representações do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e da Câmara dos Vereadores, exigia que as famílias fossem recebidas pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), já que o secretário de educação do município, Renan Ferreirinha, marcou uma viagem de última hora para a Colômbia justo no dia do ato. 

Próximo ao final do protesto, apenas um pequeno grupo de mães foi admitido para uma reunião a portas fechadas. As famílias estão determinadas a seguir em sua luta. “A gente não quer um estagiário, não quer ser voluntária. A gente quer que a prefeitura contrate pessoas com formação, que saibam das necessidades de uma criança autista, de uma criança com deficiência visual. Enquanto a gente não tiver isso, vamos continuar vindo aqui, vamos deixar as crianças brincarem aí nas escadarias, porque isso aqui é nosso e o direito também”, relatou uma das mães presentes.

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