Aumento da passagem em Campos dos Goytacazes revolta população

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ABUSIVO. Passagem passou de R$ 2,75 para R$ 3,50 (Foto: Divulgação)

O sistema de transporte público de Campos sempre foi alvo de reclamações constantes da população. Ônibus precários, velhos, lotados e desconfortáveis, que muitas vezes atrasam e não chegam na hora certa. Agora, com a passagem custando R$ 3,50, muitos não terão mais condições de pagar a tarifa

Davi Souza Dias
Campos dos Goytacazes (RJ)


RIO DE JANEIRO – Não se fala em outra coisa na cidade de Campos dos Goytacazes, norte do Rio de Janeiro, depois que o prefeito Wladimir Garotinho (PSD) acatou as exigências dos donos das empresas de ônibus e aumentou a passagem na cidade de R$ 2,75 para abusivos R$ 3,50. 

Os gananciosos empresários do setor de transporte ainda não ficaram satisfeitos, e exigiram que o prefeito aumentasse a tarifa para algo “em torno de 4 ou 5 reais”. A principal justificativa para tamanho reajuste foi o aumento do óleo diesel (fruto da política de preços da Petrobrás, que aumentou a gasolina em todo o país), mas também tiveram a cara de pau de botar a culpa na guerra entre Rússia e Ucrânia.  

O aumento revoltou a população. Wladimir Garotinho (isso mesmo, filho dos ex-governadores do RJ) se elegeu prometendo que não aumentaria a passagem, atendendo a uma demanda legítima da população, que acabava de passar por uma gestão neoliberal que havia aumentado preços e cortado benefícios e foi massacrada nas urnas. Agora, se desvia de sua promessa de campanha, e isso não passou despercebido.

O sistema de transporte público de Campos sempre foi alvo de reclamações constantes da população. Ônibus precários, velhos, lotados e desconfortáveis, que muitas vezes atrasam e não chegam na hora certa. Campos é o maior município em território de todo o Estado do RJ, ocupando uma área maior que a da capital. Fora do centro, em distritos periféricos e rurais, onde vive a população mais pobre, muitos dependem do transporte coletivo para trabalhar no centro, mas é muito comum que faltem ônibus. Quando isso acontece, só restam as vans, menores e mais caras, além de sempre lotadas.

Por isso, muitas vezes, a população desses distritos faz protestos espontâneos e combativos onde fecham estradas com pneus e galhos queimando para reclamar da falta de ônibus e das más condições do transporte público. 

Muitas pessoas que vivem em municípios vizinhos, como São João da Barra, São Fidelis, São Francisco de Itabapoana, Bom Jesus de Itabapoana, Conceição de Macabu, Italva e o município capixaba de Mimoso do Sul, entre outros, também trabalham ou estudam na cidade, que é importante polo universitário, e também sofrem com o aumento das passagens. 

Nos próximos dias, as forças progressistas de Campos, como a Unidade Popular (UP), se reunirão para marcar uma atividade de repúdio a esse aumento abusivo.