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terça-feira, 23 de abril de 2024

Universidades ocupadas pelo retorno presencial

Estudantes ocupam universidades do Grupo Ânima em todo país pela volta das aulas presenciais. Protesto em frente a UNA Barreiro em Belo Horizonte, MG. (Foto: Jornal A Verdade)

Luiz Fonseca – Movimento Correnteza

EDUCAÇÃO – Na ultima noite de segunda, 7 de março, estudantes do Brasil inteiro se manifestaram na porta de suas instituições de ensino contra o modelo de aulas híbridas aplicado nas universidades geridas pelo grupo Ânima e pelo retorno 100% presencial das atividades. Vale dizer, que o descaso dessa empresa com a qualidade do ensino oferecido em suas instituições não vem de hoje. Mensalidades que aumentam acima da inflação, demissão em massa de professores, esvaziamento das grades curriculares, são problemas que os alunos enfrentam frequentemente.

Agora, mesmo com a melhora do quadro geral pandêmico no país, a universidade  adotou um modelo de aulas intercaladas, um dia aula online e no dia seguinte aula presencial, o que não traz nenhum benefício para os estudantes, que pagam por aulas
presenciais e não tiveram redução das mensalidades no período em que as atividades
estavam remotas.

Esse novo modelo híbrido de aulas só é bom para a mantenedora das instituições, já que as despesas com as estruturas físicas, vale alimentação e transporte ficam reduzidas em quase 50%. Enquanto isso, a qualidade pedagógica é sistematicamente atacada. Cabe ressaltar que a maioria dos estudantes dessas universidades trabalham para poder estudar e não possuem empregos flexíveis que se adaptam às “inovações metodológicas” do Grupo Ânima, tornando inviável a manutenção desses estudantes na graduação.

A sede de lucro dos tubarões do ensino somada à crise social instaurada pelo governo Bolsonaro tem expulsado os estudantes das universidades privadas de suas graduações. Segundo a Semesp, instituto que representa as mantenedoras do ensino superior privado do Brasil, a taxa de evasão em 2021 foi de 36,6%, ficando atrás apenas da taxa de evasão do ano de 2020 que foi de 37,2%, isso significa que durante a pandemia mais de 7 milhões de brasileiros deixaram de estudar.

Enquanto isso, as empresas, para garantir seus ganhos astronômicos, não só se negaram a reduzir as mensalidades, mas também às aumentaram acima da inflação, comprovando que o único compromisso dessas mantenedoras é com o lucro. O que fica ainda mais claro quando observamos os investimentos e aquisições feitas, por exemplo, pelo Grupo Ânima, que nos últimos 2 anos e meio comprou a Unisul em Santa Catarina por 300 milhões de reais, a UniAges por 200 milhões de reais, obteve a aquisição da Faseh por 172,4 milhões de reais, comprou a Unicuritiba por 130 milhões de reais, a Laureate por 4,3 bilhões de reais e a Faculdade Milton Campos por 57 milhões de reais.

Os estudantes estão cansados de serem vistos como cifras e exigem que seu
futuro e sonhos sejam respeitados!

Manifestação em frente a Una Aimorés na região central de Belo Horizonte, MG. (Foto: Jornal A Verdade)
Protesto na Universidade Anhembi Morumbi em São Paulo. (Foto: Jornal A Verdade)

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