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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

PM reprime roda cultural em Cabo Frio

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A roda cultural da Tropa do Mantém, na comunidade Manoel Corrêa, foi interrompida bruscamente pela PM, no último dia 5 de maio. Com tiros, socos e chutes, os policiais aterrorizaram e promoveram o caos numa noite pacífica, quando crianças e jovens estavam na quadra da comunidade produzindo cultura e educação, justamente aquilo que lhes é negado pelo governo. 

Vinícius Teixeira
Cabo Frio (RJ)

BRASIL – A violência policial no Estado do Rio de Janeiro não poupa nem mesmo as manifestações culturais da juventude que mora na periferia. Em Cabo Frio, na Região dos Lagos, a roda cultural da Tropa do Mantém, na comunidade Manoel Corrêa, foi interrompida bruscamente pela PM, no último dia 5 de maio. Com tiros, socos e chutes, os policiais aterrorizaram e promoveram o caos numa noite pacífica, quando crianças e jovens estavam na quadra da comunidade produzindo cultura e educação, justamente aquilo que lhes é negado pelo governo. 

A comunidade não deixou barato. No dia seguinte, lideranças do bairro e os organizadores da roda, com apoio do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e da Unidade Popular (UP), organizaram um ato de denúncia à violência policial nas comunidades. 

Essa não foi a primeira, nem vai ser a última, que ações violentas da PM acontecem nas nossas favelas. Por um milagre, acaso ou sorte, os tiros não acertaram ninguém e não tivemos uma nova tragédia. Vale lembrar que, no dia 06 de maio completou um ano da Chacina do Jacarezinho, uma das ações mais violentas da PM na história do Rio de Janeiro.

A roda cultural da Tropa do Mantém acontece de 15 em 15 dias. Na quinzena seguinte (19/05), a comunidade se movimentou para fazer um grande evento de denúncia e de resistência na comunidade. Apesar do frio e da chuva, a roda cultural aconteceu, com a presença de mais de 200 pessoas. Artistas locais fizeram shows, rimaram e promoveram um dia histórico na comunidade.

A violência policial é reflexo de uma política de segurança pública para a qual a única solução é a morte e o terror dentro das favelas. Essa política foi comprovada na teoria e na prática que nada resolve. Para piorar, temos um presidente facista e um governador que são entusiastas dessas ações, vide as recorrentes falas do ex-capitão. 

Porém, a organização popular vem mostrando que é possível lutar contra esse sistema que esmaga o povo pobre. A luta no barro, nas vielas das favelas e nos bairros populares é o caminho para derrotarmos o facismo e construirmos uma nova sociedade.

A batalha do Mantém lutou, se manteve e se desenvolveu com luta e mobilização popular. a cultura resiste!

Fotos: Douglas Lopes_@lopesdoug
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