Em três anos, depressão entre adultos cresce 40% no Brasil

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Com a profunda crise que o país vem sofrendo, 33 milhões de pessoas passando fome, a depressão entre adultos cresce 40% no Brasil e a nação se tornou o país com o maior número de suicídios anuais da América Latina.

Igor Barradas | Redação RJ


BRASIL — De acordo com a Pesquisa Covitel, da organização Vital Strategies, em conjunto com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a depressão cresceu 41% no Brasil durante o período pandêmico.

Estudo da OMS afirma que há mais de 350 milhões de pessoas com depressão pelo mundo. A doença é a principal causa de incapacitação dos indivíduos para o trabalho, como também há crescimento de 40% nas taxas de suicídio pelo mundo.

Por mais que a pandemia tenha sido potencializadora de casos de depressão, o sofrimento mental dos brasileiros é sustentado pela propriedade privada dos meios de produção. 

A depressão afastou 10 trabalhadores por dia na pandemia. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), somente no Distrito Federal, 7.776 trabalhadores foram afastados de seus trabalhos pelo INSS por conta de problemas de ansiedade e depressão. Pelo fato do maior bem do capitalismo ser a mercadoria, os seres humanos são reduzidos a peças. Pouco importa seus sentimentos e anseios.

Por vezes, ideólogos da burguesia falam que os seres humanos no capitalismo são livres. Entretanto, como ser livre em uma sociedade em que há guerras, fome e miséria causadas por super-potências? 

Drogas, saúde pública e combate a depressão

O capitalismo também promove a ideia de que ser feliz é ter um novo tênis da moda, um telefone caro ou uma roupa de marca. Por isso, incentiva a humilhar a vida da população pobre, dizendo que se eles não possuem dinheiro são reduzidos a nada. 

Além disso, as pessoas são obrigadas a cumprir jornadas de trabalho de 8, 9, 10 ou mais horas. Os brasileiros não têm tempo para lazer, cultura e esportes, o que é essencial para manter a saúde mental em dia.

O combate a depressão também diz respeito ao combate ao alcoolismo e às demais drogas, tanto lícitas quanto ilícitas. O vício em drogas é destruidor para os seres humanos do ponto de vista da saúde física e mental e movimenta bilhões de reais para os bancos e empresários, enquanto a população padece.

O desmonte do SUS (Sistema Único de Saúde) e do CAPSs (Centro de Atendimento Psicossociais), arquitetado pelo governo Bolsonaro, vem para trazer um terror medieval à sociedade brasileira. Com o fim da saúde pública, os que sofrem com depressão continuaram sofrendo com essa doença. É preciso construir uma sociedade em que a saúde mental seja preservada.