Major Curió, responsável por assassinatos e torturas cometidos pelo Estado brasileiro durante a Guerrilha do Araguaia, morre em Brasília aos 87. É mais um criminoso agente da Ditadura Militar (1964-1985) que morre impunemente.
Redação
Morreu nesta quarta (17), aos 87 anos, Sebastião Rodrigues de Moura, conhecido como Major Curió, um dos principais assassinos da Ditadura Militar. Curió ficou conhecido por atuar na repressão aos lutadores da Guerrilha do Araguaia.
A guerrilha, ocorrida entre o fim da década de 1960 e início da de 1970, reuniu centenas de lutadores contra a sanguinária Ditadura Militar. Os militantes queriam acabar com o governo ditatorial e estabelecer um regime democrático e sem exploração do trabalho.
Curió esteve no comando da operação de massacre aos guerrilheiros. Assassinou pessoas desarmadas e rendidas, liderou execuções sumárias sem julgamento, além de ter autorizado os inúmeros casos de estupros, torturas e outras atrocidades contra os militantes e a população local.
Mais um bandido da Ditadura Militar morre impunemente
Curió não é o primeiro assassino e torturador da Ditadura Militar a morrer impunemente. Dezenas de outros agentes das forças armadas daquela época morreram sem passar pelas justiça.
A ausência da justiça de transição no Brasil é uma das causas da continuação das práticas criminosas de torturas e assassinatos que estão nas PMs.
A justiça de transição é quando os agentes criminosos de um regime autoritário são julgados e condenados a pagar pelos seus crimes. É o que aconteceu na Argentina, Chile, Uruguai e em outros países que passaram por regimes fascistas e ditatoriais.