Amazônia bate mais de 3 mil focos de calor no último dia 22. Governo Bolsonaro é um dos responsáveis pelo avanço do desmatamento no país. Situação agrava a crise climática que se encontra o planeta.
Joyce Melo, Macaé-RJ
BRASIL – A Amazônia bateu recorde de queimadas em um mês de agosto. No último dia 22 de Agosto, enquanto Bolsonaro chamava de mentira no Jornal Nacional a fama do país de destruidor de floresta, foram detectados 3.358 focos de calor pelo programa queimadas, segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O número supera o de 10 de agosto de 2019, que ficou conhecido como “dia do fogo”, onde ruralistas combinaram atear fogo às margens da BR-163, no Pará, em nome do lucro. Entre os dias 10 e 11 de agosto de 2019, o Inpe detectou 1.457 focos de calor no estado.
Segundo especialistas, o fogo deve aumentar na região, visto que a Amazônia vem enfrentando um desmatamento muito alto durante os últimos meses. De agosto do ano passado até julho deste ano, 8.590,33 km² do bioma foram derrubados. As queimadas que ocorrem na Amazônia são em quase 100% dos casos relacionadas ao processo de “limpeza de área”. O fogo na região acontece logo em seguida a um processo de desmatamento que visa a destruição de materiais vivos e preparação de terreno para virar pasto.
Dados alarmantes
Desde o início do governo de Bolsonaro, o desmatamento médio anual na Amazônia aumentou em 75% em comparação à década anterior. Em 2021, 4.915 km² foram devastados dentro de territórios federais. Nessas áreas, o desmatamento também avançou nas Unidades de Conservação federais (UCs). Somente no ano passado foram devastados 507 km² de mata nativa dentro dessas UCs, 10% a mais do que em 2020.
Esse desmatamento crescente é resultado do enfraquecimento da legislação ambiental e de órgãos fiscalizadores. Um exemplo disso é o enfraquecimento do IBAMA. Em Março, Eduardo Bim, presidente do órgão, assinou um despacho em que anulava etapas de processos de infração ambiental. Assim, um total de 164 multas ambientais aplicadas pelo Ibama nos últimos dez anos voltaram à estaca zero.
Bolsonaro não cansa de mentir
Na última entrevista para o Jornal Nacional, ao ser questionado sobre os incêndios e desmatamento na Amazônia, Bolsonaro citou que os incêndios seriam consequências naturais.
Ao contrário do que foi dito, sabe-se que a origem das queimadas na Amazônia apresenta seu início na expansão da fronteira agrícola nacional. A floresta está sob grande impacto de alterações induzidas pelo capitalismo. Com grandes processos de desmatamento, há fragmentação da floresta em pequenas unidades e aumento do chamado “efeito de borda”, assim a borda da floresta vai ficando mais seca e mais suscetível aos incêndios.