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sexta-feira, 3 de maio de 2024

Elizabeth II morre deixando legado de colonialismo e exploração

Morreu, nesta quinta (8), a rainha Elizabeth II. Domínio da monarca foi marcado pela exploração e colonização de povos ao redor do mundo. Elizabeth representou privilégios construídos à base da escravidão, segregação e exploração.

Felipe Annunziata  | Redação Rio


INTERNACIONAL – Morreu hoje (8), aos 96 anos, Elizabeth II do Reino Unido. A monarca britânica governou por 70 anos o vasto império colonial que explorou riquezas, escravizou povos e apoiou golpes de Estado em todas as partes do mundo.

Quênia, Iêmen, Irlanda do Norte, Egito e África do Sul foram algum dos países que sofreram a opressão, massacre e exploração feitos pelo Império Britânico, chefiado por Elizabeth. 

Durante seu reinado se deram as lutas de libertação colonial em África e na Ásia. Na África do Sul, o governo da rainha apoiou e financiou o regime do Apartheid, que discriminava e tentava subjugar a população negra. No Quênia, durante a guerra de independência nos anos 1960, pessoas eram mutiladas e torturadas com machados por se levantarem contra os britânicos.

Domínio imperialista após a derrota colonial 

Com as sucessivas vitórias da luta anti-colonial nas décadas de 1950 e 1960, o Reino Unido substituiu o Império Britânico pela Commonwealth, ou Comunidade Britânica.

Essa estrutura visa garantir a monarquia inglesa mesmo com países independentes. Por isso que Elizabeth foi rainha de mais 14 países além do Reino Unido. É o caso da Jamaica, Austrália, Canadá e até do pequeno arquipélago de Tuvalu, na Oceania. 

O objetivo da Commonwealth é manter o controle do capital financeiro britânico sobre esses países, em especial no Caribe, África e Ásia. Tanto que, mesmo países que se tornaram repúblicas, como a Índia ou Barbados (que se tornou república ano passado), continuam na organização. 

Escravidão, golpes de Estado e simpatias nazistas

Essas estruturas controladas pela monarquia britânica não surgiram com Elizabeth. Sua dinastia governa o Reino Unido desde o século 18. 

Foi durante os governos de seus antepassados que a Inglaterra assumiu protagonismo no tráfico de escravizados no Atlântico. Foi esta monarquia que dominou 25% dos territórios no mundo suprimindo línguas, perseguindo etnias e prendendo revolucionários que lutavam contra o colonialismo. 

Outro ponto que marca a dinastia da família Windsor é a simpatia de alguns de seus membros pelo nazismo. O tio da rainha, Eduardo VII (que também foi rei), ficou conhecido por apoiar abertamente o regime de Hitler. A própria rainha foi gravada ainda criança fazendo a saudação nazista. 

Outra marca de seu governo foi o apoio a golpes de Estado. Aliado de primeira hora da OTAN, o governo de Elizabeth apoiou golpes de Estado na América Latina e na África. O caso mais emblemático é o de Gana, onde os ingleses apoiaram um golpe para derrubar o presidente Kwame Nkrumah, em 1966. 

Na América Latina, a Marinha Real de Elizabeth não poupou esforços para manter o domínio colonial das Ilhas Malvinas, território internacionalmente reconhecido como argentino. 

Monarquia é herança medieval não superada no Reino Unido. (Foto: Reprodução)

Monarquia britânica é herança medieval e reacionária

Essa história de exploração, guerras, colonização e mortes é hoje escondida pela grande mídia. Toda cobertura dos meios de comunicação da burguesia se esforça em exaltar o “legado” de Elizabeth. 

Nenhuma palavra é dada com destaque aos privilégios construídos pela monarquia britânica, construídos à base da colonização brutal de povos de todas as partes do mundo. 

Não há nada que se lamentar na morte de Elizabeth, a não ser o fato de nunca ter sido julgada, junto a todo governo britânico, pelos crimes de guerra e contra a humanidade cometidos.

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5 COMENTÁRIOS

  1. Realmente, só não enxerga quem não quer (por conveniência) ou quem não tem muito estudo, que sempre foi um objetivo político-histórico no Brasil.

  2. Até que em fim um jornal sensato e etico fala a verdade referente a reinados britânicos que a vida toda enganaram, mentiram, exploraram outras nações principalmente na África. Sempre foram colonizadores que roubavam tudo de outros países e levavam para Londres onde está concentrado todo tesouro furtado, além de aplicarem em suas terras a triste escravidão que e a pior parte da história. Não tem sentido uma realeza com Tanto dinheiro e nao ajusar os povos principalmente da africa que foram as maiores vítimas. De sete ela não tem nada.

  3. E pra piorar, faleceu a estimada madame sem ouvir o clamor daqueles que ajudou a oprimir. Em vez disso, faleceu confortável, cercada pela pompa e pelos elogios não somente de seu povo, mas também da grande mídia brasileira, muito rápida em servir a interesses capitalistas.

  4. Parabéns pela excelente matéria, sempre pensei isso sobre essa monarquia que saqueou os países que colonizaram e a grande mídia suja vem enaltecer essa sangue suga

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