Após o primeiro turno das eleições, o partido Unidade Popular recebeu milhares de pedidos de filiações. Em São Paulo, as plenárias e reuniões estão sendo marcadas pela presença de recém filiados e trabalhadores pedindo ingresso na organização.
Tati Bornato
SÃO PAULO – No estado de São Paulo estão acontecendo reuniões abertas da Unidade Popular em várias cidades da grande São Paulo, baixada santista e no interior para dar conta de filiar os milhares de trabalhadores que pediram ingresso no partido durante as eleições. No último dia 12, nem mesmo o feriado e o tempo chuvoso atrapalharam a primeira plenária na capital paulista após o fim do primeiro turno das eleições. A atividade reuniu mais de 200 pessoas, das quais mais da metade são recém filiadas ao partido.
Recém filiado, Sérgio Henrique Pereira Reis, 28 anos, relatou:
“Fiquei quase um ano para entender a necessidade de se organizar e decidir me filiar na UP. Acredito que todo mundo pode contribuir de algum jeito, e então se organizar de forma coletiva pode ser o caminho para construir algo maior”.
Com uma campanha marcada pelas atividades de agitação e propaganda na rua, e entregando mais de 2 milhões de panfletos no estado, o grande número de pedidos de filiações expressa a disposição da classe trabalhadora em construir uma alternativa revolucionária para mudar esse injusto sistema capitalista.
A plenária realizada na capital teve como proposta organizar a intervenção do partido no segundo turno. “Derrubar o fascismo nas ruas e nas urnas. Pela democracia e contra o desemprego, dia 30 de outubro, é Lula 13” declarou a Presidente da sigla no estado, Vivian Mendes, que foi candidata ao Senado Federal e recebeu mais de 280 mil votos. A atividade apontou também a necessidade de manifestações e da constância da militância nas ruas. Alguns destes atos já têm data marcada: 18 de outubro, Manifestação dos Estudantes e dia 22 de outubro, Manifestação das Mulheres Contra o Fascismo.
Guilherme Brasil, do Diretório Municipal da Unidade Popular e Coordenador Estadual do Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas (MLB), atentou para a importância da organização destes novos militantes: “a UP se organiza em núcleos por região. Estes núcleos são responsáveis por formar cada militante dentro da linha política do partido, desenvolver atividades de finanças, fazer filiação de novos interessados e ajudar a construir materialmente o partido por meio das contribuições financeiras individuais”, além de ser um “espaço de acolhimento”, como afirma João Gabriel, militante da União Juventude Rebelião (UJR).
Toda essa organização e movimentação é objetivo claro de construir uma ferramenta revolucionária capaz de mudar a realidade de opressão que a maioria do povo brasileiro vive, derrotar o fascismo, e construir o poder popular e o socialismo.
O combate ao fascismo já está acontecendo antes das eleições e tem se intensificado, principalmente através das manifestações puxadas pelos movimentos populares, como disse Ricardo Senese, coordenador estadual do Movimento Luta de Classes (MLC), Agora é necessário apostar ainda mais na força do povo, envolver o conjunto dos trabalhadores para derrotar o fascismo nas ruas e nas urnas.