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domingo, 22 de dezembro de 2024

Salário mínimo hoje seria de apenas R$ 502 se proposta de Paulo Guedes valesse desde 2002

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Levantamento do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (MADE-USP) apontou que o salário mínimo em 2022 seria de míseros R$ 502 caso o cálculo de reajuste fosse feito baseado na regra proposta por Paulo Guedes.

Carolina Matos
São Paulo


BRASIL – Na última semana, veio à tona um projeto de Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro, para um eventual segundo mandato do ex-capitão: substituir o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), atual índice de reajuste do salário mínimo, pela meta de inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que é definida com três anos de antecedência. Com essa alteração, observando a série histórica, o salário mínimo, além de não ter ganho real, não teria sequer reposição da inflação.

Um levantamento do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (MADE-USP) apontou que o salário mínimo em 2022 não chegaria nem à metade do valor atual se o cálculo de reajuste fosse feito baseado na regra proposta por Paulo Guedes. Em vez dos R$ 1.212 de hoje, o salário mínimo seria de míseros R$ 502.

Isso significaria uma forte queda no poder de compra das famílias. Observando o estudo do MADE-USP, pode-se perceber que o salário mínimo não compraria sequer uma cesta básica. Se o governo Bolsonaro já promove miséria sem tal regra, com a proposta de Paulo Guedes, a maioria da população do país estaria numa situação ainda pior.

Ainda de acordo com a proposta, o modelo do ajuste também seria utilizado no cálculo de outros benefícios, como as aposentadorias e pensões pagas pelo INSS. Se implementada, em alguns anos, é possível que milhões de aposentados sejam jogados para debaixo da linha da pobreza.

Com a grande repercussão do projeto, o ministro da Economia declarou que não irá mudar a regra atual, alegando que vai manter o que a Lei do Teto de Gastos estabelece, que é o reajuste sem ganho real. No entanto, nos anos de governo Bolsonaro, os grandes patrões foram favorecidos com diversas leis e reformas que retiraram direitos dos trabalhadores. Não dá para confiar.

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