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sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Mais de 140 milhões de pessoas vivem em cidades com riscos de desastres naturais no Brasil

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Órgão federal passará acompanhar mais de 2 mil municípios com riscos de desastres. População somada das cidades chega a 140 milhões. Situação é fruto da desigualdade e exploração histórica do povo.

Redação RJ


BRASIL – Dados do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais) apontam que mais de 2 mil municípios do país estão suscetíveis a deslizamentos, enchentes, tempestades e outros tipos de desastres climáticos. Durante a gestão do fascista Bolsonaro, o órgão federal teve os maiores cortes de verbas desde sua criação, em 2011.

As 2120 cidades que neste ano serão acompanhadas pelo Cemaden localizam-se principalmente no litoral e regiões serranas do país. Juntas elas concentram 70% da população nacional, um total de 140 milhões de pessoas.

Uma das razões pelas quais tantas cidades encontram-se sob risco é o fator histórico. Desde o início da invasão portuguesa, em 1500, as grandes cidades brasileiras se formaram ao longo da nossa costa. Enquanto as famílias ricas sempre moravam em fazendas ou próximo das praias, a população explorada é relegada a viver nas encostas ou nos espaços que aparecem nas cidades.

A costa brasileira, por sua vez, é formada por serras e montanhas e poucos espaços planos. Um dos elementos apontados por especialistas em meio ambiente durante os desastres no litoral norte de São Paulo é o fato de que a natureza nesta parte do país se formou tendo como uma de suas características os deslizamentos de encostas causadas pela chuva.

Ou seja, não são desastres aleatórios que afligem a vida do povo, mas o produto de séculos de desigualdade que relegou a essas pessoas os piores lugares para se morar. Todo esse processo levou a uma segregação que levou a população pobre, principalmente negra, a ter que viver justamente nas encostas que sempre deslizam.

Para piorar, com as mudanças climáticas, causadas pela sede de lucro de alguns bilionários capitalistas, tem se tornado cada vez mais frequente chuvas fortes e torrenciais em várias parte do pais.

Esta situação impõe a necessidade de se fortalecer o Cemaden e o monitoramento e prevenção de desastres em nosso país. Mas isto apenas soluciona o problema no curto prazo, pois chuvas e tempestades sempre ocorrerão.

A saída para fazer o povo não precisar viver em áreas com riscos de desastres é uma ampla reforma urbana, que garanta moradia digna a toda população. É preciso também uma mudança radical nas estruturas das cidades, tornando elas mais acessíveis e sustentáveis.

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