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domingo, 6 de outubro de 2024

Mulher é vítima de feminicídio pelo marido em Curitiba

Mulher de 29 anos assassinada em Curitiba. Feminicídio do último domingo marca aumento da violência contra a mulher no Paraná. Falta de políticas públicas e ataques fascistas são algumas das causas da expansão da violência machista.

Emily Kaiser e Gabriela Torres | Curitiba


MULHERES – No último domingo (9), Naiara Paula da Conceição Silva, 29, foi assassinada dentro de casa, no bairro Santa Cândida, em Curitiba. De acordo com a delegada Aline Manzatto, a vítima foi enforcada com um cabo de carregador de celular e esfaqueada duas vezes no peito. O marido de 38 anos, principal suspeito do crime, deixou um bilhete que a culpava pela separação do casal, chamou a Polícia Militar e tentou suicídio com duas facadas em seu próprio peito. Foi encaminhado para um hospital e será investigado pela Delegacia da Mulher como mais um caso de feminicídio na capital.

Este caso de violência contra à mulher não é isolado no estado do Paraná. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), foram registrados, apenas em 2022, 1.410 feminicídios no Brasil, 30% a mais que no ano anterior. Desse total, 274 casos foram registrados no Paraná, representando 19,4% de mulheres brasileiras assassinadas. 

O discurso fascista, e a política genocida reforçados pelo ex-presidente Bolsonaro, fez com que a violência contra as mulheres aumentasse consideravelmente. O atual governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), é um declarado apoiador do ex-presidente e se mantém alinhado com todas as propostas do governo fascista, sem investir em políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher.

Apenas no Paraná foram registrados 44.493 novos casos de violência contra as mulheres em 2022, segundo o Tribunal de Justiça (TJ-PR). A Casa da Mulher Brasileira, localizada no bairro Cabral, atendeu a média de 35 mulheres por dia ano passado. E durante a pandemia, o número de mulheres buscando ajuda pela primeira vez aumentou. 

Em 2023, alguns casos exemplificam essa violência, como o de Rozélia Maria Martins Caldas, de 50 anos, assassinada pelo ex-marido, inconformado com o fim da relação, no dia 7 de janeiro na Região Metropolitana de Curitiba.

Em 11 de março, um vereador de Piraquara, município da Grande Curitiba, foi preso em flagrante ao agredir a esposa poucos dias depois de uma homenagem à ela no dia 8 de março. Em 24 de fevereiro, aconteceu o julgamento do feminicídio de Ana Paula Campestrini, motivado por lesbofobia que ocorreu em 22 junho de 2021, assassinada com 14 tiros a mando do ex-parceiro, que não aceitava o seu novo relacionamento com uma mulher.

Os casos registrados evidenciam a deficiência de políticas públicas que combatam a violência de gênero, os resquícios do avanço do fascismo na sociedade brasileira e a importância da organização da luta feminista no estado. Forças políticas que se comprometam a combater essa realidade de violência, como o movimento nacional de mulheres Olga Benario, se mostram necessários para pressionar nas ruas o Estado a cumprir o seu papel e criar condições para que as mulheres trabalhadoras parem de ser alvo da violência dentro e fora de suas casas.

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