Redação Bahia
SALVADOR/BA – No último sábado (01), ocorreu no Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Sindprev-BA) o 4º Congresso Estadual da Unidade Popular na Bahia com o tema “Na Bahia fascista não se cria: punição aos golpistas de ontem e de hoje”. Além de colocar o sobre memória, verdade e justiça na data em que exigimos a punição dos golpistas que há 59 anos implementaram um regime de terror à classe trabalhadora brasileira, o congresso focou na organização dos núcleos da UP no estado e a importância da contribuição individual regular dos filiados ao partido.
Com uma abertura repleta de apresentações culturais e falas sobre a importância da Unidade Popular para a luta antifascista no Brasil, o plenário entoou palavras de ordem e lotou o auditório em que o evento ocorreu. O congresso contou com a participação de Edivaldo Santa Rita, diretor do Sindprev; Lucivaldina Brito, secretária de Administração e Finanças do Sindprev e coordenadora geral da CUT Mulheres; Hilton Coelho, deputado estadual pelo PSOL-BA; Rafael Borges Gonçalves, indígena filiado à Unidade Popular e representante da Retomada Indígena Tupinambá em Abrantes/BA; e representações dos partidos, movimentos sociais e entidades como Partido Comunista Revolucionário (PCR), Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), Movimento Luta de Classes (MLC), Movimento de Mulheres Olga Benario, União da Juventude Rebelião (UJR), Federação Nacional dos Estudantes em Escolas Técnicas (FENET) e a AMES Salvador.
Exigir a punição dos torturadores e golpistas de ontem e de hoje é a principal tarefa antifascista no Brasil hoje
Após a abertura, o Congresso também contou com um ato de rua que aconteceu nacionalmente em várias cidades do Brasil e em Salvador ocorreu no Memorial em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos da Ditadura MIlitar no Campo da Pólvora a apenas alguns metros de distância do local de realização do evento. Delegados e observadores participantes do Congresso tomaram as ruas da Av. Joana Angélica, tradicional rua de comércio do centro da capital baiana, em marcha até o local de realização do ato, enquanto entoavam palavras de ordem contra a ditadura militar e pela punição de Bolsonaro e seus cúmplices.
O ato foi marcado por intervenções organizadas pela Comissão Baiana de Memória, Verdade e Justiça homenageando as pessoas que tombaram na ditadura militar como Carlos Marighella, Nilda Carvalho Cunha, Pedro Domiense, Manoel Lisboa, Emmanuel Bezerra, Manoel Aleixo, Iara Iavelberg e Margarida Alves. Em sua intervenção poética Negra Winnie, poeta popular de Lauro de Freitas (BA), ressaltou como o terror da tortura e violência do período da ditadura militar ainda é imposto nas favelas através do genocídio continuado de jovens pretos e pobres. “Ele não é o meu grito! / Ele não pelo bem da democracia, eu acredito / Ele não, outro irmão baleado meio sujo e favelado, um tanto desmantelado / Matando a favela, candidato?” declamou a artista.
Bianca Plessym, coordenadora nacional do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), também lembrou que o capitalismo é responsável pela perpetuação do fascismo e somente com a luta popular pelo socialismo a classe trabalhadora será liberta: “Se o povo não tiver no poder, a gente não resolve isso. […] Por que conciliar com esse sistema capitalista é conciliar com a morte dos nossos, a nossa morte e a morte da classe trabalhadora!”
Organizar-se na UP e construir um grande partido antifascista no Brasil
Durante o debate aberto às intervenções do plenário no Congresso, a militância ressaltou a importância de participar nos núcleos de luta da Unidade Popular que se reúnem mensalmente a cada primeiro sábado de Brigada Nacional do Jornal A Verdade no mês. A participação de cada filiado nas reuniões é essencial para construir a luta antifascista no estado, as lutas em defesa dos interesses imediatos do povo trabalhador, daqueles sem direitos, dos sem teto, dos sem-terra, pela valorização dos servidores públicos, em defesa da saúde e da educação.
Além disso, o partido na Bahia reafirmou seu compromisso com a construção material e autossustentada de sua atuação, bancando apenas com as taxas de participação no congresso no valor de R$ 20 toda a atividade com estrutura de som, almoço, auditório, entre outras.
Por fim foi aprovada uma Carta de Salvador, resolução construída pelo Comitê Preparatório do 4º Congresso Estadual da Bahia, contendo uma análise da conjuntura nacional e baiana, bem como a necessidade de construir esse instrumento valioso para o povo brasileiroem sua luta por libertação: a Unidade Popular. Foi eleito um novo diretório estadual com representações de diversas cidades como Vitória da Conquista, Jacobina, Feira de Santana, Cachoeira, Santo Antônio de Jesus e movimentos sociais, bem como reelegendo Jalícia Muricy como vice-presidente e Eslane Paixão como presidente do partido.