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sábado, 27 de abril de 2024

Política imperialista causa morte de mais 78 imigrantes em naufrágio na Grécia

Crise migratória no Mar Mediterrâneo já causou morte de ao menos 25 mil pessoas desde 2014. Povos africanos e asiáticos tentam fugir da guerra e da exploração imperialista para ter uma vida melhor na Europa. Governos europeus mantém política hipócrita e xenofóbica de proibição da imigração.

Felipe Annunziata | Redação


INTERNACIONAL – A crise migratória, provocada pela exploração imperialista no mundo, deixou mais 78 vítimas na costa da Grécia no dia 14 de junho. Além dos mortos, centenas de pessoas foram resgatadas com vida e estão refugiadas no país europeu.

Todos os dias milhares de pessoas fogem da guerra, fome e desemprego na África e no Oriente Médio para tentar uma vida melhor na Europa. Segundo um relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência vinculada à ONU, entre 2014 e 2022, mais de 25 mil pessoas morreram tentando cruzar o Mar Mediterrâneo em direção a Europa.

Segundo a OIM também, cerca de 60% das mortes não são documentadas e milhares de pessoas desaparecidas e mortes sequer tem sua nacionalidade identificada até hoje. Esta tragédia é consequência de séculos de espoliação colonial que a Europa impôs a dezenas de países africanos e asiáticos.

Imperialismo está na origem da crise migratória no Mediterrâneo

A exploração econômica imperialista das riquezas naturais, o domínio das multinacionais europeias das economias destes países e o armamento e incentivo a conflitos armados entre os povos destes lugares são algumas das situações que levam a imigração.

Para se ter uma ideia, a França é o país com a maior reserva de ouro do mundo, mesmo não tendo nenhuma mina no seu território. Grande parte desta riqueza foi acumulada após a colonização de diversos territórios em África.

No Oriente Médio e na Ásia Central, a política do imperialismo foi de causa sucessivas guerras e tentar manter o controle da produção de petróleo e gás natural. Estes são os exemplos da Guerra Civil Síria (desde 2011), da guerra no Iêmen e dos conflitos no Iraque e Afeganistão.

Toda esta política de exploração e guerras está na origem da crise migratória. Isto porque leva milhões de pessoas todos os anos a terem que fugir de suas casas para se manter vivas ou tentar uma vida melhor. Ao mesmo tempo, um punhado de bilionários europeus, estadunidenses e de outras nacionalidades, lucram com a venda de armas e extração das riquezas destes países.

Imperialismo responde a crise com xenofobia e morte

As 78 mortes desta semana são reflexo também da resposta dos países europeus à crise migratória que eles mesmos causaram. Após explorar os países de origem dos imigrantes, os governos da Europa passaram a adotar uma política de fronteira fechada aos povos que vem de África e Ásia. Os que conseguem entrar sofrem todo tipo de racismo e xenofobia.

Esta situação coloca milhões de pessoas em risco, pois elas buscam a passagem por meio de traficantes de pessoas que as colocam nas condições mais desumanas para fazer a travessia. Daí que são noticiadas todos os dias as histórias de barcos que naufragam ou que fazem a navegação de forma perigosa com centenas de pessoas dentro.

Somente com um enfrentamento definitivo ao imperialismo teremos condições de reverter este cenário. O fim dos monopólios econômicos imperialistas, a derrota das políticas de fronteiras fechadas e uma ampla política de reparação a séculos de espoliação são algumas medidas que os povos do mundo terão que impor para acabar com esta tragédia.

 

 

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