Movimento Correnteza conquistou vitórias históricas em universidades de vários pontos do país.
Redação
O Movimento Correnteza, que faz oposição à burocrática diretoria majoritária na União Nacional dos Estudantes (UNE), obteve importantes vitórias nas eleições para os Diretórios Centrais dos Estudantes das Universidades Federais do Piauí, Mato Grosso do Sul e ABC, além da UnB e Unicamp.
Na Universidade Federal do Piauí (UFPI), a eleição ocorreu nos dias 14 e 15 de junho e teve a participação de 3.600 estudantes. Mesmo com toda a campanha de mentiras e despolitização promovida pela UJS, a Chapa 2 (Correnteza e Rua) venceu com 1.960 votos contra 1.722 da Chapa 1. “Essa foi a primeira eleição presencial do DCE após a pandemia e foi bastante desafiadora. Toda nossa militância se mobilizou para dialogar com os estudantes sobre as demandas da universidade, denunciar o novo teto de gastos e a falta de democracia interna na UFPI, já que, até hoje, estamos sob intervenção na Reitoria. Também defendemos aumento da segurança, a construção de um novo restaurante universitário, a reforma da residência estudantil e o aumento das bolsas”, explicou a estudante de História Thays Dias, eleita coordenadora do DCE.
Na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), a eleição do DCE terminou, no último dia 21 de junho, com a vitória da chapa “É Tudo Pra Ontem” (Correnteza, UJC e independentes). Ao todo, 1.162 estudantes votaram na Chapa 2, contra 524 votos da chapa encabeçada por UJS e PT. “Foi a primeira vez que o Correnteza disputou a eleição do DCE da UFMS, que estava sem eleições há quatro anos. Nosso desafio agora é fazer a luta pela permanência estudantil na capital e nos campi do interior, reorganizar as entidades de base e construir uma gestão participativa, democrática e de luta”, disse a estudante de História Izabella Britto, eleita vice-presidente.
Em São Paulo, na Universidade Federal do ABC (UFABC), a chapa “Estudantes na luta: por uma UFABC pintada de povo”, composta pelo Correnteza, Juntos, UJC e Travessia, venceu por 1.358 votos contra 584 votos da outra chapa. A presidente eleita do DCE, a estudante de Licenciatura em Ciências Humanas Kananda Alves, ressaltou que essa vitória foi resultado do trabalho de base que não deixou de ser realizado. “No último ano, continuamos fazendo o trabalho do movimento dentro da universidade, lutando por melhores condições de ensino e permanência e tocando a luta dos estudantes. Isso foi fundamental para que conseguíssemos voltar ao DCE”.
Já na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), uma das universidades mais importantes do país, o Correnteza chegou pela primeira vez à direção do DCE, em composição com o Juntos e a UJC. Na eleição, realizada no último dia 23 de junho, concorreram quatro chapas, e a chapa “É hora de lutar!” obteve 1.309 votos contra 261 votos da aliança entre UJS e PT. Nas palavras de Valentina Spedine, estudante de Ciências Sociais e militante da UJR, “a maioria dos estudantes aceitou nosso programa de luta e quer uma mudança verdadeira no movimento estudantil da universidade”.
Por fim, entre os dias 20 e 22 de junho, mais de 6.500 estudantes participaram da eleição para o histórico DCE Honestino Guimarães, da Universidade de Brasília (UnB). Com 4.047 votos (55,4%), a Chapa 3 “Ponta de Lança”, composta pela Associação de Acadêmicos Indígenas, Juntos, UJC, Manifesta e Correnteza, derrotou o chapão da majoritária da UNE (UJS, Levante, PT, PDT, PSB e Afronte), que obteve 2.846 votos.
Edson Victor, estudante de Filosofia e militante da UJR, afirmou que “esses votos são daqueles que acreditaram na mobilização. Essa gestão vai defender as pautas dos estudantes da universidade, em conjunto com os DAs e CAs. Vamos transformar o DCE Honestino Guimarães numa importante ferramenta de luta dos estudantes na capital do país”.
Para Isis Mustafa, secretária-geral da UNE e militante da União da Juventude Rebelião (UJR), “a eleição de diretorias de luta para esses DCEs expressa a vontade dos estudantes em mudar a educação e o Brasil. É muito importante a defesa de um programa que lute por mais verbas para a Educação, contra o novo teto de gastos proposto pelo governo e que não esconda que a luta principal da juventude hoje é por condições dignas de estudo, permanência e trabalho. Essas são as bandeiras que levaremos ao próximo Congresso Nacional da UNE”.
Matéria publicada na edição nº 274 do Jornal A Verdade.