Operações da Polícia Militar no Rio de Janeiro são constantes e ceifam a vida de trabalhadores nos bairros pobres e favelas.
Redação Rio
BRASIL – A Polícia Militar do Rio de Janeiro realizou hoje, 02/08, mais uma operação na favela da Vila Cruzeiro, situada no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio. Segundo informações da própria PM, a operação teria sido realizada para impedir uma “reunião” entre lideranças do Comando Vermelho que estava marcada para acontecer na região.
Moradores relatam que os tiros começaram às 3h da madrugada e se estenderam até às 14h. Além dos mortos e feridos, milhares de trabalhadores foram impedidos de sair de suas casas e ao menos 3.220 estudantes ficaram sem aula.
Chacinas como política de governos
Somente no início desta semana, somando Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, já são quase 50 pessoas assassinadas em chacinas. Essas operações violentas que ocorrem em todo território nacional são justificadas pelos governadores e chefes de segurança pela política de “guerra às drogas”. Entretanto, como já sabemos, as drogas não são produzidas dentro das favelas, as operações são, na verdade, uma forma do Estado conter a revolta e organização do povo pobre utilizando seu aparato de violência de maneira brutal e desumana, com a intenção de marginalizar o povo, privando-o do direito de ir e vir.
Nas mídias burguesas, é dito que ”11 pessoas baleadas são suspeitas de participar da troca de tiros”, ou seja, são anunciadas como criminosos sem sequer terem a chance de se defender. Algo já rotineiro na vida de jovens negros, que frequentemente são ”confundidos” e, muitas vezes, perdem a vida apenas por existirem.
Há pouco mais de um ano, no mesmo local, ocorreu uma chacina que foi considerada a segunda mais letal no Rio de Janeiro, totalizando 26 mortos. Isso é mais uma evidência da farsa do caráter ”pacificador” do Estado Burguês.
Os anos passam, os governos mudam e a mesma política violenta e anti-povo permanece. A cada dia se torna mais evidente a necessidade da superação deste modelo atrasado de segurança pública que só serve para proteger o patrimônio dos muito ricos, enquanto impõe guerras e chacinas nos territórios ocupados pelo povo pobre. Para isso, é necessário, em todos os espaços, apresentar a perspectiva da construção da sociedade socialista.