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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Nada mudou depois de 8 meses de aumento da passagem nos trens do RJ

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No dia 2 de fevereiro deste ano, foi aprovado o aumento da passagem de trem para R$7,40, com a principal justificativa do aumento da inflação. Como esperado, o serviço não melhorou e cada vez mais a população sofre as consequências da ganância dos grandes empresários.

Maria Eduarda Araújo | Rio de Janeiro


BRASIL – No início do ano, acompanhamos filas enormes para habilitação do Bilhete Único Intermunicipal, centenas de trabalhadores na tentativa de continuar pagando 5 reais afinal a passagem altera com a inflação mas o salário permanece o mesmo. Agora, oito meses depois, o governo anuncia que o direito à passagem a R$5 só poderá ser concedido a quem recebe menos de R$3.200 e todos precisarão se recadastrar se quiserem continuar pagando mais barato. Mais uma expressão da tentativa de burocratizar o processo e lucrar em cima da desgraça do povo que tem como única opção o trem.

Com o aumento, quem antes gastava R$220 por mês para ir e voltar do trabalho, passa a gastar R$325,60, um valor absurdo que faz diferença no final do mês. Para aqueles que recebem um salário mínimo, o valor relativo da passagem é igual a 29% do salário, obrigando muitas pessoas a escolherem entre se alimentar, pagar uma conta ou conseguir trabalhar para garantir seu sustento. Dados da própria empresa apontam lucros anuais superiores a 40 milhões de reais. Enquanto a eles enchem os bolsos, para o povo só o descaso.

Intervalos de 40 minutos, trens superlotados impossíveis de entrar, escadas rolantes só de enfeite, fim do expresso Santa Cruz que acarreta horas a mais de viagem, suspensão de linhas da Baixada Fluminense durante finais de semana e feriados e ainda, das 104 estações, apenas 21 possuem banheiro. A atual situação é um caos, é a verdadeira realidade que reforça que quem lucra com nosso sofrimento não se preocupa com a vida dos seus passageiros.

Os donos da supervia não sobreviveriam um dia com esse transporte, mas submetem todos os dias milhares de pessoas a isso.‘ Não por acaso, segundo o ranking de atendimento ao cliente da IBRC, a supervia está na posição 169º, antepenúltimo lugar.

Chega de privatização

No início do ano, a empresa japonesa que controla o serviço de trens do Rio afirmou que não tem interesse em manter o contrato. Neste momento não podemos nos iludir com mais uma concessão, a solução é lutar pela reestatização.

Enquanto a gestão for privada, empresas milionárias farão de tudo para lucrar e deixarão o serviço cada vez mais caro e precário. Em São Paulo, a situação não é diferente, após o consórcio Via Mobilidade 8 e 9 assumir o controle de duas linhas, o tempo de espera aumentou e a qualidade caiu. Em Belo Horizonte, os prejuízos envolvem aumento da tarifa e demissões em massa.

O transporte público é a principal forma do brasileiro se locomover pela cidade, ele garante o direito à mobilidade urbana. No Rio de Janeiro, os trens são fundamentais para moradores da baixada fluminense e zona oeste terem acesso a serviços básicos e direito à cidade, por isso precisam atender às demandas do povo que está exausto do descaso diário.

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