Quatro de Setembro, por Yasmim Barros
No dia que diriam que tombamos,
Erguemos nossas bandeiras bem alto,
Derrubando os que tomaram de assalto
A vida dos nossos militantes.
Reforçamos hoje, como antes,
O nosso ímpeto revolucionário,
Em nome de Amaro Luiz de Carvalho
E de seus companheiros de luta.
Do fundo dos porões ‘inda se escuta
O grito de dor sufocado,
O choro em soluço calado,
O pranto emudecendo a voz.
Negaram a verdade a nós!
Sabiam que a história inspirava
A luta de quem já fraquejava,
Mostrava um povo atento e forte.
Os comunistas não temem a morte! –
Que vem por tenentes ou generais.
Não há dor que não se aguente mais,
Que valha a denúncia de um companheiro.
Protegerei os outros primeiro,
Para que não caiam comigo!
Acima de tudo, o Partido,
Para que sigam o nosso trabalho.
Comunistas revolucionários,
Pelo vermelho de nossa bandeira,
Saudemos Emmanuel Bezerra,
Honremos sua memória,
Não deixando sua história
Contada como tentaram.
Dos fatos que omitiram, mudaram,
Muito se ouviu falar.
Obrigada, Edival Nunes Cajá,
Por ter sua luta mantido,
Pela memória dos seus amigos
Que nos permitiu conhecer.
Lutamos também por você!
Para dar continuidade
À busca pela Verdade,
Justiça e Reparação.
Nenhuma luta terá sido em vão!
Teremos o nosso desfecho,
Em nome de Manoel Aleixo,
Nessa luta de cidade e de campo.
Conhecerão seus nomes em todo canto
No dia da luta derradeira,
Bem como o de Amaro Félix Pereira,
Terror de tantos patrões.
E por fim, do fundo dos nossos pulmões,
O fôlego que nossa voz entoa:
Viva Manoel Lisboa!
Viva os nossos heróis!
Yasmim Barros, professora da rede municipal do Rio de Janeiro