Professores, educadores populares, estudantes de licenciatura e outros interessados em se somar às atividades da Escola participam da Jornada de Formação.
Guilherme Arruda, militante do MLB | São Paulo (SP)
EDUCAÇÃO| A Jornada se estruturou em torno de quatro encontros em que foram debatidos temas como a história do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e da Escola Nacional Eliana Silva, o Projeto Político Pedagógico (PPP) da Escola, as teorias pedagógicas de Nadezhda Krupskaya e as metodologias e práticas de experiências de educação popular construídas por revolucionários em países como a União Soviética e Angola.
Guilherme Fonseca, bancário e militante do MLB, participou da Jornada e opinou “foi muito importante, pois nela tive contato com o trabalho pedagógico revolucionário. Esse tipo de Jornada mostra que podemos e devemos ter uma educação revolucionária libertadora para resistir contra os grandes grupos educacionais privados”.
Os inscritos da Jornada também foram convidados para uma caminhada pelos bairros do Glicério e da Liberdade, na região onde ficam as ocupações Jean-Jacques Dessalines e Dom Paulo Evaristo Arns do MLB. Na atividade, educadores e educandos discutiram as relações entre educação e território a partir do exemplo prático do local onde a Escola atua em São Paulo.
Lucas Sanches, estudante de história na USP e professor da Escola Eliana Silva, coordenou as discussões feitas na caminhada. “Visto que nossa escola busca a inserção nos bairros, vilas e favelas, conhecer nosso espaço de atuação é fundamental. Sendo assim, a partir da contribuição dos participantes e da conversa com os moradores, discorremos sobre a formação histórica do bairro e seu perfil atual, além de levantar possibilidades para nossa atuação nos âmbito da educação e da cultura”, afirmou.
Ferramenta de educação popular do MLB, a Escola Nacional Eliana Silva organiza creches nas ocupações, alfabetiza os militantes do movimento e promove cursos de formação política. Seu nome homenageia uma companheira fundadora do movimento em Minas Gerais, que sempre lutou para que a educação fosse uma prioridade em seu trabalho político.
Na capital paulista, a Escola conta hoje com uma unidade ativa na favela do Linhas Corrente, na Zona Leste, onde foi ponta de lança da estruturação do MLB na região. Ali, seus membros já organizaram cursos de alfabetização para jovens e adultos e hoje preparam os moradores da comunidade para a prova do ENCCEJA. No ano passado, a Escola também realizou aulas de alfabetização no bairro da Luz, em parceria com a Casa de Oração do Povo da Rua, do padre Júlio Lancellotti.
A Jornada de Formação busca ampliar o trabalho da Escola Eliana Silva na cidade. Todos os participantes, após a conclusão do ciclo formativo que os familiarizou com a teoria e a prática da educação popular, serão convidados a construir novas unidades da Escola.
Para participar não é necessário ter formação universitária ou experiência prévia com educação popular. A Escola é aberta a todos que defendem a luta do MLB, bastando entrar em contato com seus coordenadores para integrar-se à construção de uma das unidades ativas ou em processo de criação.
Em seu Relatório sobre a revolução de 1905, Lênin aponta que “a verdadeira educação das massas não pode nunca ser separada de uma luta política independente e sobretudo da luta revolucionária das próprias massas”. Por isso, é essencial que os revolucionários brasileiros fortaleçam seu próprio instrumento de educação das massas: a Escola Nacional Eliana Silva.