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domingo, 6 de outubro de 2024

A Bahia lidera ranking de feminicídio no Nordeste

Para combater o feminicídio, o estado com 417 cidades conta só com 15 delegacias da mulher (DEAM), abarcando apenas 3,5% de todo território.

Giovana Ferreira (BA) – Movimento de Mulheres Olga Benario


MULHERES| Um dos estados mais importantes do Nordeste e do país, a Bahia, lidera o ranking de mulheres assassinadas por feminicídio na região com 91 casos registrados em 2022, segundo o boletim “Elas vivem: dados que não se calam” da Rede de Observatórios da Segurança. O estudo também mostra que a violência contra a mulher no estado aumentou em apenas um ano 58%, totalizando 316 crimes.

Como aponta também que 75% das violências são realizadas por companheiros ou ex-companheiros das vítimas. Assim, os dados apresentados reforçam e evidenciam na prática o que a sociedade capitalista e sua ideologia pregam sobre a vida das mulheres, onde afirmam que a mulher é uma propriedade do homem.

É visto cotidianamente as consequências na vida das mulheres causadas pela reprodução do machismo em que os homens são ensinados a praticar. Onde até decidem quando vão ou não tirar a vida das suas companheiras, irmãs, filhas, etc. como foi o caso de uma mulher, em abril deste ano, em que foi assassinada após ter sido espancada no centro de Salvador. Após sofrer as agressões, a vítima foi mantida em cárcere, já em coma, e só depois de três dias foi encontrada e levada ao hospital.

Além de sofrer essa tamanha brutalidade, vivenciou a negligência do Governo do Estado da Bahia e a precarização da saúde para salvar a vida das mulheres que são violentadas, já que foi obrigada a esperar por mais três dias para ser internada em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Dias depois anunciaram seu falecimento. 

Como foi o caso também da mulher de 34 anos, Raquel da Silva Almeida, que foi assassinada e teve seu filho, de 11 anos, ferido com facadas nos braços, no peito e no pescoço pelo marido no bairro de Massaranduba, localizado na periferia da capital baiana. No dia seguinte ao crime, o suspeito, Diego Andrade, se apresentou na delegacia e logo foi liberado por não haver requisitos legais para a prisão em flagrante.

O Brasil se encontra na quinta posição na lista de país que mais mata mulheres no mundo. Na Bahia, todo ano o índice de feminicídio cresce e em 2023 já foram contabilizados 68 casos de feminicídio, uma média de 7,5 por mês.

Por tudo isso, se faz necessário desenvolver e ampliar as políticas públicas para o enfrentamento das violências contra as mulheres, entretanto o estado que possui 417 municípios conta somente com 15 delegacias da mulher (DEAM), abarcando apenas 3,5% de todo território baiano, sendo ainda que todas elas só funcionam em horário comercial – das 8h às 18h, quando estão abertas para receber as mulheres que necessitam de ajuda.

De fato, em todo Brasil, o estado se coloca em posição de omissão quando o assunto é a violência contra a mulher. Em um país em que uma mulher é morta a cada sete horas, é necessário colocar na ordem do dia para toda sociedade a pauta da violência contra as mulheres.

Como também é primordial organizar as mulheres de todo país para desenvolver grandes jornadas de lutas com o objetivo de cobrar dos governos a ampliação das políticas públicas nesse combate, além de lutar por uma sociedade socialista em que não haverá exploração dos trabalhadores e das trabalhadoras e também haverá a possibilidade de superar o machismo e o patriarcado que hoje está a serviço da manutenção dos ricos no poder e a permanência da mulher nos piores postos de trabalho, com salários mais baixos, além de manter seu papel de cuidado e reprodução da classe trabalhadora.

Para combater o feminicídio, o estado com 417 cidades conta só com 15 delegacias da mulher (DEAM), abarcando apenas 3,5% de todo território.
Faixa “Basta de Feminicídio” (Foto: Reprodução)

 

Se organize no Movimento de Mulheres Olga Benario para combater a violência e lutar por uma sociedade mais justa!

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