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terça-feira, 30 de abril de 2024

Refundação do DCE da UNESP dá seus primeiros passos

Após 17 anos desativada, reconstrução da entidade foi aprovada em histórico congresso dos estudantes da UNESP

Natalia Fernandes | Assis


EDUCAÇÃO – A refundação do DCE Helenira Rezende, companheira que inclusive viveu em Assis, expressa o entendimento dos estudantes da UNESP sobre a importância da entidade como ferramenta fundamental para centralizar as demandas da universidade e construir lutas tão grande quanto a sua diversidade, desenvolvendo estratégias de mobilizações que visem a melhoria das condições de permanência estudantil, a contratação de professores, TA’s e funcionários.

Isso significa dar uma nova forma para o movimento estudantil do Estado e unificar a luta dos estudantes que ocupam desde a fronteira com Minas Gerais até a Baixada Santista em pautas comuns à educação pública e de qualidade.

Natalia, militante do CAPSia e do Psicoracializada, diz em entrevista para o Jornal A Verdade: “Esse conselho histórico, acontece em uma cidade construída ao redor do campus que foi erguido pelas trabalhadoras e trabalhadores que ali moravam! A aprovação das propostas do Conselho significa dar vida ao legado de Helenira Rezende e é o primeiro passo para a reconstrução do DCE. E também para os estudantes locais que viram o Ru funcionar pela primeira vez à noite e aos finais de semana, isso mobiliza a luta para que os RU’s funcionem de forma que a insegurança alimentar não seja um fantasma de uma universidade que é do povo e que hoje não o acolhe, o que impede sua permanência. Nesses quatros dias em Assis, estudantes que lutaram muito para que esse espaço acontecesse fizeram história aprovando as bases de um novo movimento estudantil estadual”.

Processo democrático de refundação

O Conselho de Entidades Estudantis da UNESP (CEEU) aconteceu no penúltimo final de semana de novembro, do dia 24 ao dia 27, no Campus de Assis, sendo o segundo após a pandemia e depois de mais de 5 anos sem reunir a comunidade estudantil presencialmente para o debate.

O evento ocorreu em duas partes: a primeira em Araraquara para debater pautas sobre o Restaurante Universitário e Comissão de Segurança Alimentar Nutricional Sustentável (SANS), Órgãos Colegiados, Ensino e Pesquisa, Permanência Estudantil, Acessibilidade e Inclusão e Extensão Universitária e Cultura, levantadas pela comunidade dos 24 campi

A segunda etapa, em Assis, reuniu mais uma vez estudantes de 17 campi determinados em terminar as propostas não aprovadas no CEEU de Junho e debater a construção e o regimento do Congresso de Estudantes da Unesp (CEU), responsável por definir e reviver o estatuto do DCE Helenira Rezende que está inativo há quase 17 anos.

A UNESP conta com 24 campi espalhados entre o interior, capital e litoral, mas é a estadual que menos recebe repasse orçamentário proporcional. Nesse contexto, ainda assim foi a primeira das estaduais a implementar o sistema de reserva de vagas que, por sua vez, vem sendo duramente atacado e sofrendo com políticas de permanência insuficientes e não condizentes com a realidade de uma das universidades mais pretas e pobres do estado.

Portanto reconstruir o DCE Helenira Rezende, debater políticas de permanência, combate ao racismo e da população LGBTIA+, além de  estratégias de luta e mobilização estaduais são tarefas fundamentais para que a juventude e a classe trabalhadora possa de fato acessar e permanecer na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”.

A refundação do DCE

O DCE homenageia uma mulher preta e guerrilheira comunista e sua reconstrução fortalece os espaços da democracia estudantil, da voz dos corredores e das salas de aula. O processo ocorreu a partir de grande mobilização e luta estudantil que exigiu o respeito às suas decisões e dignidade nas condições do Conselho.

A fim de assegurar o calendário do CEEU tirado pelos estudantes, infraestrutura, transporte e nutrição segura, uma série de atos foi realizada no Campus de Assis garantindo estadia e transporte para mais de 350 estudantes de 17 campi, além da vitória histórica que assegurou a abertura e alimentação no RU do campus ao longo do final de semana, juntamente de um orçamento de R$34mil.

Esse importante espaço foi fruto de uma grande luta coletiva que só foi possível graças aos estudantes, juntamente das suas entidades, que decidiram dizer basta para a violência e descaso que sofrem no dia a dia da universidade, mostrando que nenhuma conquista soa impossível quando o caminho é feito por lutas travadas no cotidiano.

Esse cenário de vitórias, que contou com uma delegação histórica do Movimento Correnteza de 3 campi, bem como estudantes que lutaram na linha de frente ao nosso lado, permitiu uma renovação do movimento estudantil da UNESP e que Plenária Final do Congresso aprovasse o regimento do Congresso de Estudantes, onde será acordado o estatuto de refundação do DCE, em São José do Rio Preto, no primeiro quadrimestre de 2024 .

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