UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

domingo, 8 de dezembro de 2024

Mulheres ocupam casa abandonada no Centro de Curitiba para criar Centro de Referência

Outros Artigos

A ocupação foi organizada em um espaço abandonado há quase dez anos e que não cumpria função social, e é a 22ª casa construída pelo movimento no país.

Redação


O Movimento de Mulheres Olga Benario realizou uma nova ocupação na capital paranaense, fundando a Casa de Referência da Mulher Rose Nunes. Localizada no Centro de Curitiba, o objetivo do movimento é construir um centro de referência para atender mulheres em situação de violência.

A ocupação foi organizada em um espaço abandonado há quase dez anos e que não cumpria função social, e é a 22ª casa construída pelo movimento no país. Inaugurada no dia 27 de março, a atividade abre a agenda de lutas do movimento em abril, em memória às mulheres assassinadas pela ditadura militar fascista, que completa 60 anos de sua consolidação em 2024.

O estado do Paraná, segundo dados do Laboratório de Estudos de Feminicídio da UEL (Lesfem) é o terceiro estado em números de feminicídios no país. Essa realidade de opressão não é combatida de forma eficaz através de políticas públicas. Para Emily Kaiser, coordenadora nacional do movimento, os serviços existentes ficam disponíveis apenas em horário comercial, em alguns dias menos. A Delegacia de Curitiba, única no estado com atendimento 24 horas, funciona com serviços reduzidos, a depender do horário em que a vítima for. O atendimento da CMB se restringe aos residentes da cidade de Curitiba, e só existe acolhimento em risco de morte iminente.”

Roseli Celeste Nunes da Silva; ou Rose, como era conhecida; foi uma dirigente do Movimento Sem Terra (MST). Defensora do direito das mulheres, trabalhadora da agricultura e mãe de três filhos, Rose organizou a ocupação da Fazenda Annoni, consolidada por mais de 7 mil famílias sem terra no norte do Rio Grande do Sul, a maior ocupação da história do estado. 

Originária de Rondinha, um pequeno município gaúcho, se organizou e se tornou uma militante pela vida dura que viveu desde cedo: “Ela dizia que na cidade passava fome e que na luta pela terra, ao menos, teria onde plantar alimentos para sobreviver. Na hora de fazer a segurança ela sempre estava lá, nunca arredava o pé do acampamento. Sempre sorrindo, era positiva e para frente, nada a puxava para trás. Rose defendia os direitos das mulheres, falava que não podíamos nos acomodar e que tínhamos que lutar ao lado dos homens” relata Juraci Lima, assentada do MST que conheceu a revolucionária.

O Movimento de Mulheres Olga Benario atua nacionalmente organizando as mulheres no enfrentamento à violência e pela construção do socialismo. O Brasil é o 5º país que mais assassina mulheres no mundo, por isso o movimento realiza ocupações e realiza o acolhimento às vítimas de violência através de uma rede de profissionais voluntárias; advogadas, psicólogas, assistentes sociais, etc., com o objetivo de apresentar uma alternativa à realidade de violência e miséria que hoje as mulheres se encontram.

A Ocupação Rose Nunes nasce para denunciar a insuficiência das políticas públicas de enfrentamento à violência de gênero, atender as vítimas e organizar as mulheres por um mundo novo livre de opressão!
Rose Nunes vive!

Conheça os livros das edições Manoel Lisboa

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes