Servidores da educação federal em greve fazem ato no RJ antes de negociação com governo

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Trabalhadores e estudantes em greve da rede federal de educação paralisaram a Linha Vermelha, na Zona Norte do Rio, no dia 5/6 . Governo e grevistas se preparam para série de reuniões de negociação na próxima semana. 

Redação


TRABALHADORES – No último dia 5 de junho, foi a vez do Rio de Janeiro receber mais uma importante manifestação das categorias em greve da rede federal de educação. Sindicatos das bases da Fasubra, Sinasefe e ANDES, com o apoio do movimento estudantil, se reuniram na Cidade Universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e caminharam até a Linha Vermelha, uma das principais vias expressas da capital fluminense.

Os técnicos administrativos em educação (TAEs) da UFRJ estão em greve desde março e vem se mobilizando junto às outras universidades institutos e institutos, o que tem mantido uma alta taxa de adesão da categoria após mais de dois meses de paralisação. No fim de maio, os TAEs foram seguidos pelos estudantes, que estão em estado de greve. Vários cursos já paralisaram suas atividades.

Os grevistas pedem a recomposição de 10 anos de cortes no orçamento federal da Educação e um reajuste salarial já para 2024. O governo, por sua vez, se nega a dar o reajuste e a recomposição, pois quer a todo custo cumprir as metas de superávit fiscal e garantir o pagamento dos juros da dívida pública aos banqueiros e fundos financeiros.

O ato no Rio de Janeiro se insere no conjunto de manifestações que ocorrem em todo o país em defesa das pautas da greve da educação. Em ao menos duas delas, uma em Alagoas e outra em São Paulo, o presidente Lula foi pressionado a se posicionar. Os estudantes, técnicos-administrativos e docentes prometem novas manifestações no Rio, tendo uma já marcada para o próximo dia 11, no Centro da capital fluminense.

Novas rodadas de negociação

Diante da pressão de técnicos administrativos em educação, docentes e estudantes de universidades e institutos federais, o Governo Federal marcou para a próxima semana uma nova rodada de negociação. Após os grevistas terem constrangido o presidente Lula em dois atos públicos do governo no último mês, o executivo federal planeja ao menos três reuniões na próxima semana para debater a greve da educação federal.

A previsão é de que o presidente da República se reúna com reitores das universidades e institutos federais na segunda feira (10/6). Já na terça, 11/6, o governo se reúne em nova mesa de negociação com os técnicos administrativos em educação. No dia 14/6, será a vez dos docentes.

A intenção do governo é forçar negociações separadas para evitar a todo custo ceder às reivindicações dos trabalhadores, como noticiou o jornal A Verdade. No entanto, a tática não tem funcionado e as bases das três entidades nacionais continuam unificadas na mobilização grevista.

A tendência é a continuidade da mobilização até que o governo federal ceda e aceite negociar mudanças orçamentárias ainda em 2024. Diante da pressão do fascismo e do Centrão no Congresso Nacional por mais dinheiro para os banqueiros e emendas parlamentares, a mobilização das categorias da educação federal é justa e aponta o caminho para se reverter os duros ataques sofridos pela educação pública nos últimos anos.