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domingo, 22 de dezembro de 2024

Os 90 anos da Coluna Prestes – entrevista exclusiva de Anita Leocádia Prestes

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Anita Leocádia Prestes, doutora em História e filha de Luiz Carlos Prestes e Olga Benário
Anita Leocádia Prestes, doutora em História e filha de Luiz Carlos Prestes e Olga Benário

A professora e historiadora Anita Leocádia Prestes, filha dos revolucionários Luiz Carlos Prestes e Olga Benario, recebeu em sua casa, no Rio de Janeiro, a reportagem de A Verdade para uma entrevista sobre os 90 anos da Coluna Prestes, um dos movimentos políticos mais importantes da história brasileira no século 20.

Doutora em História Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF), professora do Programa de Pós-graduação em História Comparada da UFRJ e presidente do Instituto Luiz Carlos Prestes, Anita é uma grande conhecedora da experiência da Coluna. Na entrevista, ela explica as ideias defendidas pelos rebeldes e sua relação com a população pobre do interior do País, critica as tentativas de falsificação desta experiência e defende o legado do Cavaleiro da Esperança e de seus companheiros.

A Verdade: Neste ano, a Coluna Prestes completa 90 anos. Qual a importância deste movimento para a História do Brasil?

Anita Leocádia Prestes: A Coluna Prestes foi o único movimento de contestação do poder estabelecido que não foi derrotado no Brasil. Houve muitas lutas na história do País, tentativas de revolução, mas todas derrotadas. A formação histórica brasileira se deu de tal maneira que os 400 anos de escravidão e de grandes proprietários de terras tornaram as nossas classes dominantes extremamente poderosas e com força suficiente para derrotar todos os movimentos populares que ousassem contestar o poder.

A Coluna Prestes foi justamente o primeiro movimento que as classes dominantes não conseguiram derrotar. E por que foi possível acontecer isso? Tratava-se de uma tropa relativamente pequena, com apenas 1.500 homens desarmados (as poucas armas que tinham eram as que conseguiam retirar dos inimigos), sem uma logística militar, se contrapondo ao Exército brasileiro, a todas as Polícias Militares que o Governo mobilizou e aos jagunços dos coronéis do Nordeste, com os quais o Governo gastou muito dinheiro. Aliás, foram os jagunços que deram mais trabalho à Coluna, pois eles já tinham o hábito de lutar a cavalo, metidos no meio do mato, coisas a que as tropas oficiais do Exército não estavam acostumadas.

Foi a tática da guerra de movimento – que era uma grande novidade no Brasil e, em certo sentido, no mundo – que possibilitou à Coluna driblar as tropas governistas, derrotar 18 generais e nunca ter sido derrotada. Nós só podemos explicar esse êxito pela disposição de luta dos combatentes. As pessoas imaginam que a Coluna Prestes era formada por tenentes, mas, na realidade tinha apenas 12 oficiais. Os demais eram soldados, sargentos, cabos e muita população civil – trabalhadores, em sua maioria do campo. Também havia 50 mulheres.

Esse pessoal lutava com uma garra, um heroísmo, sem receber nada em troca. Desarmado, sem alimentação, comendo o que achava pelo caminho, atravessando desertos, pântanos, as maiores dificuldades, sempre sob fogo inimigo. Foram 53 combates, em nenhum dos quais o Governo saiu vitorioso; ao contrário, por vezes, acabava tendo que fugir por causa da tática da guerra de movimento e pela disposição de luta desses combatentes.

Em seu livro A Coluna Prestes você afirma que a Coluna era um exército diferente, com características populares. Esse certamente foi um dos motivos para ela nunca ter sido derrotada…

Justamente! A Coluna não era um exército elitista. Os comandantes levavam a mesma vida e passavam por mais sacrifícios que os soldados. Quando não havia cavalos suficientes, os que havia eram para os soldados, e o comandante ia a pé. Quando não tinha comida, a comida era para os soldados e não apenas para o comandante. Esse era o lema: o soldado da Coluna sabia que jamais seria abandonado. Quando ferido ou doente, sempre era levado no lombo do cavalo, e quando não tinha cavalo era carregado pelos companheiros. Essa disposição de luta tinha muito a ver com a confiança nas lideranças e com o acreditar no ideal, embora esse ideal fosse uma coisa bastante vaga para eles.

Os combatentes da Coluna acreditavam que precisavam derrotar o (presidente) Artur Bernardes, que, para eles, representava todos os males. Lutar contra o Bernardes era lutar por liberdade, e a Coluna fazia isso com o maior heroísmo, desmentindo essa história de que o brasileiro não é de luta, que o povo só gosta de samba, carnaval e futebol. A Coluna Prestes mostrou que os setores simples, pobres, do povo brasileiro lutam com muita garra quando acreditam na causa pela que estão lutando e encontram lideranças nas quais eles acreditam e confiam.

Qual era o programa da Coluna?

O programa era o mesmo dos tenentes. Nós não podemos isolar a Coluna do movimento tenentista. A Coluna foi o que durou mais daquele movimento, pois o Governo não o conseguiu derrotar. A Coluna Prestes correu 25 mil quilômetros pelo Brasil, atravessou 13 estados, derrotou 18 generais, durou mais de dois anos e nunca foi derrotada! O programa era, basicamente, o voto secreto, que era a grande reivindicação das oposições desde 1910, quando foi lançada na campanha civilista de Rui Barbosa, e que nunca foi conseguido na República Velha, pois isto era uma questão de princípios para as oligarquias agrárias que dominavam o País e que tinham interesse em continuar controlando o voto da população.

Tinha também a reivindicação de uma Justiça Eleitoral independente porque o processo eleitoral, além de ser fraudado, ainda passava pela chamada Comissão de Verificação de Poderes do Congresso Nacional, que era quem decidia quais candidatos eleitos podiam tomar posse.

De maneira geral, a Coluna cobrava que se cumprisse a Constituição Republicana de 1891. Os tenentes, em nenhum momento, pretendiam implantar uma ditadura militar. Ao contrário. Queriam entregar o poder a um político que fosse honesto, e nisso havia muita ingenuidade dos tenentes, sem dúvida. A ideia era bastante elitista, por sinal: não se tratava de mobilizar as massas populares nem organizá-las. Reforma agrária eles nem conheciam. Só quem falava de reforma agrária naquela época eram os comunistas, com os quais os tenentes não tinham contato.

Naquele contexto da década de 1920, quando o movimento operário estava em refluxo, pois saíra de derrotas muito sérias no final dos anos 1910, depois da grande greve de São Paulo, em 1917, e da insurreição anarquista no Rio de Janeiro, em 1918, as camadas médias urbanas estavam insatisfeitas com a impossibilidade de influir nas eleições, mas eram desorganizadas, sem lideranças, sem condições de realmente ter uma influência. Por isso, os tenentes acabam cumprindo esse papel de liderança de todos os movimentos de oposição.

Como a população recebeu essas propostas?

Havia muita simpatia, mas a massa popular estava desorganizada, e os tenentes também não estavam preocupados em organizá-las. A Coluna tinha uma visão substitutiva do povo, uma visão bem militar, de que eles fariam a revolução para o bem do povo. Não havia o objetivo de mobilizar as massas do campo, nem organizá-las ou conscientizá-las. A ideia era atrair as forças militares do Governo para o interior do País para, com isso, possibilitar os levantes tenentistas nas capitais. Prestes depois disse que os tenentes, como bons pequeno-burgueses, eram desorganizados, não sabiam conspirar, sempre eram descobertos pela Polícia, enfim, era um negócio muito bagunçado. Quem mais se organizou foi a Coluna, e o papel do Prestes teve muita importância nisso, pois conseguiu estruturar e organizar a tropa.

Em que momento surge a expressão “Cavaleiro da Esperança”?

Isso não surgiu no interior nem foi criação do Jorge Amado, diferente do que muitos pensam. No final de 1927, com a Coluna já na Bolívia, Astrojildo Pereira, na época secretário-geral do PCB, vai à Bolívia se encontrar com Prestes. Na volta, a entrevista que fez com Prestes é publicada no jornal Esquerda, do Rio de Janeiro, quando surge o epíteto de “Cavaleiro da Esperança”.

Nesse momento, o prestígio de Prestes era muito grande. O Governo de Washington Luís havia suspendido a censura da imprensa. A partir daí, ocorre uma explosão de informações sobre a Coluna, com repórteres sendo enviados à Bolívia para entrevistar Prestes. O prestígio da Coluna e de Prestes era tão grande que, quando a esquerda lança o epíteto de “Cavaleiro da Esperança”, isso pega.

Na condição de historiadora, como você define o papel de Luiz Carlos Prestes na história do País?

Começa pela Coluna. Todos que participaram dela reconhecem o papel destacado que Prestes desempenhou por ter sido responsável – não sozinho, mas principalmente – pela criação da tática da guerra de movimento, que foi algo extremamente inovador no Brasil e levou ao fracasso total da perseguição governista. Ao percorrer o interior do Brasil e se deparar com a miséria e a situação crítica das grandes massas, não só ele, mas todos os comandantes da Coluna, ficaram profundamente chocados. Prestes vai mais adiante que os outros e decide que tinha que fazer alguma coisa para modificar aquilo. É nesse momento que ele se aproxima do marxismo e descobre no comunismo a solução para os problemas que havia no Brasil.

Depois que a Coluna acaba, Prestes procura estudar e descobrir respostas. Estuda O Capital, de Marx, e as principais obras do marxismo, entrando, em contato não só com os comunistas brasileiros, mas com os comunistas latino-americanos, pois Buenos Aires (para onde Prestes foi depois de sair da Bolívia) era um centro do movimento comunista no continente.

Nesse processo, ele se aproxima do comunismo e lança o manifesto de maio de 1930, onde rompe oficialmente com os tenentes. Esse momento é muito importante não só na vida de Prestes, mas principalmente na história revolucionária brasileira, na história do Brasil. Isso porque as oligarquias dissidentes apostavam na figura de Prestes para fazer o movimento de 1930. Prestes, naquele momento, podia ter ocupado o lugar de Getúlio, pois tinha mais prestígio que Vargas. Basta pegar a imprensa da época para ver isso. Getúlio não era uma figura de grande destaque nacional; era no Rio Grande do Sul. Tinha sido ministro de Washington Luís, mas não tinha o prestígio que Prestes tinha naquele momento. Tanto que a campanha da Aliança Liberal para as eleições de 1º de março de 1930 foi feita sobre as bandeiras da Coluna, de Prestes e do tenentismo.
Prestes era a figura que realmente empolgava as massas. No Nordeste era um entusiasmo enorme. Ele podia ter naquele momento assumido o lugar de Getúlio. O poder foi oferecido na bandeja. À medida que ele entende que aquilo não ia ser a solução dos problemas brasileiros, ele adere ao programa do PCB, que defendia uma revolução agrária e anti-imperialista.

Prestes entende que, se participar do movimento de 1930, ficará inteiramente subordinado aos objetivos das oligarquias agrárias que estavam dirigindo o movimento. Então, não concorda com isso. Esse é um gesto que as classes dominantes nunca perdoaram, pois contavam com Prestes e sua liderança a serviço destes interesses [das oligarquias]. À medida que rompe com isso e se torna comunista, ele salta para o outro lado da trincheira da luta de classe e vai se colocar ao lado dos operários, dos trabalhadores, dos oprimidos e explorados, abandonando aquela banda das classes dominantes que estava apostando na liderança dele.

A insurreição de 1935 é um marco nessa história…

1935 é o renascimento da liderança de Prestes. Em 1930, com esse gesto de renunciar ao poder, ele fica como um general sem soldados, totalmente isolado. Porém, logo depois da vitória de Vargas e do movimento de 1930, o processo de desgaste do novo regime começa muito rapidamente. À medida que esse processo de desgaste acontece, principalmente entre os setores das camadas médias urbanas, movimentos sindicais, operários e dos próprios tenentes, eles começam a se voltar para o Prestes e dizem: “Até que Prestes tinha razão”. Todo o prestígio de Prestes começa a renascer, embora ele esteja longe, lá em Moscou. Quando chega ao Brasil, em 1935, o prestígio dele é muito grande. Antes de chegar, já tinha sido criada a Aliança Nacional Libertadora (ANL) e ele tinha sido aclamado como presidente de honra. A liderança de Prestes vai ser muito importante neste momento. Enfim, o século 20 tem duas figuras importantes: uma é Getúlio e a outra, Prestes.

Mas nas escolas brasileiras esses fatos são pouco estudados. Por quê?

Essa história é totalmente desconhecida. Eu acho que a atitude dele tomada em 1930, quando adere ao marxismo e ao comunismo, e sua fidelidade a essa direção pelo resto da vida foram imperdoáveis para as classes dominantes.

Após 1930, os outros comandantes da Coluna aderiram a Getúlio e foram ser ministros. Eles não estavam interessados em divulgar a história da Coluna, porque para falar dela tinham que falar de Prestes, e, como ele havia se tornado comunista, isso não interessava.

No Estado Novo esse assunto era totalmente proibido. Na época da legalidade se falou muito pouco. O partido estava muito ocupado com outras coisas. Havia no PCB, e nas esquerdas de maneira geral, um descuido muito grande com a história, uma falta de preocupação com a necessidade de conhecer a história, de educar as novas gerações conhecendo as lutas do passado. Isso também contribuiu. Mas o principal é que as classes dominantes não estavam interessadas em que essa história fosse conhecida.
Hoje em dia, a estratégia das classes dominantes já não é tanto caluniar o Prestes, pois já não cola tanto. Como não dá pra silenciar, a estratégia deles é falsificar a história e apresentar Prestes e outros comunistas, como Gregório Bezerra e outras figuras revolucionárias, integrados ao sistema, figuras assim pasteurizadas, que podem ser aceitas por todos; esvaziá-las de seu conteúdo revolucionário, até porque já estão mortos e não podem protestar nem falar mais. Então, se a gente não protesta, se a gente não procura mostrar a verdade, nos enganam muito. Isso [a falsificação] está sendo feito amplamente em relação ao Prestes.

Eu acho que o PCdoB está se especializando em se utilizar da imagem de Prestes. Exemplo: a devolução do mandato de senador de Prestes. Passaram-se 65 anos da cassação dos mandatos não só dele, mas de todos os parlamentares comunistas, e nunca esses senhores tomaram nenhuma iniciativa nesse sentido. Agora que tá todo mundo morto, não podem mais dizer nada, não representam mais nenhum perigo, se aproveitam do prestígio deles devolvendo os mandatos, fazendo uma encenação. Eu tenho certeza que se Prestes estivesse vivo ia botar a boca no trombone e não aceitaria isso.

Veja só, Renan Calheiros elogiando Prestes! É um negócio revoltante. Quem é Renan Calheiros para falar da vida de Prestes, fazer elogios?! Agora estão fazendo a mesma coisa com a Coluna. Já surgiu a ideia de institucionalizar a Coluna. Isso é integrar a Coluna na história oficial e esvaziá-la de seu conteúdo de luta, revolucionário.

Como deve ser o ensino da história da Coluna para as novas gerações?

Acho que tem que mostrar a história real da Coluna, não se trata de inventar nada. Apesar de todas as limitações, a Coluna lutou contra o poder, contra as classes dominantes, contra o poder estabelecido. E lutou com muita garra, se organizou para isso. Acho que isso é importante a gente mostrar: o caráter de luta. No fundo, acabava sendo uma luta de classes, embora eles não tivessem essa consciência. Nesse sentido é um exemplo. Prestes não era um herói nem um líder de todos os brasileiros, era um líder dos trabalhadores, dos revolucionários, daqueles que lutam para enterrar o capitalismo.

Os ideais revolucionários de Prestes e Olga continuam atuais?

Acho que continuam atuais, mas são muito pouco conhecidos e seguidos devido a essa repressão toda que houve no Brasil, à situação mundial, à derrota do socialismo real, enfim, uma série de fatores que aconteceram e que contribuíram para que a juventude hoje em dia conheça muito pouco. Mas acho que há interesse. Eu tenho, neste último ano, lançando meu livro – Luiz Carlos Prestes, o combate por um partido revolucionário –, viajado bastante pelo Brasil. Fiz muitas palestras em universidades, e há um interesse muito grande dos jovens.

Então você vê esperança na juventude?

Eu acho que tem esperança. Acho que a juventude tem principalmente ansiedade, está procurando uma resposta. As manifestações do ano passado revelaram isso. As pessoas, de repente, descobriram que precisam fazer alguma coisa, sair da pasmaceira, ir pra rua. E também viram que é possível conquistar alguma coisa. A responsabilidade das forças de esquerda, daqueles que realmente têm compromisso com as lutas populares, é tentar organizar – e acho que esse é o legado do Prestes também.

Por Heron Barroso e Pedro Gutman, Rio de Janeiro

Manifesto de Santo Ângelo

É chegada a hora solene de contribuirmos com nosso valoroso auxílio para a grande causa nacional.

Há 4 meses a fio que os heróis de São Paulo vêm se batendo heroicamente para derrubar o governo de ódios e de perseguições que só têm servido para dividir a família brasileira, lançando irmãos contra irmãos como inimigos encarniçados.

Todo o Brasil, de Norte a Sul, ardentemente deseja, no íntimo de sua consciência, a vitória dos revolucionários, porque eles lutam por amor ao Brasil, porque eles querem que o voto do povo seja secreto, que a vontade soberana do povo seja uma verdade respeitada nas urnas, porque eles querem que sejam confiscadas as grandes fortunas feitas por membros do governo às custas dos dinheiros do Brasil, porque eles querem que os governos tratem menos da politicagem e cuidem mais do auxílio ao Povo laborioso, que numa mescla sublime de brasileiros e estrangeiros, irmanados por um mesmo ideal, vive trabalhando honestamente pela grandeza do Brasil.

Todos desejam a vitória completa dos revolucionários porque eles querem o Brasil forte e unido, porque eles querem pôr em liberdade os heróis oficiais da revolta de 5 de julho de 1922, presos porque, num ato de patriotismo, quiseram derrubar o Governo Epitácio, que esvaziou criminosamente o nosso tesouro, e porque quiseram evitar a subida do Governo Bernardes, que tem reinado às custas do generoso sangue brasileiro.

Todos sabem hoje, apesar da censura da Imprensa e do Telégrafo, apesar das mentiras oficiais espalhadas por toda a parte, que os revolucionários têm recebido verdadeira consagração por onde têm passado e que até hoje não foram batidos.
(…)
De acordo com o plano geral, as tropas de Santo Ângelo talvez pouco demorem aqui, mas, durante este tempo, a ordem, o respeito, a propriedade e a família serão mantidos rigorosamente e, para isso, o governo revolucionário provisório conta com o auxílio da própria população.

Não queremos perturbar a vida da população, porque amamos e queremos a ordem com base no progresso. Podem, pois, estar todos calmos que nada acontecerá de anormal.
São convocados todos os reservistas do Exército a se apresentarem ao quartel do 1º Batalhão Ferroviário, e fica aberto o voluntariado.

Todos os possuidores de automóveis, carroças ou cavalos deverão imediatamente pô-los a disposição do 1º Batalhão Ferroviário e serão em todos os seus direitos respeitados.
Todas as requisições serão documentadas e assignadas sob a responsabilidade do Ministro da Guerra.

Pelo Governo Revolucionário do Brasil
Cap. Luiz Carlos Prestes 29/10/1924
(Trechos de um dos Manifestos da Coluna)

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