Um organizador e educador popular talentoso. Artista plástico, pintor, diretor de teatro, diretor e roteirista do filme Lamparina. Corajoso e dono de uma profunda consciência de classe e ardente militante revolucionário.
Um verdadeiro lutador social, que atuou em Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Pará e Amazonas. Por onde passou semeou entre os trabalhadores a consciência de que para a sua emancipação econômica, social e política é necessário praticar a solidariedade, a organização no local de trabalho, de moradia e no Partido Político, que defenda uma revolução popular anticapitalista e que avance para o socialismo.
Trabalhou como educador popular na Operação Esperança, projeto piloto de Reforma Agrária, construído por Dom Helder Câmara, na zona canavieira de 1972 a 1978, com os recursos que ganhou do Prêmio Popular da Paz em Oslo, Noruega, naquele mesmo período.
Porém, no esplendor desta experiência, Vieira foi sequestrado pelo DOI-CODI (órgão da repressão fascista do então 4º Exército, subordinado à ditadura militar) e torturado por longos cinco meses, sem dar nenhuma informação aos seus algozes.
Vieira soube ser coerente e fiel à causa da sua classe trabalhadora, desde a mais difícil das provas por que passam os revolucionários (encarceramento e tortura) até o último instante da sua vida, às 18:55h do dia 20 de julho de 2015. Na partida, estava rodeado de seus amigos e da solidariedade militante. Deixou três filhos: Julien, Lara e Gregório e muitos filhos do povo educados pela força do seu exemplo de luta prontos para combater em defesa da causa da libertação da humanidade trabalhadora que haverão de vencer inelutavelmente.
Homenagem do Centro Cultural Manoel Lisboa (CCML), do Movimento de Trabalhadores Cristãos (MTC), de familiares, companheiros e amigos de Vieira de todo o Brasil.