UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Deputada Talíria Petrone é ameaçada de morte e tem a proteção negada pelo governador do Rio

Outros Artigos

Foto: Ricardo Albertini


RIO DE JANEIRO Um ano após a execução da Vereadora Marielle Franco pela milícia, a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) – assim como Marielle uma política negra, de periferia e LGBT – teve a solicitação de escolta negligenciada pela omissão do Governador Wilson Witzel, do Partido Social Cristão, ao negar o pedido de proteção à vida da deputada que foi realizados após receber ameaças de morte.

Talíria recebe ameaças de morte desde 2016 quando foi eleita vereadora em Niterói/RJ. As ameaças vêm pelas redes sociais ou até por telefonemas feitos à deputada ou a sede de seu partido. A pouco mais de dois meses a polícia federal alertou ter encontrado na dark web informações sobre o planejamento de um atentado à vida da deputada.

Graças à investigação da PF, Talíria está sendo escoltada em Brasília, mas nas vezes em que retorna a Niterói, cidade na qual foi eleita e também onde recebeu as ameaças, anda desprotegida pois a solicitação enviada pelo presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM), foi negada pelo Governador Witzel, que nem sequer enviou uma resposta a Câmara.

Em abril deste ano a deputada foi chamada de “verme” pelo líder da bancada ruralista, Alceu Moreira (MDB-RS), durante uma audiência pública após reações da parlamentar às declarações do também deputado. Recentemente, após as denúncias de ameaças de morte, o filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), debochou em seu twitter dizendo que Talíria era hipócrita por se declarar desarmamentista e pedir escolta, alegando que a deputada deveria pedir “iluminação”.

A história da Professora Talíria em muito se confunde com a história de Marielle Franco. Ambas ameaçadas de morte e odiadas pelos conservadores, falsos moralistas e pelos milicianos. O que acontece é que em um país que possui cotas para que as mulheres enfim consigam ocupar o espaço político que é ocupado majoritariamente por homens brancos, héteros e ricos, existir duas mulheres negras, periféricas e LGBTs, que foram eleitas como as vereadoras mais votadas em suas respectivas cidades na primeira eleição que concorreram, é inaceitável.

É um atentado à democracia o estado do RJ não exercer seu papel e zelar pela vida de uma deputada que é ameaçada apenas por lutar pelos direitos das mulheres, dos negros, dos pobres e dos LGBTs. Sabemos as causas da omissão do governador reacionário Wilson Witzel, também sabemos de qual lado está o filho do presidente e amigo da milícia, Eduardo Bolsonaro, que ironiza as ameaças contra Taliria assim como ironizava as denúncias feitas por Marielle.

Mas não podemos esperar a morte de ninguém mais, muito menos de alguém que luta para defender o direito à vida de milhões de pessoas abandonadas pelo estado e massacradas pelo sistema capitalista.


Michel Castro
União da Juventude Rebelião

Conheça os livros das edições Manoel Lisboa

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes