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terça-feira, 30 de abril de 2024

Ameaça de golpe na Ufersa

Foto: Allan Phablo/reprodução

Por Hafael Thor Macêdo Ferreira

MOSSORÓ/RN – A democracia nas universidades federais segue sendo atacada pela política fascista de Jair Bolsonaro (sem partido) e seus apoiadores. Agora no Rio Grande do Norte, a UFERSA (Universidade Federal Rural do Semi-Árido) sofre com uma ameaça de golpe.

Há a possibilidade de não nomearem o reitor eleito Rodrigo Codes que teve 37,55% dos votos da comunidade acadêmica. Isso porque a terceira candidata em número de votos, com 18,33%, Ludimilla Oliveira fala abertamente que será a próxima reitora por ter mais simpatia do governo Bolsonaro.

Enquanto o primeiro e o segundo lugar deixaram claro que só assumiriam caso fossem os mais votados, Ludimilla não deu a mesma garantia. Fez isso porque, possivelmente, acredite que mais importante que representar o desejo da comunidade da UFERSA é ser próxima dos reacionários do Ministério da Educação. Nesse sentido, comemora ter passe livre em Brasília e uma relação com os militares, além de sua vice apoiar declaradamente o presidente fascista e genocida. Assim, acredita que tem sua indicação garantida por essa afinidade, já tendo até encontros com Bolsonaro.

Em live no seu Instagram, Ludimilla disse: “eu vou ser a primeira mulher reitora da universidade e quem não aceitar, saia… quem não aceitar deixe de estudar lá”. Assim, tendo um discurso pseudofeminista, acabou confirmando suas intenções antidemocráticas.

Golpe na autonomia e democracia das universidade é prática do governo Bolsonaro

Seus objetivos se alinham com o governo fascista de Bolsonaro que organiza diversas intervenções nas instituições federais de ensino. Podemos lembrar a Medida Provisória 979/20 que dava poder ao Ministério da Educação de nomear os reitores, passando por cima da democracia interna nas instituições. Também, podemos lembrar das últimas intervenções feitas no IFSC e no IFRN, outra instituição federal no estado afetada pela política fascista.

Um possível golpe vai na contramão do que a universidade conquistou nos últimos anos. Em 2015, a UFERSA adotou o voto paritário, garantindo que o conjunto dos alunos, professores e servidores técnicos e administrativos tivessem o mesmo poder de escolha para a reitoria, cada um tendo 33,33% de peso nos votos. Os direitos dos estudantes a democratização do ensino estavam se consolidando.

Agora, com a reação fascista, vemos que apenas a mobilização dos estudantes pode ser capaz de garantir os direitos estudantis e a democracia interna no ensino federal. Vemos que nessa luta, a política fascista pode ser derrotada: a MP 979 caducou, Weintraub caiu e os estudantes organizam a luta no IFRN pela posse de seu reitor eleito. Agora, a luta se acirra também na UFERSA, revelando cada vez mais a contradição entre o governo fascista e o interesse dos estudantes.

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