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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Povo de Sri Lanka se rebela contra governo de direita e a fome

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Com 75% da população passando fome, o povo de Sri Lanka ocupou o palácio presidencial. Utilizaram, em protesto, a piscina, a academia e a cama do presidente. Manifestantes conseguiram a renúncia do primeiro-ministro e do chefe do Executivo diante da maior crise econômica em 70 anos.

Igor Barradas | Redação Rio


INTERNACIONAL – Nesta semana, a população de Sri Lanka realizou grandes manifestações contra o governo de extrema-direita que comanda a ilha. Com a crise que impera no país, queimaram casas e escritórios de políticos reacionários. 

No último dia 9, houve a ocupação da residência oficial do presidente de extrema-direita Gotabaya Rajapaksa, que fugiu dos manifestantes prometendo sair do cargo após as mobilizações populares.

O Sri Lanka está passando pela maior crise econômica do país desde 1948. A população sofre com falta de remédios, cortes de energia elétrica e a falta de combustíveis. Há uma insegurança sobre o futuro de suas famílias. Enquanto isso, os políticos burgueses fazem a festa, vivendo de uma forma luxuosa.

O gabinete do presidente também foi ocupado pela população. A polícia os recebeu à balas, reprimindo manifestantes e pessoas da imprensa que estavam cobrindo os protestos. O principal hospital de Colombo, capital do país, informou que atendeu 105 feridos no sábado. Entre os pacientes estavam sete jornalistas feridos.

Parecido com Bolsonaro, Rajapaksa é um presidente de direita que se utiliza do nacionalismo para dizer que vai acabar com a crise.

Islamofóbico, os mulçumanos tornaram-se o principal alvo dos seus ataques nos últimos anos, no período após a guerra civil entre o governo e os Tigres de Libertação do Tamil Eelam (TLTL) que terminou com o fim deste grupo em 2009. 

Histórico de lutas

Em maio deste ano, mansões e veículos de membros do governo foram destruídos durante protestos no Sri Lanka. 

A residência do ex-primeiro ministro Mahinda Rajapaksa foi incendiada pela multidão. Os rebeldes também destruíram os escritórios dos partidos políticos reacionários e realizaram bloqueios de estradas em reação à crise econômica e política no país. 

Lutando contra a repressão da polícia, o povo bloqueou várias estradas do país contra a falta de alimentos, remédios e gás. Em Colombo, trabalhadores da construção civil usaram uma retroescavadeira para destruir um dos ônibus usados por provocadores pagos pelo governo para reprimir uma manifestação da qual participavam. 

Em 9 de maio, Mahinda Rajapaksa (irmão do presidente) renunciou ao cargo de premiê. No mesmo dia, a população ocupou e incendiou sua mansão. 

A crescente inflação (55% em junho) faz com que os poucos produtos acessíveis na ilha tenham enormes preços. A ONU já alertou neste domingo (10) que o país corre o risco de sofrer uma grave crise humanitária. Na prática, a crise humanitária já está instalada a muitos anos no país asiático.

*Com informações do jornal turco Evrensel.

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