Itaú, Bradesco, Santander, Caixa e BB lucraram, juntos, R$ 103,5 bilhões de reais durante o governo Bolsonaro. Esse é o maior lucro da história dos bancos no Brasil.
Igor Barradas
Redação RJ
BRASIL — Os bancos lucraram como nunca no governo Bolsonaro. Mesmo o Brasil vivendo uma das maiores crises de sua história, com recordes de desemprego, inflação e pessoas com fome, os maiores bancos brasileiros reportaram um lucro líquido conjunto de R$ 26,6 bilhões no segundo trimestre de 2022. Esse é um valor 20,5% maior que o alcançado no mesmo período do ano passado. Os dados são da Economatica.
As fontes dos lucros dos bancos são as abusivas taxas que cobram de seus clientes, os juros que extorquem da população e do governo e a mais-valia extraída via exploração dos trabalhadores. Além disso, na atual fase imperialista do capitalismo, o que domina a economia é o capital financeiro, ou seja, a fusão dos bancos com as grandes empresas. Dessa forma, os bancos passaram a controlar ramos inteiros da produção industrial, do comércio e do agronegócio.
A mentira do Pix e o aumento da riqueza nas mãos de poucos
Bolsonaro é fiel defensor dessa farra dos magnatas à custa da miséria do povo. O ex-capitão e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, vivem se encontrando em almoços e jantares chiques com banqueiros e especuladores da Faria Lima e da Febraban, onde são servidos pratos e bebidas que custam mais do que um trabalhador comum recebe por um ano inteiro de trabalho.
Como é um hipócrita e mentiroso, Bolsonaro sempre que dá entrevistas ou declarações na frente do seu “cercadinho”, em Brasília, diz que é contra os bancos, que seu governo incomoda o mercado financeiro e que o Pix diminuiu seus lucros. Mas, o que ele não diz é que na sua gestão foi registrado o maior lucro da história dos bancos. Itaú, Bradesco, Santander, Caixa e BB lucraram, juntos, R$ 103,5 bilhões de reais, ainda segundo a Economatica.
Esse crescimento dos lucros dos bancos nos últimos anos foi alimentado pelo endividamento da população e pelas altas taxas de juros fixadas pelo Banco Central. O Pix não mudou nada disso. Os bancos continuam emprestando dinheiro para quem não possui e recebem em troca juros, que se transformam em dívida para o povo pobre.
Nacionalização dos bancos e taxação das grandes fortunas
A única forma de por fim à essa farra é seguir o exemplo dos bolcheviques na Rússia e dos revolucionários cubanos e o povo tomar o controle do banco central, emitir sua própria moeda, expropriar os banqueiros e cancelar as dívidas do povo.
Ademais, como disse Leonardo Péricles, candidato da Unidade Popular (UP) à Presidência da República, os brasileiros não têm nada a perder com a expropriação dessa minoria que lucra a base da exploração, pois o país “está centralizado fundamentalmente em duas principais classes: a burguesia, os donos dos meios de produção, das terras, das fábricas, dos bancos, das usinas, e, do outro lado, a classe trabalhadora, a imensa maioria da população. Nós nunca deixamos de considerar que esse enfrentamento é o fundamental que define toda a fisionomia da sociedade”.