Após a intensa campanha eleitoral do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo – APEOESP, realizada no mês de Maio, o Movimento Luta de Classes e toda categoria colhem os resultados da grande participação dos revolucionários da Chapa 3 “Luta de Classes” nesse processo.
Erick Padovan* | São Paulo
TRABALHADOR UNIDO – Após a intensa campanha eleitoral do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo – APEOESP, realizada no mês de Maio, o Movimento Luta de Classes e toda categoria colhem os resultados da grande participação dos revolucionários da Chapa 3 “Luta de Classes” nesse processo.
Foram eleitos 7 Conselheiros e Conselheiras Estaduais (5 Campinas, 1 Santo André e 1 São Bernardo do Campo) e um Conselheiro Regional (São Bernardo do Campo), no total 8 conselheiros e conselheiras do MLC para construírem a luta com a categoria de professores.
É importante considerar que os conselheiros são comparáveis aos “diretores de base”, nomenclatura que se observa em diversas categorias, podendo realizar passagens nos locais de trabalho, conversar, emular e organizar a categoria em luta para construir um sindicato combativo, além de intervir em espaços estaduais de direção.
Foram mais de 1500 votos estadualmente na Chapa 3 e centenas de votos a mais nas nossas chapas que disputaram subsedes pelo Estado. Após um processo complexo em que o MLC não pôde compor a Comissão Eleitoral, após o esforço revolucionário para a sindicalização de dezenas de professores pelo Estado, após a necessária luta pela inscrição da Chapa, foi possível, com apoio da militância aguerrida da Unidade Popular pelo Socialismo (UP), reacender uma fagulha nos corações e mentes dos professores e professoras da rede pública de ensino, que há anos enfrentam o desmonte da educação pública no Estado.
Desafios para o próximo período
O desafio posto aos camaradas eleitos é de lutar para que o maior sindicato da América Latina, com uma base de trabalhadores de centenas de milhares, seja ponta de lança das lutas da categoria e de toda classe trabalhadora. Então se reafirma a importância da chapa lançada pelo movimento, que pôde apresentar para categoria seu programa pela primeira vez.
Um programa que identifica o inimigo principal da educação pública o governo liderado por Tarcísio; que coloca como o sindicato deve avançar nas lutas, ouve a categoria e dialoga com ela porque é representado por professores que estão no chão da sala de aula.
Um programa que entende a necessidade da frente única para se enfrentar o fascismo, mas que reafirma que ela se dá na unidade com a nossa classe trabalhadora, que tem, mesmo que por vezes escondida, a revolta contra o sistema que nos massacra dia após dia. E o resultado foi a confiança de milhares de professores nas defesas do MLC.
A independência dos conselheiros do MLC frente a atual direção da APEOESP e da oposição (única até essa eleição) marca a prática do programa defendido. Um programa revolucionário, não sectário, necessário para avançar nas lutas da nossa categoria e ampliar a consciência de classe dos professores na luta.
Os conselheiros e conselheiras eleitos(as) participaram do CER (Conselho Estadual de Representantes) no mês de Junho, um mês após as eleições e puderam fazer importantes intervenções junto de mais de 600 Conselheiros que estavam presentes.
Foram defendidas propostas para a ampliação da participação dos professores no sindicato, realizando campanhas de sindicalização e a partir daí garantindo sua participação nos diversos espaços do sindicato, como o seu Congresso, reuniões e assembleias. Assim como foi colocada a necessidade de fazer passagens em todas as escolas periodicamente e eleger Representantes de Escola (R.E.s).
Também foi debatido o calendário de lutas da categoria, com ênfase atual nos direitos perdidos dos professores como o devido pagamento do ALE (Adicional de Local de Exercício), APDs (Atividades Pedagógicas Diversificadas) em local de livre escolha, concurso público que cubra todo o deficit da categoria, entre outras.
Assim como pautas mais amplas como a radicalização pela Revogação do Novo Ensino Médio, da Reforma Trabalhista e da Previdência, e de um posicionamento crítico do sindicato sobre o Novo Arcabouço Fiscal, ou Novo Teto de Gastos que ignora o pagamento de mais de 50% do PIB para a Dívida Pública e limita investimentos nas áreas sociais, incluindo a educação.
Os próximos passos devem envolver organizar os milhares de professores e professoras que votaram na Chapa 3 ou não, em núcleos de luta do MLC, organizando as pautas mais específicas da sua escola e também as pautas mais gerais da classe trabalhadora, construindo plenárias, assembleias e mobilizando toda a categoria a se organizar em luta e colocar o sindicato como referência na luta até as últimas consequências pelos direitos do povo trabalhador e pela construção de uma sociedade de um novo tipo, a sociedade socialista.
*Conselheiro Estadual da APEOESP e Coord. Estadual de Professores do MLC – SP