UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sábado, 23 de novembro de 2024

Carta: É preciso se cuidar para construir a Revolução

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Cuidar de si é também cuidar dos outros, é ajudar para a construção e o avanço político do Partido. Temos uma trajetória, que, muitas vezes é dolorida à beça. Mas na UJR aprendemos que a vida é dialética, portanto, vamos mudando, nos movendo.

Gabrielle Batista | Rio de Janeiro


CARTA – Quando ingressamos na UJR, nós, militantes, assumimos o compromisso de lutar pelo fim do sistema capitalista, superando ideologias liberais e individualistas. Nos abrimos para a possibilidade de construir uma sociedade em que a classe trabalhadora não sofra mais com condições subumanas de trabalho, que as crianças não morram mais de inanição porque não há um políticas públicas de combate à pobreza e fome.

Aprendemos que podemos construir um mundo em que as mulheres não precisem continuar reféns de seus abusadores, e que elas podem encontrar uma perspectiva longe do ciclo de violência, da vulnerabilidade social.

Ser revolucionário, então, é abnegar-se do próprio egoísmo para se dedicar na construção de uma sociedade socialista, livre de qualquer tipo de opressão. É um desafio que concordamos em vencer, quando sabemos que o resultado será uma sociedade verdadeiramente livre do sistema de exploração, para que as pessoas possam ser felizes, como nunca poderiam ser no ser no capitalismo.

Cuidar de si é tarefa central dos militantes da UJR porque precisamos estar bem de corpo e mente, para que possamos construir ocupações, lutar por moradia digna, pela vida e segurança das mulheres.

Estar bem é um desafio. Precisamos nos alimentar bem, dormir bem, praticar exercícios físicos, mesmo estando imersos a um sistema que só nos desumaniza e defende o lucro financeiro, acima das nossas vidas.

Na UJR, aprendemos que nossos problemas vão encontrar amparo coletivo. Aprendemos que, mesmo nos nossos dias mais frágeis, o companheirismo do nosso Partido, não nos deixe em solidão. É importante entender que nas fileiras da nossa organização há cuidado e lugar para que possamos nos fortalecer e para também expor nossas vulnerabilidades.

Mas é importante lembrar que haverá entraves, que nos invadem, que nos derrubam. É quando percebemos que o nosso psicológico está sendo disputado por experiências ruins que passamos, por traumas que ainda nos assombram, pelo simples medo de sermos insuficientes e não realizarmos nossos sonhos. Pelo medo de crescer e de não saber dar conta de tudo. É quando estamos rodopiando em nosso próprio caos interno e não conseguimos enxergar que dar conta de tudo é a utopia mais clássica do capitalismo.

Quando estamos assim, sentindo que é difícil acordar e botar o pé lá fora, precisamos buscar ajuda, conversar com quem vai dar um pouco mais de clareza aos nossos problemas, que, muitas vezes, achamos insolúveis.  A terapia pode ser um caminho, que definitivamente vai doer, não há porque mentir. Mas se há dor, se há ferida, há cura, sempre podemos cicatrizar.

Cada camarada é extremamente valioso para o nosso Partido. Fazemos o que fazemos, lutamos diariamente contra a fome, o desemprego, contra a violência, porque sabemos que a felicidade é um direito de todas as pessoas. Não estamos imunes de quebrar, mas, quando quebrados, precisamos buscar consertar cada pedacinho do nosso coração, pôr a mente no lugar.

Não há nada mais importante para nós do que a vida e o bem-estar de nossos companheiros.  Por isso, ainda que seja difícil enxergar a terapia como uma possibilidade de melhora, é importante tentar. Eu que já sofri bastante com as consequências por não tentar, recomendo que você busque ficar bem, encarando como a tarefa mais importante do seu dia: cuidar da sua saúde mental.

Levemos a sério as tarefas no nosso Partido, sejam quais forem. E lembre-se: nossos problemas podem ser enfrentados coletivamente. Assim, vamos juntos, que ficamos mais fortes!

Então, cuidar de s, é também cuidar dos outros, é ajudar para a construção e o avanço político do Partido. Temos uma trajetória, que, muitas vezes, é dolorida à beça. Mas na UJR aprendemos que a vida é dialética, e vamos mudando, nos movendo. É preciso estar atento e forte, pois a felicidade é apenas tudo o que merecemos e temos o direito de viver.

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