Bienal da UNE discute arte, educação e política no Rio de Janeiro

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Henrique Freitas | Rio de Janeiro


JUVENTUDE – Entre os dias 2 e 5 de fevereiro, aconteceu, no Rio de Janeiro, a 13ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE). Esse é o maior festival estudantil da América Latina, e reúne arte, cultura, educação, militância, política, ciência e tecnologia em defesa da educação. 

Como essa foi a primeira edição após a derrota do fascista Bolsonaro nas urnas, a Bienal celebrou, entre outras coisas, a refundação do Ministério da Cultura e o fim do esvaziamento do MEC. 

Apesar dos diversos patrocínios e apoios financeiros que a UNE recebeu para promover o evento, o valor dos ingressos cobrados aos estudantes foi muito alto. O primeiro lote custava R$ 120,00, podendo chega a R$ 200,00 no dia do evento para ter acesso ao alojamento e translado. Num país desigual como o Brasil, ter uma taxa de participação tão cara afasta os estudantes mais pobres que ainda teriam de arcar com o transporte de seus estados para o evento.

Programação 

Os palcos principais da Bienal ocorreram na Fundição Progresso, localizada atrás dos Arcos da Lapa, onde estava localizado o palco principal, no qual diversos artistas se apresentaram, entre eles Doralyce, Gaby Amarantos, Kaê Guajajara, Baiana System, Luiz Lins, DJ Rennan da Penha, Estação Primeira de Mangueira e a Orquestra Voadora.

O foco principal da Bienal é a cultura e, por isso, diversas oficinas corporais e criativas, exposições itinerantes, exibição de curtas e longas-metragens estiveram presentes na programação. Tudo isso com convidados especialistas e experientes nos assuntos. 

A abertura do evento foi marcada pela mesa “Reconstruir o Brasil pelas mãos dos estudantes e do povo!”, seguida de outras mesas de debate ao longo dos dias. Entre os convidados da Bienal estiverem Leo Péricles e Samara Martins, presidente e vice-presidente da UP, ministras como Nísia Trindade (Saúde), Margareth Menezes (Cultura) e Anielle Franco (Igualdade Racial), além de parlamentares populares, artistas, pesquisadores e professores. 

Ainda no primeiro dia, a militância da UJR protagonizou uma ação antifascista que marcou a Bienal, quando tomou e rasgou uma bandeira neonazista usada por membros da União Juventude Liberal presentes no evento. 

Correnteza na Bienal

A participação do Movimento Correnteza na Bienal foi marcada pela combatividade, politização, agitação e pela defesa de uma UNE mais ativa e presente no cotidiano dos estudantes. Uma UNE que combata todos os ataques à educação e seja um instrumento de luta em defesa dos direitos da juventude.

No último dia, foi realizado o Seminário Nacional do Correnteza, que debateu os principais pontos para avançar o movimento estudantil universitário no Brasil. Foram abordadas as reivindicações tanto das universidades públicas quanto das privadas, sendo reafirmada a necessidade de mais assistência estudantil, combate às discriminações por etnia, gênero, orientação sexual e capacitismo, mais didática e democracia, fim dos aumentos de mensalidade e contra a hibridização do ensino. Ao final do seminário, a nova coordenação nacional do Correnteza foi eleita, com a missão de organizar a campanha rumo ao próximo Congresso da UNE, que deve ocorrer ainda este ano.

Matéria publicada na edição impressa nº 266 do jornal A Verdade