Ao longo deste 13 de junho, lideranças do ensino técnico de todo Brasil estarão reunidas em Belo Horizonte na Plenária Nacional de Grêmios da FENET para organizar a agenda de luta em defesa da educação pública.
Adriane Nunes | Diretora da FENET
JUVENTUDE – Ao longo do dia 13 de junho, as lideranças do ensino técnico de todo Brasil estarão reunidas em Belo Horizonte. na Plenária Nacional de Grêmios da FENET. O encontro organizará a agenda de manifestações de rua, rodas de conversas nos Institutos Federais e ocupações nas escolas técnicas em defesa da ampliação do orçamento para a assistência estudantil.
Segundo o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (CONIF), a Rede Federal de Ensino Técnico precisaria de ao menos R$4,1 bilhões para poder recompor o orçamento e para garantir o funcionamento mínimo das instituições e a aplicação das políticas de assistência estudantil. Porém, “o que encontramos são escolas precisando sobreviver com o que tem. São salas de aula sem climatização, campi sem restaurantes a preços acessíveis, cancelamento de aulas de campo e práticas pela falta de insumos, banheiros com portas quebradas e entre outros problemas que poderiam ser sanados com um investimento justo na educação”, denuncia Ana Luiza, estudante do IFBA e coordenadora geral da FENET.
A grande realidade é que os estudantes mais pobres são os primeiros a serem prejudicados com a secundarização da assistência estudantil, mesmo que sejam a maioria do quadro do alunado nos Institutos. Hoje, cerca de 70% dos estudantes são mulheres (54%) e negros (63%), conforme a Plataforma Nilo Peçanha.
No entanto, o chamado campo do “centrão” da Câmara dos Deputados e Senado não quer priorizar a permanência desses estudantes dentro das escolas técnicas. Por isso, em 2024 foi aprovado um orçamento para os Institutos Federais 20 vezes menor que as Emendas Parlamentares aprovadas e que significa metade do valor do Fundo Eleitoral. Estão mais preocupados em encher seus próprios bolsos de dinheiro!
Com esse cenário, a FENET realiza a plenária de grêmios para convocar a organização da agenda de lutas pela assistência estudantil. “Quem entrou, quer ficar! Esse é o sentimento dos estudantes de ensino técnico que sonham em acessar uma educação de qualidade e ajudar a sustentar sua família em casa. O governo federal e, em especial, o parlamento não podem fechar os olhos para esses estudantes. Os grêmios estão organizados e prosseguirão na luta pelos seus direitos”, aponta Nicole Viana, coordenadora geral da FENET.