Operação prendeu 4 militares e um agente da Polícia Federal, entre eles o general fascista Mário Fernandes, acusados de terem planejado o assassinato do presidente Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Redação
BRASIL – A operação da Polícia Federal de hoje denunciou uma nova frente da ação golpista realizada no país durante os meses finais do governo do fascista Bolsonaro. O plano dos militares golpistas seria dar um golpe de estado no dia 15 de dezembro de 2022, com o sequestro e assassinato do presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Todos os militares eram ligados às chamadas forças especiais do Exército, os chamados “kids pretos”, que ficam sediadas em Goiânia. Esse grupo militar já é suspeito de atuar em outros atentados fascistas, como os ataques de 8 de janeiro de 2023.
A ideia dos militares era cortar a linha de sucessão presidencial três dias após a diplomação da chapa de Lula e impedir qualquer reação do TSE. Após o assassinato das três autoridades, o plano golpista previa a criação de um “gabinete de crise” composto pelos generais fascistas que compunham o governo Bolsonaro, como Walter Braga Netto e Augusto Heleno.
O plano golpista, segundo a PF, foi organizado em uma reunião na casa de Braga Netto, em Brasília, no dia 12 de dezembro de 2022. Neste dia, gangues fascistas atacaram a sede da Polícia Federal em Brasília e incendiaram vários carros e ônibus, num ato contra a diplomação de Lula e Alckmin.
De acordo com o inquérito, os militares cogitaram várias formas de realizar o assassinato do presidente Lula, incluindo o envenenamento, mesmo método que agentes da Ditadura Militar teriam usado para assassinar o ex-presidente João Goulart, em 1976.
Líderes golpistas ainda não foram presos
A realização da operação de hoje é mais uma prova de que Bolsonaro tentou por todos os meios dar um golpe e acabar com a democracia no Brasil. Os ataques fascistas de 8 de janeiro foi a continuação do plano golpista desenvolvido ao longo dos 4 anos do governo do ex-capitão.
A tentativa de assassinato entra, agora, na lista de projetos golpistas descobertos pelas investigações. Desde 2022, já foram revelados uma série de planos golpistas: a tentativa de usar a Polícia Rodoviária Federal para atrapalhar a realização do 2º turno das eleições, uma proposta de decreto de intervenção no TSE e instauração do Estado de Defesa, uma bomba instalada no Aeroporto de Brasília no natal de 2022, os acampamentos fascistas nas portas dos quartéis (financiados por empresários aliados de Bolsonaro) e os atos de 8 de janeiro.
Na sexta-feira passada, um homem-bomba tentou invadir o plenário do STF para assassinar os ministros. Sem sucesso na ação, ele cometeu suicídio. O terrorista era filiado ao partido de Bolsonaro, o PL, e foi candidato nas últimas eleições.
Todas essas ações mostram a amplitude do movimento golpista de Bolsonaro no Brasil. Envolvendo empresários milionários, generais fascistas e membros do antigo governo. O que falta, então, para a prisão definitiva de Bolsonaro, Braga Netto, Augusto Heleno e outros chefes golpistas?
2 anos após as 4 tentativas de golpe de Bolsonaro, ele e seus cúmplices continuam soltos e tendo liberdade de continuar organizando o campo fascista no país. O receio que muitos membros do atual governo e da social-democracia de fazer uma ação mais contundente contra os golpistas mostra que a demora na prisão desses criminosos pode ter um custo alto para a defesa das liberdades democráticas em nosso país.
Após o atentado no STF e a revelação do plano para assassinar o presidente Lula, fica evidente que qualquer conciliação para realizar uma “anistia” em favor dos fascistas só servirá para entregar de bandeja nossos direitos e liberdades para Bolsonaro e sua gangue.