UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sábado, 16 de agosto de 2025
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Cotas individuais do Jornal A Verdade: a prática sistemática e contínua de todo comunista

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A história nos mostra que nas revoluções socialistas ocorridas por todo mundo, o jornal foi essencial no processo revolucionário. Não devemos tratar as cotas individuais como uma obrigação ou imposição. A pergunta que vem à tona é: usamos as nossas cotas individuais como uma expansão de nossa atuação política?

Diego Barbosa | Unidade Popular PR


OPINIÃO – A história nos mostra que nas revoluções socialistas ocorridas por todo mundo, o jornal foi essencial no processo revolucionário. Vladmir Lenin, nos primeiros anos do século XX, indicou a necessidade da criação de um jornal, ao afirmar que: “O jornal não é só um propagandista coletivo, senão também um organizador coletivo” (Por Onde Começar, 1901). E foi a partir da circulação do jornal Pravda que o Partido Bolchevique organizou os operários e camponeses russos e construiu a revolução proletária em outubro de 1917.

Como militantes da Unidade Popular, reconhecemos a importância das brigadas do Jornal A Verdade, tanto na Brigada Nacional, quanto nas brigadas extras. Devemos atuar e intervir na política dos espaços que alcançamos com o jornal a fim de organizar a classe trabalhadora e despertar sua consciência de classe.

Essa relação com nosso jornal gera confiança da classe trabalhadora em nosso partido, pois, o jornal se torna a fonte de informação mais confiável em meio à luta de classes.

Como anda a nossa relação com a nossas cotas individuais?

No artigo Avançar na nossa relação com o Jornal, encontramos qual deve ser o melhor encaminhamento para as cotas individuais: “Um livro de poesia na gaveta não adianta nada, lugar de poesia é na calçada. Ninguém pode viver uma vida inteira ou mesmo um dia sem entrar em contato com outra pessoa. Então como é possível que, a cada quinzena, camaradas não consigam encontrar ao menos cinco pessoas para vender a sua cota?

É preciso repensar nossa rotina, pois isso dificulta não só a venda do jornal, mas também a nossa saúde mental, nossas emoções e nossa consciência coletiva. Precisamos encontrar amigos, familiares, colegas de trabalho, ou mesmo uma pessoa que puxa assunto na rua, e vê-la como alguém que precisa saber da luta por um mundo melhor.”

Não devemos tratar as cotas individuais como uma obrigação ou imposição. A pergunta que vem à tona é: usamos as nossas cotas individuais como uma expansão de nossa atuação política?

Che Guevara sempre defendeu a ideia de uma transformação do ser humano ao longo da construção do socialismo e transição ao comunismo. Essa atitude não é inédita, pois Marx e Engels já a haviam registrado no Manifesto do Partido Comunista.

No entanto, Che a desenvolveu ao longo de toda sua vida revolucionária. Dois exemplos dos escritos de Che estão em sua obra “O Socialismo e o homem em Cuba”, na qual ele escreve: “Para construir o comunismo, paralelamente à base material tem que se fazer um homem novo” e “Na atitude dos nossos combatentes visualizava-se o homem do futuro”.

Estamos constantemente realizando as brigadas de nossos jornais com o objetivo principal de despertar a consciências de classes de nosso povo. Esse despertar inclui, nos entendermos como classe e não apenas como indivíduo. A partir do momento que o trabalhador se enxerga como classe trabalhadora, começa o processo da formação do novo ser humano. Este novo ser deve ser dotado de um ideal coletivo, de construção de uma sociedade igualitária, justa e democrática. Uma sociedade na qual o fruto do trabalho é domínio de todos aqueles que trabalham e que ajudam na construção desta.

A disciplina bolchevique como boa prática

Para ser um bom militante, devemos militar. Para sermos um bom brigadista, devemos fazer mais brigadas. Para ter uma boa relação com as massas, devemos estar com as massas todos os dias. O secretário geral do COMINTERN, Georgi Dimitrov, cita:

“O verdadeiro revolucionário, o verdadeiro dirigente proletário, forma-se no fogo da luta de classes e na assimilação da doutrina marxista-leninista … Não basta saber o que fazer, é preciso ter coragem de lavá-lo a cabo, estar sempre pronto para fazer, por qualquer preço, tudo o que possa realmente servir à classe operária, ser capaz de subordinar toda a sua vida aos interesses do proletariado e de seu partido marxista-leninista”.

Todas essas tarefas necessitam de dedicação, destinar nossas energias e tempo para o objetivo maior, que é a libertação de todo o nosso povo da exploração burguesa, por meio da construção de nossa revolução.

Da mesma forma, só podemos aumentar nossos jornais de cotas individuais, se estamos sempre nos esforçando para alcançarmos mais pessoas nos nossos círculos sociais. Uma citação de Diógenes Arruda (militante comunista e preso político na ditadura) exemplifica muito bem como deve ser a nossa prática. “Ser comunista é uma conduta de vida. E não apenas num momento, numa tarefa ou num combate, mas em todos os momentos, em todas as tarefas e em todos os combates”.

O que significa ser comunista

Ou seja, devemos ser comunistas todos os dias, não somente quando estamos numa brigada, num ato ou numa reunião. Ser comunista todos os dias, neste caso, é estar levando o despertar da consciência de classes a todos em nossa volta. Estarmos sempre com jornais em mãos é a possibilidade de abordar outro trabalhador que cruze o nosso caminho. Pois, por muitas vezes deparamos no comércio, no ônibus, com motoristas e entregadores de aplicativo etc. com questões de exploração que são abordadas no jornal A Verdade. São estes os momentos que devemos ser comunistas também.

As pessoas que adquirem nossas cotas individuais com determinada constância, são aquelas que tem confiança no jornal, que entendem que ele reflete os anseios e interesses da classe trabalhadora. Essas também são pessoas que devem ser disputadas para se organizarem em nossas fileiras. O trabalho diário e constante é uma das características principais da militância comunista, recrutar novos camaradas faz parte da tarefa do comunista. E sempre que recrutado um camarada, um novo deve ser alcançado, e nada melhor do que a cota individual para fazer essa nova conexão.

Portanto, adquirir, distribuir e expandir o número de jornais de nossas cotas individuais é uma tarefa revolucionária. Pois, ser revolucionário é ser comunista todos os dias e sermos comunistas todos os dias é estarmos sempre buscando o despertar da coincidência de classe e a organização da classe trabalhadora em prol da revolução socialista.

Camaradas, jornal é o nosso melhor panfleto, é a ferramenta mais poderosa para despertarmos a consciência de classe e organizar o nosso povo. Devemos ter nossas cotas individuais em mãos a todo momento, pois, todos os dias encontramos um trabalhador que sofre e busca por esperança. Façamos de nosso jornal, todos os dias, o farol da esperança!

Ibaneis Rocha (MDB) causa desastre nas carreiras da assistência social no DF

O governador Ibaneis (MDB) desrespeita e desvaloriza os servidores da carreira ao impor condições degradantes de trabalho. A estrutura das unidades é intensamente precária: o mobiliário é antigo, com cadeiras de segunda ou terceira mão que acabam por originar problemas de saúde.

Movimento Olga Benario e MLC | Brasília (DF)


TRABALHADOR UNIDO – No Distrito Federal, a execução dos serviços de assistência social previstos na Constituição e regulamentados pela LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social) é realizada por agentes públicos pertencentes à Carreira Pública de Desenvolvimento e Assistência Social que, através das Secretarias de Desenvolvimento Social, Mulheres, e Justiça, do GDF, buscam garantir proteção social aos cidadãos e cidadãs em situações de vulnerabilidade e risco social.

A maior parte desses servidores está concentrada na Secretaria de Assistência Social, cuja estrutura é composta pelos Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e Centros Pop, dentre outros equipamentos. É no CRAS, por exemplo, que é realizada a inscrição no Cadastro Único e solicitado o Prato Cheio, benefício que visa atenuar a insegurança alimentar e nutricional enfrentada por inúmeras famílias brasilienses.

A importância da carreira se reflete em dados concretos: desde 2019, são contabilizados anualmente mais de 1 milhão de atendimentos socioassistenciais à população do DF, tornando a categoria uma das mais imprescindíveis no dia a dia do brasiliense.

No entanto, o governador Ibaneis (MDB) desrespeita e desvaloriza os servidores da carreira ao impor condições degradantes de trabalho. A estrutura das unidades é intensamente precária: o mobiliário é antigo, com cadeiras de segunda ou terceira mão que acabam por originar problemas de saúde, como dores crônicas na coluna; o sistema de iluminação é de péssima qualidade, obrigando os trabalhadores a escolher entre permanecer no escuro ou sob luzes que piscam incessantemente, provocando fadiga visual e enxaquecas; do mesmo modo, em ocasiões em que ocorre uma dedetização ou há interrupção no fornecimento de água, o servidor é pressionado a continuar trabalhando.

Porém, as más condições do ambiente de trabalho constituem apenas parte de um problema mais amplo. Sabemos que o acirramento das contradições capitalistas cada dia piora a condição de vida do nosso povo, o que consequentemente pressiona mais e mais a Assistência Social. No entanto, o número de trabalhadores para absorver esta crescente demanda é baixíssimo.

Atualmente, a carreira opera com 36,45% de sua capacidade. São 2005 servidores para atender mais de 1,5 milhão de cidadãos que recebem seus serviços. Infelizmente, desesperada devido à fome e à carestia, a população muitas vezes vê no servidor público um inimigo, xingando-o, ameaçando-o e inclusive agredindo-o fisicamente. De fato, os episódios de violência têm se tornado cada vez mais frequentes, e a falta de um protocolo de segurança por parte do governo transforma as unidades da Assistência Social em ambientes de trabalho altamente adoecedores.

É necessário, contudo, enfatizar que este caos é projeto governamental. A precarização dos trabalhadores da Assistência Social, bem como a escassez de vagas para atendimento, a morosidade para liberação dos benefícios, insuficiência dos valores recebidos pela população e vários outros problemas são estratégias calculadas em prol de um desmonte dessa política pública. Enquanto isso, o governador Ibaneis apresenta como solução as parcerias com organizações da sociedade civil, que não passam de uma armadilha para terceirizar atividades públicas ao setor privado, aprofundando a fragilização dos direitos e a qualidade do serviço prestado.

O Sindicato dos Servidores e Empregados da Assistência Social e Cultural do GDF (SINDSASC), que há muito reivindica um concurso para a recomposição dos quadros, se opõe efusivamente à terceirização da categoria. Ainda que o Sindicato tenham chegado a um acordo com o governo distrital pelo fim da greve realizada em 2023, uma das propostas acordadas, justamente a de realização de um novo concurso para a carreira, nunca saiu do papel. Está mais do que claro que o governador Ibaneis Rocha, um dos 10 políticos mais ricos do país (com patrimônio declarado ao TSE no valor de R$78,9 milhões), não se preocupa com os servidores e empregados da Assistência Social, sucessivamente sucateados pela sua Gestão, muito menos com os assistidos, agredidos pela falta de acesso à dignidade e ao mínimo existencial.

Por isso, convidamos a todos para que compareçam à Assembleia Sindical e Popular convocada pelo SINDSASC no dia 05 de agosto, que tem como objetivo denunciar o desmonte das políticas públicas e lutar por mais segurança e por melhores condições de trabalho.

“A greve nos ensina que, unidos, podemos conquistar novos direitos”

Professores e orientadores educacionais da rede pública do Distrito Federal iniciaram uma greve em 2 de junho, após o Governo do DF se recusar a negociar e descumprir compromissos firmados em 2023, como a nomeação de aprovados em concurso e a realização de novo edital. 

Alexandre Ferreira | Brasília (DF)


TRABALHADOR UNIDO – No dia 02 de junho, professoras(es) e orientadoras(es) educacionais do Distrito Federal iniciaram uma greve em resposta ao Governo do Distrito Federal (GDF), que se nega a negociar e não apresentou nenhuma proposta à categoria. Como se não bastasse, o governador Ibaneis Rocha (MDB) não cumpriu vários aspectos do acordo da greve de 2023, como, por exemplo, a nomeação de todos os aprovados no último concurso e a preparação de um novo concurso naquele mesmo ano.

O governador, logo após a decretação da greve, declarou que era uma “greve política”, que não iria negociar e entrou na Justiça, que prontamente decidiu pela suspensão da greve e decretou multa de R$ 1 milhão por dia, caso não fosse acatada. Para piorar, o principal argumento foi por não ter tido o “esgotamento das vias negociais entre sindicato e Governo”.

Esta decisão não intimidou os trabalhadores, que demonstram uma grande disposição com ações de ocupação da sede da Secretaria de Educação, assembleias com mais de 4 mil pessoas, passeatas e atos na frente do Palácio do Buriti, sede do GDF.

Toda esta pressão fez o Governo receber a comissão de negociação durante a assembleia da categoria, onde os professores ali permaneceram, mesmo sob o intenso sol do meio-dia. Logo terminado, o comando de greve se reuniu para avaliar a proposta de nomeação, em dezembro, de 3 mil aprovados no último concurso; prorrogação do atual concurso; abertura de um novo edital até o final do ano; criação de um Grupo de Trabalho para discutir a reestruturação da carreira em até 90 dias; anulação das multas de R$ 1 milhão por dia. Proposta que nada apresentou de concreto na restruturação da carreira, nem aumento salarial e promete nomear apenas 3 mil dos mais de 14 mil aprovados no concurso.

Apesar disso, a atual gestão do Sindicato defendeu no comando a suspensão da greve. As forças políticas que são oposição a atual gestão do sindicato, entre elas, o Movimento Luta de Classe (MLC), defenderam que a proposta era insuficiente. Mesmo assim, foi aprovada a proposta de encerramento da greve na comissão. Só que, quando o sindicato foi recebido na assembleia aos gritos de “GREVE! GREVE!”, não tiveram coragem de apresentar a proposta que eles mesmos defenderam, com medo de serem desmoralizados.

A postura da atual gestão do sindicato é um reflexo de uma política social-democrata, que transforma os sindicatos em entidades administrativas, e não em instrumentos de organização e conscientização da classe trabalhadora. Preferem criticar a categoria, dizendo que ela não tem disposição de luta. A realidade, porém, mostra que o problema está mesmo nessas direções sindicais que fazem de tudo desarticular e desestimular a mobilização de base.

A greve é uma escola de formação

A greve é um estágio avançado da luta, em que o trabalhador, submetido a altas jornadas de trabalho, sofrendo com adoecimento, resultado de um trabalho degradante, percebe como única alternativa se organizar com seus colegas e lutar.

“A greve nos ensina que somos fortes e que, unidos, podemos conquistar novos direitos. Esta experiência demonstra a disposição da categoria em participar ativamente da greve e estamos vendo em toda a assembleia várias pessoas se filiando à Unidade Popular. Isso aumenta nossa esperança”, afirma Felipe Sinicio, militante da UP eleito para o comando de greve.

Lênin, líder da Revolução Socialista da Rússia, em 1917, afirma em seu artigo Sobre as Greves, que a greve é uma “escola de guerra”. Ou seja, um processo rico de muito aprendizado. Momento em que o trabalhador desperta sua consciência, fortalece seu espírito de solidariedade. Para ele, a greve é uma excelente professora: “As greves ensinam os operários a unirem-se, as greves fazem-nos ver que somente unidos podem aguentar a luta contra os capitalistas, as greves ensinam os operários a pensarem na luta de toda a classe operária contra toda a classe patronal e contra o governo autocrático e policial”.

Instrumento de luta

A greve continua e, a cada dia, vem se fortalecendo, tendo vitórias como a suspensão da cobrança da multa milionária, resultado de decisão no STF, e o engajamento de mais trabalhadores. Mas sabemos que o Governo fará de tudo para atacar os professores e sabemos que a atual gestão do sindicato cede facilmente a estas pressões.

Muitas vezes, uma greve é encerrada sem vitórias imediatas, criando uma insatisfação em grande parte dos trabalhadores; vários até decidem se desfiliar do sindicato. É necessário compreender que o problema não está na entidade sindicato em si, nem muito menos na forma de luta greve, mas sim na gestão do sindicato.

Logo, em vez de se desfiliar, é necessário convidar mais pessoas para se filiarem ao sindicato e se organizarem no MLC para construir um sindicato forte e que utilize toda a sua estrutura para organizar a luta da categoria. Junto a isso, é preciso apresentar a alternativa que vai além dos marcos do capitalismo, mostrar que é possível uma nova sociedade, a única realmente feita pelos trabalhadores em seu próprio proveito, a sociedade socialista.

Matéria publicada na edição impressa  nº315 do jornal A Verdade

Precarização e pejotização impedem trabalhadores de se sindicalizarem

Trabalhadores da área de tecnologia têm se organizado em núcleos do Movimento Luta de Classes (MLC), em diversos estados do país, para combater a precarização do trabalho no setor.

Núcleo MLC (RS)


TRABALHADOR UNIDO – Ao longo dos últimos dois anos, centenas de trabalhadores da área de tecnologia de informação (TI) e áreas afins se organizaram no Movimento Luta de Classes (MLC) e debateram a precarização do trabalho na área, sua necessidade de organização e de sindicalização. Os núcleos têm se organizado em diferentes estados do Brasil e descobrindo dificuldades parecidas em todo país.

Em primeiro lugar, a pejotização, ou seja, o contrato que obriga o trabalhador a vender sua força de trabalho constituindo um CNPJ (empresa) mascara a real relação trabalhista, sob a justificativa de que o funcionário CLT é caro demais para a empresa e que isso prejudica o trabalhador, as empresas propõem um contrato ilegal. O argumento para convencer os trabalhadores a aceitar esse modelo de contrato é que eles, enquanto profissionais, sofrerão menos descontos de impostos e de INSS e, por isso, receberão um valor maior no final do mês. A verdade é que esse argumento não condiz com a realidade, pois o que leva os profissionais a aceitarem o contrato de pessoa jurídica são as alternativas oferecidas pelas empresas: salários baixos ou desemprego.

O argumento do “salário maior” também se baseia em mentiras. Ao pesquisar na internet “clt ou pj calculadora” é possível encontrar diversos sites que fazem a comparação. O comparativo inclui itens como vale-alimentação, vale-transporte, plano de saúde e “outros benefícios”. Ou seja, oculta do cálculo da Previdência, do FGTS e do seguro-desemprego – excluindo as ferramentas de segurança social criadas para situações de vulnerabilidade como doença, velhice, acidente de trabalho, desemprego ou maternidade, por exemplo. Na prática, para o “PJ” ter segurança nesses momentos, terá que guardar valores todos os meses, o que diminui ainda mais o valor real que recebe e não traz a mesma segurança.

Essa dinâmica é reflexo da ideologia dominante, que coloca nas costas do indivíduo toda a carga do trabalho e, nos momentos de vulnerabilidade, a carga para se recuperar também. Na prática, o que acontece são pequenas poupanças ou investimentos individuais que, quando o profissional precisa parar de trabalhar, não são suficientes para cobrir os gastos: ele fica sem salário, sem benefício social e consome suas economias individuais.

Coletivamente, esse cenário cria uma crise a longo prazo, já que mais pessoas passam a viver em situações vulneráveis, mesmo que antes recebessem um salário suficiente ou até mesmo alto.

A pejotização também impede a sindicalização, ou seja, a organização e negociação coletiva dos trabalhadores ante grandes empresas que, por sua vez, fazem parte de sindicatos patronais fortes. O que coloca os trabalhadores para refletir: se sindicatos são tão ruins como as empresas pregam, por que elas próprias criaram sindicatos patronais?

No período de organização desses trabalhadores, poucos conseguiram se sindicalizar devido à pejotização e a lógica do trabalho remoto em relação aos sindicatos. Os “PJs” são legalmente vistos como empresas e não podem se sindicalizar. Para piorar a situação, alguns sindicatos sequer aceitam trabalhadores autônomos.

Além da pejotização, o teletrabalho (trabalho remoto ou home office), que pode ser sim uma grande qualidade de vida dos trabalhadores, é utilizado como mais uma barreira na sua organização. Convenientemente, as grandes empresas contratam trabalhadores que estão muito distantes da sua sede, mas a negociação é feita exclusivamente com o sindicato dessa sede. Por exemplo, uma empresa de tecnologia de São Paulo pode contratar um trabalhador do interior do Rio Grande do Sul ou do interior do Ceará, mas esse trabalhador será obrigado a se sindicalizar no sindicato de São Paulo.

Essa dinâmica dificulta a comunicação, a associação dos trabalhadores em sindicatos e a manutenção e duração dessa sindicalização. Afinal, com a possibilidade de buscar mão de obra cada vez mais barata no interior do país, as empresas não hesitam em demitir. Assim, o trabalhador precisará de um novo emprego, provavelmente em uma empresa com sede em um local diferente. Se vê obrigado a mudar de sindicato e nunca poderá estabelecer uma relação forte com o sindicato e nem permanecer tempo o suficiente para compor chapas e disputar a direção dele.

Outras duas questões impõem grandes dificuldades à organização dos trabalhadores da tecnologia: a contratação realizada por empresas estrangeiras, que não negociam com os sindicatos brasileiros, e a contratação em empresas não caracterizadas como de tecnologia.

No último caso, um programador contratado por um e-commerce, precisa se associar ao sindicato de empregados no comércio. Já um especialista em banco de dados que trabalhe para uma universidade, precisará ser coberto pelo sindicato ou dos trabalhadores técnicos da universidade.

O que os trabalhadores organizados nos núcleos de tecnologia do MLC, em todo o Brasil, têm descoberto são inúmeras barreiras à organização enquanto classe nos espaços dos sindicatos. Estatutos sindicais, regulamentações e formas de organização legais hoje não condizem mais com a realidade do trabalho na tecnologia.

Para reverter essas situações, é preciso combater a ideologia que individualiza os riscos do trabalho, a pejotização, conscientizando a respeito dos direitos que ficam ocultos nas ofertas de trabalho PJ. Também participar e pressionar os sindicatos a rever seus estatutos, buscando formas de incluir os trabalhadores autônomos e pejotizados e lutar por uma integração sindical que consiga garantir direitos e proteção aos trabalhadores remotos – seja em território brasileiro ou internacional.

Não podemos ficar parados, enquanto não for possível participar de forma adequada e formal dos sindicatos que deveriam nos representar, precisamos nos organizar como classe trabalhadora e fomentar esse tipo de discussão nos nossos grupos de colaboradores, conscientizando aqueles que não conhecem ou não se sentem parte da luta sindical pelos direitos dos trabalhadores de tecnologia.

Matéria publicada na edição impressa  nº315 do jornal A Verdade

“Cadê a praça que estava aqui?”

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As praças públicas deveriam ser espaços de lazer, cultura e convívio social com a natureza, mas não é bem isso que vemos na realidade das grandes cidades. E a cidade do Recife é prova disso. 

Nayara Ramos | Recife (PE)


BRASIL – Em meio à selva de pedras que é uma cidade grande, como é o caso do Recife, praças e parques são essenciais para oferecer um respiro verde à população. Esses espaços promovem saúde física e mental, proporcionando ambientes para a prática de exercícios e esportes, lazer, apreciação da natureza e contato com outras pessoas. O problema é saber se esses espaços estão sendo oferecidos para a população, e como estão sendo ofertados.

Na Praça do Cavouco, localizada na Zona Oeste da capital pernambucana, em um bairro residencial, e fazendo parte do Programa Academia da Cidade (PAC), gerenciado pela Prefeitura do Recife, que deveria fornecer à população uma área de atividade física, pista de cooper, quadra poliesportiva e um parque para crianças, hoje possui apenas a quadra e a área de atividade em boas condições de uso, deixando os moradores sem aproveitar o espaço.

Abandonar espaço público é abandonar o povo

O direito ao lazer e à saúde são garantidos pela Constituição Federal, mas, no Brasil, esse e outros direitos não chegam em muitos bairros similares ao da Iputinga. Uma das principais preocupações dos moradores é a falta de manutenção da pista de corrida, onde o acúmulo de sujeira já causou até quedas de pessoas idosas. Renata, aluna da academia relata: “Só não caí porque uma colega do meu lado me segurou. É muita sujeira. Muitas senhoras idosas caminham aqui mas a gente não vê uma manutenção. Será necessário esperar alguma tragédia para que a Prefeitura tome providências?

A falta de lixeiras e a limpeza irregular da praça reforçam a sensação de abandono. Moradores já cobraram melhorias na praça, mas nunca tiveram resposta da prefeitura. Quando não há atividade na academia ou na quadra, o local atrai a presença de usuários de drogas e aparenta insegurança para a população. Sandra, outra aluna da academia, conta que tentou passear com seus filhos numa tarde e não se sentiu segura: “É muito frustrante isso, você está querendo aproveitar o seu bairro e não pode”.

Outra questão que afeta a população são os cavalos soltos no local. A população solicitou por diversas vezes a remoção dos animais, mas com a postura indiferente da prefeitura a situação persiste, assim como persistem as fezes dos bichos no local e a falta de uma limpeza mais regular e constante.

Uma questão de classe

Essa é a triste realidade de quem utiliza a Praça do Cavouco: parque quebrado e perigoso para crianças, fios elétricos expostos e até mesmo o banheiro do local, interditado por 6 meses. O abandono é generalizado. No fim, o que importa é a falta de atenção da Prefeitura do Recife para bairros que não estão nas áreas “nobres”, onde o uso do dinheiro público é para favorecer bairros ricos.

Isso fica claro ao atravessar a ponte que conecta a Iputinga com à Zona Norte do Recife. No Parque Jardim do Poço, localizado em bairro nobre, a grama bem irrigada, a limpeza é frequente e os brinquedos estão em pleno funcionamento para os filhos de quem tem dinheiro. Enquanto o interesse público não cuidar verdadeiramente de toda a população, as “Praças do Cavouco” pelo Brasil continuarão abandonadas e perigosas.

O Recife do comercial é outro

Esse abandono das praças públicas enquanto espaços de cultura e lazer para a grande população é um reflexo de uma política populista e enganosa, sobretudo em épocas de redes digitais. Um exemplo disso é que o prefeito do Recife, João Campos (PSB), gastou nos últimos quatro anos (2021 a 2024), R$609 milhões com propaganda, shows e eventos, enquanto destinou apenas R$ 234 milhões em manutenção e drenagem da cidade, deixando escancarado todo o transtorno que vemos quando chove. Ou seja, o Recife na propaganda da prefeitura é bem diferente do mundo real. Enquanto a população paga seus impostos, a sequência de privatizações (disfarçadas de concessões) deixa claro que o interesse real é beneficiar empresários e não cuida do dia a dia do povo trabalhador.

No início desse ano, o prefeito recifense aumentou em 25% o número de cargos comissionados e as gratificações na prefeitura, aumentando os gastos em R$ 65 milhões ao ano, enquanto propôs um “aumento” de 1% no salário dos servidores, levando diversas categorias a fazerem greves e paralisações. A cidade não acolhe quem lhe mantém, e o abandono dos mínimos espaços para quem deseja um mínimo de saúde mental e lazer, se quer consegue ter acesso.

Só a ação popular faz a diferença

No bairro de San Martin, Zona Oeste do Recife, a Associação Amorforte, coletivo que debate gestão ambiental e os espaços públicos na cidade, mostrou que a mobilização comunitária traz resultados. Criada a partir do incômodo da população com a sujeira, insegurança e abandono dos bairros recifenses, conseguiram, depois de muita mobilização por meio de eventos, palestras e debates, que a prefeitura revitalizasse 3 praças com manutenção, arborização e novos parques, e segue lutando por melhorias, mostrando que quando o povo age de forma coletiva e organizada, consegue realmente mudar a realidade.

Enquanto essa política só atende aos interesses dos pouquíssimos ricos, e a maior parte da população sofrer com serviços precários, todos os trabalhadores e trabalhadoras tem o direito de exigir viver em cidades com espaços públicos limpos, seguros e acessíveis. Mais ainda: é necessária uma transformação social na qual o poder político e a capacidade de gerar mudanças verdadeiras esteja nas mãos da classe trabalhadora e só com organização e luta o povo poderá conquistar isso.

O direito à cidade é um direito também a questões básicas, cotidianas, mas que também fazem parte das necessidades básicas e que também nos diz respeito.

Moradores do Jardim Pantanal resistem a despejos e denunciam ataques constantes na região

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Moradores do Jardim Pantanal se organizam para resistir à primeira fase dos despejos no bairro e denunciam que a prefeitura está mentindo e manipulando os moradores para entregarem suas casas.

Wildally Souza | São Paulo (SP)


LUTA POPULAR – O ano de 2025 tem sido marcado por inúmeros ataques da prefeitura e do governo do estado de São Paulo aos moradores do Jardim Pantanal, localizado no distrito do Jardim Helena, zona leste de São Paulo.

No começo do ano, os moradores enfrentaram uma das maiores enchentes na comunidade, resultante do descaso histórico dos governantes com a região. Na ocasião, os trabalhadores perderam diversos pertences. No mesmo período, as famílias que ali residem tiveram que ver seu bairro sendo invadido pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) e por funcionários da prefeitura e da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), para uma operação de despejo que ameaça milhares de casas.

Além da ação de despejo, moradores relatam que receberam multas por morarem no local. Algumas das multas chegam a R$5 mil reais. A justificativa da prefeitura é de que as pessoas estão arriscando suas vidas em imóveis irregulares e que não querem sair do local. Suleiman Rosário denúncia que “se nos tirarem daqui, só temos um lugar para ir: às ruas ou pra debaixo dos viadutos”.

Suleiman é ex-auxiliar de cozinha e já trabalhou no gabinete da prefeitura. Após receber valores retroativos de um auxílio-doença congelado por 5 anos, finalmente conseguiu conquistar o terreno e sair do aluguel. Suleiman divide o terreno com sua filha, o genro e o neto.

“Eles estão mentindo pra nós. Vejam minha sogra aqui, só conseguiu sua casa depois de muitos anos trabalhando e ainda nem terminou ela toda por falta de dinheiro. Além disso, eu e minha esposa só conseguimos ter onde morar porque ela deixou a gente construir uma casa aqui em cima dela. Para onde vamos todos nós? Será que eles não pensam nisso? Na verdade, eu acho que pensam sim, mas eles gostam de ganhar dinheiro em cima da nossa miséria”, disse Lucas Brito, genro de Suleiman.

Selagem das casas é marcada por manipulação

Desde essa segunda-feira (28), uma nova ação da prefeitura com o objetivo de avançar os despejos foi implementada. Funcionários da prefeitura e do CDHU, acompanhados por assistentes sociais, iniciaram a chamada “selagem das casas”, que consiste na fixação de uma etiqueta de marcação nos imóveis com o objetivo de mapear os imóveis e colocá-los oficialmente na lista de despejo.

Aliciando os moradores com promessas distintas e contraditórias, os funcionários da prefeitura revelam o caráter emergencial dos despejos. Moradores relatam que eles chegam fazendo diversas perguntas e quando eles entendem qual o tema “mais sensível nas nossas vidas, começam a usar disso para nos convencer de entregar tudo que temos pra eles.”

De acordo com os comunicados da prefeitura, comandada por Ricardo Nunes (MDB), a ação faz parte da operação “Recupera Pantanal”, que está dividida em três fases com a previsão de despejos de 4 mil famílias, até 2029. Essa primeira fase conta com o despejo de mil famílias até novembro de 2025 e a a construção de um gabião (espécie de gaiola preenchida com pedras para conter deslizamentos ou avanços de rios).

De acordo com o plano oficial da prefeitura, serão mais de 4.344 famílias despejadas, contudo os moradores denunciam que nas reuniões que tiveram com a prefeitura, os funcionários de Nunes não sabiam sequer a geografia do bairro e que as linhas traçadas para o plano corta ruas e quarteirões inteiros que não estão considerados no plano, aumentando o número de casas e famílias na linha dos despejos no bairro ainda nessa primeira fase.

Até o momento, mesmo já com a selagem e marcação das casas, Ricardo Nunes e o governador Tarcísio de Freitas (União Brasil) não divulgaram quais seriam as alternativas para os moradores. Apesar disso, desde o começo da operação, foi observado que os funcionários do CDHU prometem desde indenizações irreais e falsas, até novas casas em bairros diversos.

Deise Nascimento, assistente social e militante do Movimento de Mulheres Olga Benario, diz que conhece bem a prática de seus colegas e alertou os moradores sobre práticas ilegais que constantemente aparecem nessas ações. “Não é só o direito à moradia que está sendo atacado, mas existem ameaças sutis usando o medo das pessoas, principalmente as mães e as pessoas idosas. Eles usam as crianças e a vulnerabilidade das pessoas para que assinem de forma desesperada, acordos ilegais e cheios de falcatruas. É um claro abuso ao Estatuto do Idoso e ao Estatuto da Criança, que garantem moradia digna para essas pessoas.

Moradores organizam resistência

Na noite desta terça-feira (29), dezenas de moradores do Jardim Pantanal se reuniram junto ao Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), para debater os próximos passos da resistência contra os crimes e os despejos de Nunes e Tarcísio em mais uma periferia de São Paulo.

Todos os presentes na reunião afirmam que essa selagem não os intimidou e que essa ação só demonstram que os governantes de São Paulo não se importam com suas vidas e querem despejá-los para “vender essas terras para os ricos construírem prédios ou fazer uma grande obra para vender (privatizar), logo depois”.

Reunião de moradores do Jardim Pantanal nesta terça-feira (29) Foto: Wildally Souza/JAV SP

Antônio Barros, 70 anos e morador do Jardim Pantanal há mais de 30 anos, conversou com a equipe do jornal A Verdade e nos disse que a resistência no Pantanal cresce porque há um esforço comunitário dos que já entenderam a ação para conscientizar os que ainda não entenderam: “Onde eu moro, tô todo dia indo de casa em casa para conscientizar meus vizinhos. Ganhei até um almoço esses dias enquanto tava conversando sobre isso. Não vamos deixar que nossas casas sejam colocadas no chão. Se vierem para destruir, vão sair destruídos”.

Já Rosileide Pereira, moradora da região, expressou que se apega aos exemplos de luta que já presenciou: “Lá no Jardim Romano, o povo colocou o Kassab pra correr debaixo de pau e o Serra também, eu lembro muito bem. E vejam, conseguiram suas casas. Se for preciso, quando esses vierem mentir pra gente aqui, a gente vai fazer o mesmo, nossas casas em pé vão ficar.”

Rosileide faz referência a um episódio que ocorreu em 2010, no Jardim Helena, quando o ex-prefeito Gilberto Kassab foi desafiado pelos moradores a andar com o pé na lama, mas na ocasião, decidiu percorrer as ruas na traseira de uma caminhonete e debochou da situação dos moradores.

Agora, os moradores do Pantanal se preparam para as lutas da próxima semana e cobram da prefeitura uma resposta imediata frente a esses despejos. Caso contrário, dizem que irão ocupar a prefeitura e só sairão de lá quando suas casas não forem mais ameaçadas.

Ao jornal A Verdade, Sidney da Cruz, Secretário de Habitação da cidade de São Paulo se recusou a falar sobre o Jardim Pantanal e os despejos.

26 de Julho – Dia da Rebeldia Cubana é comemorado em Recife no Centro Cultural Manoel Lisboa

O povo cubano tem orgulho de sua revolução e luta até hoje pela sua autonomia. Foto: reprodução.

 

Mais um ano o Centro Cultural Manoel Lisboa em Pernambuco (CCML) promoveu junto ao Comitê de Solidariedade com Cuba uma noite de homenagem e solidariedade com o povo cubano e sua revolução, que prossegue mesmo com toda perseguição do imperialismo. 

Madu Silva – Recife


 

INTERNACIONAL- Neste último sábado, dia 26 de julho, completaram-se 72 anos do assalto ao Quartel Moncada, quando Fidel Castro e 165 homens tentaram tomar o quartel para armar a população e derrubar o governo de Fulgencio Batista. A tentativa, fracassada, é considerada como o primeiro passo para a vitoriosa revolução cubana de 1959, que instaurou o governo socialista na ilha.

Em Recife, o Fórum Pernambucano de Solidariedade com Cuba e o Centro Cultural Manoel Lisboa organizaram um cine debate para relembrar a luta do povo cubano e exigir o fim do bloqueio criminoso dos Estados Unidos à Cuba. Dezenas de pessoas participaram do evento e puderam assistir vídeos que relembraram a história do assalto ao Quartel e também que traziam a realidade atual de Cuba e como os cubanos vêm tentando superar os efeitos que o bloqueio tem causado.

A noite finalizou com um debate onde foi colocado a necessidade de sempre comemorarmos datas como essa, sempre manter acesa a chama da luta pelo comunismo em todo o mundo e de relembramos aqueles que deram as suas vidas por uma nova sociedade, além de reforçar a importância entre a solidariedade entre os povos, estarmos juntos na luta pelo fim do bloqueio econômico que há 65 foi imposto à Cuba pelos Estados Unidos. Estiveram presentes o Partido Comunista Revolucionário, a Unidade Popular pelo Socialismo, o Partido Comunista Revolucionário, a União da Juventude Rebelião, o Movimento de Mulheres Olga Benario, Minervino de Oliveira, o Movimento Ana Montenegro, a União dos Estudantes de Pernambuco, a União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco e a Frente Negra Revolucionária.

 

O trabalho sistemático contra a escala 6×1 e a formação de novos núcleos de trabalhadores

Nos últimos meses, a Unidade Popular (UP) e o Movimento Luta de Classes (MLC) organizaram protestos e paralisações em fábricas e centros comerciais, defendendo a redução da jornada, aumento do salário mínimo e fortalecimento da organização sindical de base.

Pedro Morais | Florianópolis (SC)


TRABALHADOR UNIDO – Todo trabalhador sente o peso da escala 6×1. A falta de tempo para aproveitar a família, cuidar da casa, descansar e estudar faz parte da exploração da força de trabalho, que serve apenas para enriquecer uma minoria de burgueses. A verdade é que a redução da jornada de trabalho não vai acontecer sem uma sólida organização e uma luta ferrenha da classe trabalhadora.

Nos últimos meses, a pauta pelo fim da escala 6×1 ganhou uma adesão forte do povo brasileiro, exausto de passar horas no trabalho e no transpor coletivo para ganhar um salário de miséria. A Unidade Popular (UP) e o Movimento Luta de Classes (MLC) realizaram dois grandes atos nacionais pelo fim da escala 6×1, redução da jornada de trabalho e aumento de 100% no salário mínimo. As ocupações de shoppings, mercados, grandes centros comerciais e os atos na frente de fábricas tiveram amplo apoio popular. Na fábrica Tupy, em Joinville (SC), os operários chegaram a paralisar suas atividades.

Frente a essa realidade, está posta a necessidade de organização da classe trabalhadora em diversos níveis e formas. Elaborar um plano de lutas coletivo e desenvolver a linha política é fundamental para que os núcleos da UP e do MLC tenham vida orgânica e ativa nas lutas diárias.

Um núcleo pode ser formado por trabalhadoras do shopping, por exemplo. Três pessoas já são o suficiente para organizar reuniões frequentes e formular ações para a elevação da consciência dos trabalhadores de que é possível não só derrubar a 6×1, mas também esse sistema capitalista e construir um processo revolucionário por meio da propaganda sistemática do socialismo.

Um núcleo estabelecido é capaz de promover rodas de conversa, formações, panfletagens, colagens de cartazes nos arredores e preparar uma ofensiva sindical contra os patrões. Em Florianópolis, o núcleo da UP com trabalhadores realiza panfletagens e brigadas semanais do jornal A Verdade em um shopping. Esse trabalho só acontece por conta da determinação dos companheiros, mas também porque o núcleo funciona e tem política de autossustentação.

A formação de novos núcleos de trabalhadores é peça-chave na engrenagem da luta sindical e revolucionária. A partir dos núcleos, realizamos brigadas sistemáticas, temos planos de finanças e atuamos com a linha política acertada, elevando o ânimo dos trabalhadores para grandes paralisações e greves.

Matéria publicada na edição impressa  nº315 do jornal A Verdade

Portuários lutam contra PL da Privatização dos Portos

Apresentado pelo deputado federal Leur Lomanto Júnior (União Brasil), o Projeto de Lei nº 733/2025 propõe a ampliação da privatização dos portos brasileiros, colocando em risco empregos, salários e direitos históricos dos portuários.

Henry Amorim | Santos (SP) e Welfesom Alves | Belém (PA)


TRABALHADOR UNIDO – No último mês, trabalhadores do setor portuário foram surpreendidos por um novo Projeto de Lei (nº 733/2025), que pretende privatizar mais áreas dos portos, ameaçando empregos, salários e direitos trabalhistas. O PL, apresentado pelo deputado federal Leur Lomanto Júnior (União Brasil), que mantém estreitos vínculos com multinacionais envolvidas nas atividades portuárias na Bahia, especialmente no segmento de cruzeiros, propõe a reestruturação do setor portuário, fortalecendo o poder das empresas, aumentando a concentração econômica e a precarização das relações trabalhistas.

Uma das principais mudanças previstas é a possibilidade de transformar áreas de uso comum, como os cais públicos, em espaços de uso exclusivo por um único operador. Dessa forma, as empresas que “comprarem” esses espaços poderão controlar as cargas embarcadas e desembarcadas, ampliando seu poder e sobrepondo os interesses privados às necessidades públicas. Essa concentração pode afetar o abastecimento e a economia do país, já que a administração dos portos passa a atender ainda mais ao lucro das grandes empresas, em vez dos interesses nacionais.

A aprovação do projeto também eliminaria a exclusividade na contratação de trabalhadores pelo Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), permitindo que as empresas façam contratações diretas, com salários mais baixos e sem garantia de estabilidade.

A proposta ainda ameaça a extinção da Autoridade Portuária Pública, atualmente responsável pela administração dos portos, abre caminho para a privatização e a terceirização das atividades portuárias, pode levar à extinção da Guarda Portuária e ainda aumentar os custos das operações.

Além de atacar os direitos trabalhistas e prejudicar a operação portuária, é importante destacar que o PL 733 é inconstitucional, já que a Constituição Federal define que a legislação portuária é competência do Governo Federal. No entanto, essa prerrogativa é desrespeitada, enquanto o PL tramita na Câmara dos Deputados sem a participação do Executivo. Mesmo assim, apesar da pressão dos trabalhadores, o Governo Lula não reivindicou essa competência e tem deixado a matéria avançar, inclusive em Comissão Especial na Câmara.

Soberania Nacional

Mas, afinal, o que essa “modernização” quer dizer na prática para os portos brasileiros?

O projeto entrega o controle de um setor altamente estratégico às empresas privadas. Num único mês (abril deste ano), os portos brasileiros movimentaram 107,6 milhões de toneladas de cargas, registrando um recorde histórico, impulsionado pelas exportações de gêneros alimentícios, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Portos alfandegados são considerados áreas de fronteira, sendo, portanto, porta de entrada e saída do país. Com a privatização dos cais, até o controle dessa fronteira passa às mãos de empresas, aumentando a vulnerabilidade da soberania nacional. A situação se torna ainda mais grave porque o PL nem ao menos prevê a presença da Guarda Portuária, abrindo espaço para a contratação de seguranças terceirizados, aumentando a precarização do trabalho e transferindo para entes privados uma função que é, na realidade, de interesse nacional.

Quanto às tarifas, o exemplo do Porto de Vitória, no Espírito Santo, é emblemático: após a privatização promovida pelo Governo Bolsonaro, suas taxas de operação aumentaram em até 1.080%.

Direitos dos portuários

Além dos impactos nas operações, o PL 733/2025 representa um grande retrocesso para os trabalhadores portuários, ameaçando direitos históricos conquistados com muita luta. Pela primeira vez em mais de cem anos, pretende-se acabar com a exclusividade do trabalho portuário, princípio que garante que a contratação dos trabalhadores portuários avulsos seja feita exclusivamente por meio do OGMO.

Este princípio evita a contratação desordenada pelas empresas, aumentando a organização, a segurança trabalhista e a estabilidade para os portuários, além de garantir uma operação portuária mais eficiente e segura. Até hoje, a exclusividade não havia sido atacada exatamente por ser reconhecida como essencial para o funcionamento seguro, eficiente e organizado dessa atividade estratégica para a economia do país.

Na prática, o PL permitirá que os terminais, administrados por multinacionais, contratem quantos trabalhadores quiserem, sem regras claras, acumulando funções, modificando a forma de pagamento, reduzindo salários e aumentando o risco de acidentes. O objetivo é claro: mais lucros para os empresários, às custas da exploração e da perda de direitos dos trabalhadores.

Gilberto, estivador do Porto de Santos, no Estado de São Paulo, destaca que os trabalhadores nem foram consultados na formulação do PL: “É como eles querem. Querem engolir tudo pra eles. Mas, pra gente, o que importa em primeiro lugar são os direitos dos trabalhadores. A briga é nossa e vamos conquistar o que é nosso”.

As mobilizações contra o PL 733/2025 se iniciaram ainda em maio. Em Brasília, as entidades sindicais já alertavam sobre o real objetivo do PL, que é maximizar os lucros através da redução da remuneração dos trabalhadores. No Porto de Santos, poucos dias depois que o texto chegou à Câmara dos Deputados, os trabalhadores tomaram as ruas da cidade e marcharam até o sindicato, onde realizaram uma assembleia com a presença de várias categorias.

No dia 13 de junho, trabalhadores e trabalhadoras do setor portuário realizaram um ato nacional, organizado pelas três federações que representam os trabalhadores dos portos, a Federação Nacional dos Portuários (FNP), a Federação Nacional dos Estivadores (FNE) e a Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga, Vigias Portuários, Trabalhadores de Blocos, Arrumadores e Amarradores de Navios nas Atividades Portuárias (Fenccovib), junto com os sindicatos da base.

O ato foi realizado em clima de indignação, e a categoria tem manifestado sua insatisfação contra o PL, demonstrando disposição para organizar greves nos portos e impedir esse ataque aos seus direitos e à privatização. Em uma das falas durante o ato em Santos, um trabalhador destacou: “Nós não somos contra a modernização. Pelo contrário, a verdadeira modernização fortaleceria o trabalhador, garantiria dignidade, ampliaria direitos e valorizaria a mão de obra. O que rejeitamos é o desmonte de tudo o que conquistamos com décadas de luta”.

Interesse das operadoras

A Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), entidade que representa os operadores portuários privados, elaborou e vem articulando a aprovação do PL 733 sem a participação de setores essenciais da sociedade, como os trabalhadores portuários, seus sindicatos e órgãos públicos. Isso porque é impossível apresentar justificativas plausíveis para os impactos negativos que serão gerados em setores como o de cargas, que deverá enfrentar aumentos exponenciais nos preços das movimentações.

A audiência pública realizada no final de maio na Câmara dos Deputados, evidenciou os efeitos nefastos desse PL nas relações de trabalho. Entre as principais medidas estão: 1) o fim da exclusividade dos trabalhadores portuários avulsos; 2) a perspectiva de extinção da Autoridade Portuária Pública; 3) a privatização e terceirização das atividades portuárias; e 4) a extinção da Guarda Portuária.

A verdade é que buscam maximizar os lucros dos operadores portuários privados a qualquer custo, mesmo que isso prejudique o país, que passará a pagar mais caro pelos produtos, enquanto vê suprimidas as conquistas trabalhistas e tem sua soberania nacional transferida para interesses privados. Esse modelo neoliberal de desenvolvimento, que transforma tudo em mercadoria, deve ser combatido com firmeza, pois trata a vida das pessoas como algo secundário, supérfluo e descartável.

Enquanto vivermos neste modelo, medidas como essa, que visam a precarizar o trabalho e atacar cada vez mais os direitos conquistados, serão comuns. Por isso, é preciso construir uma sociedade onde o trabalho nos portos esteja a serviço dos trabalhadores e dos interesses verdadeiramente nacionais, com o comércio exterior destinado às necessidades do povo.

A luta contra o PL 733/2025 é uma defesa da soberania nacional, dos interesses da classe trabalhadora e da construção de uma nova sociedade. Só a organização dos trabalhadores é capaz de barrar esse projeto!

Matéria publicada na edição impressa  nº315 do jornal A Verdade

“Agora vou pra dentro da FNR”

Cleberton Santos, o Tavinho, para os amigos, 35 anos, morador da favela da Jaguaré, na Zona Oeste de São Paulo, homem negro e trabalhador, foi preso injustamente no começo de abril, três dias depois de ter participado do lançamento da Frente Negra Revolucionária (FNR) na capital paulista. Os militantes e advogados da Frente atuaram no processo, juridicamente e apoiando os familiares, conquistando sua liberdade após dois meses de luta.

Tiago Lourenço | São Paulo (SP)


A Verdade – Tavinho, nos conte um pouco sobre você.

Tavinho Eu cresci numa família contaminada pelo racismo, uma família de criação, devido à dificuldade da minha mãe que veio pra São Paulo fugindo do meu pai e me deixou com essa família.

E eu cresci basicamente sem consciência racial. Foi uma coisa que eu adquiri mesmo no começo da fase adulta, e foi um pensamento que só se consolidou com o passar dos anos, quando eu comecei a pesquisar e refletir mais sobre a realidade cotidiana do povo preto.

Eu passei a perceber como o sistema é estrategicamente viciado para desfavorecer as pessoas pretas. Pode-se dizer que muito da minha consciência política, da minha luta, veio disso. Muito da reflexão mesmo, do cotidiano, e muito apoiado no conhecimento da História, dos fatos, inclusive de militantes conscientes que são exemplo pra mim.

Como você conheceu a FNR?

O pessoal da brigada do jornal A Verdade conversou comigo e me apresentou a Unidade Popular (UP) e o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), e eu comecei a participar das atividades, das brigadas e reuniões.

Um dia, eles me contaram que a UP e os movimentos iriam fundar a Frente Negra Revolucionária, uma forma de organizar o povo preto, uma coisa que eu esperava muito, que é uma coisa que eu almejo muito, até mesmo pelo exemplo dos Panteras Negras.

Como eu já conversava com o coordenador do meu núcleo do MLB sobre isso, pra mim a pedra de toque para considerar um partido revolucionário, no Brasil, é a visão que ele tem do povo preto. Porque muita gente de esquerda tem uma visão distorcida sobre a população negra. Então eu sempre cobrei isso e vocês deram a resposta perfeita, que foi o lançamento da FNR.

Quando aconteceu o lançamento da Frente, em São Paulo, eu fui lá conhecer. Infelizmente, três dias depois, aconteceu a minha prisão, que me afastou por pouco tempo, mas estamos aí de volta. Agora vou pra dentro da FNR.

Como a FNR ajudou nesses dias de detenção?

Não existe palavra melhor pra explicar do que família. O pessoal se tornou literalmente minha família, me abraçou, juntamente com meus familiares. E, inclusive, por ter mais condições, por estar mais atento à realidade, participou muito mais ativamente nesse momento difícil da minha vida do que a minha família.

Desde o começo, disseram que não iam me deixar para trás por nada, esclareceram os fatos, conversaram muito comigo e deram todo o apoio necessário. Mais do que o apoio material, me deram especialmente o apoio moral, me incentivando a lutar.

Eu escutei palavras muito importantes dos advogados que foram lá me ver, que realmente foram de arrepiar, palavras que motivam mesmo, que comprovam o compromisso, porque eles pegaram o caso de uma pessoa desconhecida, e eles literalmente se colocaram no meu lugar, se sentiram no meu lugar e me defenderam como família deles.

A FNR me deu uma lição de vida mesmo. E, claro, não posso esquecer que assim que eu ganhei a liberdade, os primeiros que estavam lá me esperando eram o pessoal do Partido e da FNR.

Me acompanharam desde o começo, e esse é um parâmetro muito importante nessa questão da união do povo preto, a união do povo trabalhador, a questão das pessoas olharem pro lado dos trabalhadores e lutarem pelos trabalhadores, porque eu fui preso injustamente e eles abraçaram com unhas e dentes o meu caso, e conseguiram virar o mundo e me tirar da mão da lei burguesa.

Penso que o que eu vou fazer o restante da minha vida é atuar e ajudar a construir a FNR e a Unidade Popular.

Matéria publicada na edição impressa  nº315 do jornal A Verdade

Polícia mata jovem negro em festa junina no Rio

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Um jovem negro foi morto e cinco pessoas ficaram feridas durante uma operação do Bope em uma festa junina na favela do Santo Amaro, na Glória, Zona Sul do Rio, na noite de 7 de junho.

Renan Carvalho | Rio de Janeiro (RJ)


BRASIL – No último dia 07 de junho, moradores da favela do Santo Amaro, localizada no bairro da Glória, Zona Sul do Rio de Janeiro, foram mais uma vez surpreendidos com uma ação absurda do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Os policiais chegaram atirando no local onde estava ocorrendo uma festa junina.

Os vídeos mostram que, no momento, não havia qualquer confronto ou presença de pessoas armadas, e que a festa ocorria de forma pacífica e com muita alegria. Fruto dessa ação criminosa da polícia, o jovem Herus Guimarães, de 24 anos, foi assassinado com um tiro na barriga.

A mãe, Mônica Guimarães, relata que Herus morreu com o celular e o pix aberto para pagar o lanche que estava comprando, que policiais impediram o socorro, arrastaram Herus pelas escadas e debocharam da família. O jovem não resistiu e faleceu no hospital. Outras cinco pessoas ficaram feridas.

Revolta popular

A família, a comunidade e a população carioca se revoltaram e realizaram diversos protestos cobrando justiça pela morte de um trabalhador, mas, mais uma vez, a Polícia reprimiu e tentou intimidar aqueles que protestavam contra a morte de Herus.

“A gente precisa de resposta pra isso tudo. Não é porque a gente mora em favela que a gente é traficante, que a gente é bandido!”, desabafou Simone Guimarães, tia de Herus.

Dias depois do ocorrido, o governador do Estado do Rio de Janeiro Cláudio Castro (PL) e toda a mídia burguesa trataram o caso como mais um caso isolado, como se o método de atuação, a formação dos policiais, a escolha política da “guerra às drogas” e a estrutura das corporações não tivessem influência alguma sobre todos esses casos de abusos.

Após a intensa pressão popular, dois coronéis foram exonerados de seus cargos de comando. No entanto, o governador – que é o chefe da Polícia Militar – assina embaixo todo tipo de ação violenta da corporação, sendo o Governo Estadual, portanto, o maior promotor de chacinas nos últimos 30 anos.

Política do extermínio

Não é novidade que as Polícias Militares dos estados brasileiros sempre tiveram métodos violentos para atuar nas áreas de periferia e bairros pobres do nosso país. Desde a sua criação, baseada em uma organização voltada para capturar escravizados que haviam fugido, foi se moldando e se adaptando ao longo dos últimos 200 anos para promover a defesa do patrimônio dos ricos e aplicar a política do terror de Estado nas favelas a partir de torturas, invasões às casas de moradores e agressões, práticas que foram, inclusive, refinadas na época da ditadura militar fascista, de 1964 a 1985.

Essa é uma política que vai na contramão de resolver o problema da segurança pública. A escolha do confronto sempre violento é um claro lobby das empresas que vendem armamentos, blindados, viaturas, helicópteros, fardas, e tudo que envolve a indústria da segurança, no qual bilhões e bilhões são investidos por ano nas polícias no Rio de Janeiro, sendo a pasta da Segurança Pública o segundo maior em custo para o Estado.

Matéria publicada na edição impressa  nº315 do jornal A Verdade