UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

segunda-feira, 13 de outubro de 2025
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“Ninguém arredou o pé, o povo aqui é de luta!”

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“Chegamos do trabalho ontem à noite, umas seis horas da tarde, e já estavam aqui os policiais. As nossas coisas estavam dentro da ocupação, eles fecharam tudo. Nós tentamos conversar com eles, mas eles não quiseram. Estamos aqui até agora, meio-dia, e a polícia ainda não saiu. Passamos a noite inteira resistindo, mesmo com esse frio.”

Tiago Lourenço e Leonardo de Paula | Diadema (SP)


LUTA POPULAR – “Chegamos do trabalho ontem à noite, umas seis horas da tarde, e já estavam aqui os policiais. As nossas coisas estavam dentro da ocupação, eles fecharam tudo. Nós tentamos conversar com eles, mas eles não quiseram. Estamos aqui até agora, meio-dia, e a polícia ainda não saiu. Passamos a noite inteira resistindo, mesmo com esse frio”, relatou Ophny Jeune, de 34 anos, imigrante haitiano e morador da Ocupação Palestina Livre, de Diadema (SP).

Desde o começo da tentativa de despejo ilegal, às 18h da segunda-feira (22/9), quando os trabalhadores foram impedidos de voltarem às suas casas, as famílias da ocupação e outras famílias do MLB, militantes e apoiadores se mobilizaram para a defesa da moradia.

Sem nenhuma justificativa, a GCM começou a atacar com violência a manifestação, ferindo as pessoas com tiros de bala de borracha e prendendo um militante.

Reinaldo Donizete, 57 anos, servidor da saúde de Diadema, conta que “desde o dia 7, quando fizemos a ocupação, eles nos assediam. Quando chegamos do trabalho ontem à noite, não nos deixaram entrar, então nós nos juntamos pra nos defender. Quando eles jogaram uma bomba que estourou no meu pé, machucou muito, tive que ir pro hospital pra tratar, e um tiro de bala de borracha na barriga”.

Amanda Bispo, do diretório nacional da Unidade Popular pelo Socialismo (UP), em apoio à ocupação, fala da resistência organizada pelos trabalhadores: “A pressão durante a noite toda, as palavras de ordem que não pararam de ser cantadas muito alto, desde as seis da tarde até às duas da manhã, foi o que garantiu que Bruno, o companheiro que foi preso, saísse logo em liberdade. Durante a madrugada até o final da manhã, e está acontecendo até agora, meio-dia. E não vai deixar de acontecer até que as famílias possam entrar nas suas casas, porque não existe um mandato de despejo. Existe um processo que a juíza obriga a prefeitura a fazer cadastramento das famílias, dar auxílio aluguel, registrando isso no processo antes que o despejo aconteça”.

E continua: “Lutar por um direito também é direito da população. Os prédios abandonados, de acordo com a Constituição, deveriam estar sendo desapropriados, e a prefeitura de Diadema deixou de fazer isso com esse prédio, deixando ele abandonado há mais de 10 anos, com uma dívida de mais de R$400 milhões do proprietário. E a prefeitura, que nem era a parte interessada no processo, entrou na justiça só pra pedir a reintegração, em um ataque direto ao MLB, que luta em Diadema há quase 20 anos, que conquistou um projeto habitacional e que está sendo construído com muita luta”.

Até o começo da tarde de terça-feira (23/9), os militantes, famílias e apoiadores seguem firmes na resistência em frente à ocupação e dentro também, com a disposição de lutar pelo direito à moradia e contra a prefeitura reacionária de Taka Yamauchi (MDB).

Reinaldo foi para o hospital para cuidado do pé, mas assim que foi atendido, às 3h da manhã, voltou para a frente da ocupação: “Quando eu voltei, tinha um pessoal dormindo nas barracas, um pessoal se protegendo da chuva e do frio, mas tava todo mundo aqui. Ninguém arredou o pé, o povo aqui é de luta!”.

Povo na rua contra a PEC da Impunidade e anistia aos golpistas

Centenas de milhares de pessoas se reuniram nas principais cidades do país contra a anistia dos golpistas e a PEC da Impunidade. Mais uma vez, nas ruas o povo se mobiliza para barrar o fascismo.

Cadu Machado e Mariana Rodrigues | Redação SP


BRASIL – Menos de uma semana depois da tramitação da PEC da Impunidade na Câmara e a aprovação da urgência do Projeto de Anistia aos fascistas golpistas do 8 de janeiro, centenas de milhares de pessoas tomaram as ruas em pelo menos 60 cidades brasileiras, incluindo todas as capitais e o Distrito Federal. 

No Rio de Janeiro, mais de 100 mil pessoas ocuparam a orla de Copacabana em um ato político convocado por movimentos sociais e partidos de esquerda e que contou com a presença de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque e outros artistas, que entoaram cantos de liberdade e resistência do período da ditadura militar fascista. Em Brasília, o ato caminhou pela Esplanada dos Ministérios e reuniu mais de 20 mil pessoas. 

Em Minas Gerais, além dos atos que ocorreram em mais de 20 cidades, as ruas de Belo Horizonte foram tomadas por cerca de 50 mil pessoas. Na Paraíba, estado do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), as ruas de João Pessoa ouviram o povo cantando “Fora, Hugo Motta!”. 

Em Maceió (AL), os manifestantes se concentraram próximo à Praça Sete Coqueiros, onde fizeram falas a favor da democracia e caminharam até a Praça Multieventos com cartazes e faixas escritas com “Sem anistia para golpistas e bandidos” e “Fascismo nunca mais”. Um principais defensores da anistia e da impunidade para corruptos é o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que tem em Alagoas sua principal base eleitoral.

Outras cidades do Nordeste também tiveram atos massivos. Em Recife (PE), milhares de manifestantes se reuniram na Rua da Aurora, no bairro de Santo Amaro, e caminharam até o Marco Zero. Em Salvador, o ato reuniu dezenas de milhares de pessoas na orla da Barra.

Na capital baiana, o presidente da Unidade Popular, Leo Péricles, que estava na cidade participando do 7° Encontro Nacional de Estudantes do Ensino Técnico (Enet), defendeu: “O povo brasileiro hoje está dando uma resposta muito importante. Além de exigir a prisão de Bolsonaro e dos generais que já foram condenados, exigimos também a prisão de quem financiou essa tentativa de golpe e punição àqueles que assassinam nossos jovens todos os dias.”  

Ao jornal A Verdade, Péricles completou: “As manifestações de ontem (21), mostraram que nosso povo não vai tolerar nenhum processo de anistia para os ricos e políticos criminosos, golpistas e fascistas.”

Também foram realizados atos nas capitais dos estados da região Norte. Em Belém (PA) manifestantes se reuniram em frente ao Theatro da Paz, na Praça da República, local tradicional de manifestações políticas na cidade. Em Manaus (AM) o ato se concentrou na Avenida Getúlio Vargas, no Centro, e seguiu em caminhada sob a palavra de ordem “Sem anistia e sem perdão, eu quero ver Bolsonaro na prisão” até a Avenida Sete de Setembro.

Já em São Paulo, desde a ida para a Avenida Paulista era possível ouvir a multidão entoando palavras de ordem contra a anistia ainda nas estações de metrô. Em defesa da democracia, mais de 100 mil pessoas deixaram claro que o povo não aceitará mais golpes e que os responsáveis precisam ser punidos. Muito além da democracia formal, quem estava nas ruas reivindicava melhores condições de vida: trabalhadores exigiam o fim da escala 6×1, denunciavam as crises climáticas e a violência da Polícia Militar do governador fascista Tarcísio de Freitas. Os estudantes, que elegeram Bolsonaro como o inimigo número um da educação, se mobilizaram junto a seus DCEs, Centros Acadêmicos e demais entidades estudantis, cobrando a melhoria da educação e a prisão dos golpistas. Além disso, foram vendidos mais de 2.000 exemplares do jornal A Verdade.

Vivian Mendes, presidenta estadual da UP em São Paulo, relembrou dos atos da frente “Povo na Rua” de 2021 e 2023: “O povo é contra anistiar fascista e blindar bandido político”, afirmou. Ela ainda enfatizou que é possível derrotar o fascismo como fizeram os povos soviético e vietnamita.

Ato no DF reuniu dezenas de milhares de pessoas na Esplanada dos Ministérios. Foto: Donavan Sampaio

PEC e Anistia só serve a políticos milionários de direita e fascistas

A PEC da Impunidade, aprovada na câmara dos deputados semana passada, gerou indignação geral no povo brasileiro. A medida altera o artigo 53 da Constituição para ampliar os privilégios de deputados e senadores, exigindo que qualquer processo contra eles dependa de autorização do próprio Congresso — mesmo quando os crimes não têm relação com o mandato. Na prática, é uma tentativa de criar um escudo para proteger corruptos e golpistas.

Apesar da rápida aprovação na Câmara, a reação popular colocou a proposta em xeque. As manifestações em todo o país forçaram o Senado a recuar. Mais uma vez, fica provado que só a mobilização do povo é capaz de barrar a blindagem dos criminosos do Congresso.

Além da PEC da Impunidade, que busca blindar parlamentares contra processos, também tramita no Congresso o PL da Anistia, uma proposta que visa conceder perdão a envolvidos em atos golpistas, incluindo os ataques de 8 de janeiro. 

A medida é defendida por aliados de Bolsonaro e tem como objetivo garantir impunidade para aqueles que participaram da tentativa de golpe, enfraquecendo ainda mais a responsabilização dos criminosos. 

Ambas as propostas representam uma tentativa de garantir impunidade para os responsáveis pelos ataques às instituições democráticas, enfraquecendo a responsabilização dos criminosos enquanto o povo segue sendo alvo da repressão e da violência do Estado.

A aprovação dos dois projetos foi acordada entre o Centrão e os fascistas durante a ocupação do plenário da Câmara, quando a prisão domiciliar de Bolsonaro foi decretada. Para que a Câmara fosse desocupada, ficou definido que o Centrão votaria a favor do PL da Anistia e de sua urgência, enquanto os fascistas apoiaram a PEC da Impunidade, garantindo que deputados do Centrão permanecessem protegidos da Justiça. O episódio mostra como essas manobras legislativas servem para blindar políticos e golpistas, enquanto a classe trabalhadora continua sendo punida pela Justiça dos ricos e os pobres, sobretudo a juventude negra e periférica, encarcerados em massa.

Quando o centrão e os fascistas firmaram seu pacto pela impunidade, se esqueceram de consultar os milhões de trabalhadores brasileiros, que estão cansados da corrupção. A resposta popular foi rápida, clara e contundente.

As ruas de Belém do Pará ficaram lotadas de manifestantes neste domingo. Foto: Bea Miranda

Mente quem diz que o brasileiro é acomodado

Durante o período da Ditadura Militar Fascista (1964-1985), o povo foi às ruas denunciar os crimes fascistas, como a tortura e o assassinato daqueles que lutavam contra a repressão. Ficou marcado na história o dia 31 de outubro de 1975, quando cerca de 8 mil pessoas foram às ruas de São Paulo para protestar contra a morte do jornalista Vladimir Herzog, barbaramente assassinado pelo regime.

Em 2013, o povo voltou a se levantar, desta vez contra o aumento de R$0,20 nas tarifas de transporte e a falta de investimentos nos serviços públicos. Mesmo diante da repressão, a mobilização cresceu e mostrou que os brasileiros não aceitam de cabeça baixa a exploração diária imposta pelos governos e pelo capitalismo.

As mobilizações pela prisão de Bolsonaro e dos golpistas não terminaram. É possível derrotar o fascismo, e barrar a PEC da Impunidade e o PL da Anistia é um passo fundamental nessa luta, já que essas propostas tentam livrar golpistas e corruptos da prisão.

Um dos balanços mais importantes da manifestação de domingo (21), é o seu caráter nacional. Ao contrário dos fascistas, que hoje só conseguem concentrar mobilizações em algumas capitais e com a injeção de muitos recursos financeiros, os atos contra a anistia e a impunidade mobilizaram centenas de milhares em todo país. 

Novamente, foi o povo na rua que colocou a possibilidade real de barrar de forma definitiva a tentativa de não punir Bolsonaro e os generais golpistas. Agora, cabe aos movimentos sociais e organizações de esquerda continuar as mobilizações em torno das pautas mais importantes do momento para a classe trabalhadora: o fim da escala 6×1, o aumento de 100% do salário mínimo, a luta pela moradia digna  e a garantia de alimento barato e de qualidade para o nosso povo. 

Mobilização garante revogação de resolução transfóbica do Conselho Federal de Medicina

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Medida que proibia a “terapia hormonal afirmativa” colocava em risco direto a saúde, a dignidade e a vida da população trans em todo o país.

Marcela Bigonha | Brasília


LUTA POPULAR – Em julho deste ano, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região concedeu uma liminar para suspender os efeitos da Resolução n.º 2.427/2025 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que proibia profissionais de saúde de oferecer cuidados de afirmação de gênero para pessoas trans menores de 18 anos. A medida, extremamente violenta, colocava em risco direto a saúde, a dignidade e a vida de crianças e adolescentes trans em todo o país.

A resolução proibia expressamente o uso da chamada “terapia hormonal afirmativa” e limitava o acesso de adolescentes trans ao bloqueio hormonal, mesmo com consentimento da família e recomendação médica. Na prática, representava um ataque aos direitos básicos da população trans e uma interferência política e ideológica no exercício da medicina e na autonomia das famílias, dos profissionais de saúde e dos próprios jovens.

A medida do CFM não foi um erro técnico, mas sim um ato deliberado de alinhamento com os setores mais reacionários da sociedade. Não à toa, a resolução contou com o apoio declarado de parlamentares da extrema direita, como Nikolas Ferreira e Carla Zambelli, e teve repercussão positiva em grupos bolsonaristas que têm como projeto o extermínio da população trans e a destruição de qualquer política de saúde e cuidado popular.

Diante dessa ofensiva, diversos setores populares se levantaram em resistência. A Unidade Popular pelo Socialismo (UP), o Movimento Correnteza, o Movimento de Mulheres Olga Benario e coletivos trans estiveram na linha de frente da mobilização, denunciando o caráter autoritário da medida e organizando manifestações, atos, audiências públicas e ocupações em várias partes do país. Foi graças à pressão popular, à articulação de organizações de esquerda e à atuação de parlamentares comprometidos com o povo que os efeitos da resolução foram suspensos.

Essa vitória é uma demonstração concreta de que só a luta muda a vida. Quando o povo se organiza, a repressão recua. Mas é também um alerta: o fascismo continua tentando avançar e nossas vidas continuam em disputa. Não basta suspender medidas autoritárias, é preciso construir um novo projeto de país, no qual a população trans tenha direito pleno à saúde, à educação, à cultura e à vida.

A luta das travestis, das mulheres trans, dos homens trans e das crianças e jovens trans é central para qualquer perspectiva de transformação social profunda. Seguiremos nas ruas, nos bairros, nas escolas, nas universidades e nos serviços de saúde, construindo o poder popular e o socialismo.

Privatização da linha 7-Rubi afeta milhares de trabalhadores que acessam o transporte público

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A privatização da linha 7-Rubi é mais uma na onda de privatizações que têm ocorrido no Estado de São Paulo desde que o governo fascista assumiu. Em março deste ano houve privatização das linhas: 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade

Arthur Nunes | Jundiaí (SP)


TRABALHADOR UNIDO – O processo de transição de gerência teve seu início no dia 25 de agosto, sendo que a linha ainda irá operar com a supervisão da CPTM até 26 de novembro. Depois disso, o contrato firmado entre a empresa e o governo do Estado prevê que a concessão durará 30 anos.
A privatização da linha Rubi é mais uma na onda de privatizações que têm ocorrido no Estado de São Paulo desde que o governo fascista assumiu. Em março deste ano houve privatização de outras três linhas: 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade.
Para justificar a venda de direitos do povo, os políticos dos ricos dizem que “as privatizações melhoram os serviços, já que a competição do mercado garante que a empresa com o melhor desempenho e preço mais barato prospere.” Além disso, precarizam serviços essenciais, mediante cortes de investimentos, para manipular a população a se revoltar contra o setor público e favorecer o privado.
Na cidade de Jundiaí os cortes que os serviços de saúde sofreram no ano passado afetaram muito a vida da população. Com redução de leitos, cirurgias desmarcadas, menos recursos para tratamentos de radiografia e quimioterapia, problemas na distribuição de remédios etc.

Privatizações sempre pioram a vida dos trabalhadores. 

Apesar das mentiras e manipulações dos fascistas, a população sente na pele a piora dos serviços privatizados. Exemplo dessa situação foi o caso da linha 9-Esmeralda em que um dos trens pegou fogo em novembro do ano passado. A empresa encarregada da linha, ViaMobilidade, já havia sido alvo de diversas críticas por falhas elétricas, atrasos e problemas na operação.
O trem que pegou fogo era um dos mais novos da linha e estava em operação há apenas um mês. Em 2023, a empresa chegou a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público, no qual se comprometeu a pagar indenização aos passageiros das linhas 8 e 9 em troca de não ser processada.
Agora o novo prejuízo para os trabalhadores vem na forma da privatização da linha 7-Rubi. No dia 28 de agosto, cessou o serviço 710, que unia as linhas 7-Rubi e 10-Turquesa. A união dessas duas linhas possibilitava viagens diretas de Jundiaí até Rio Grande da Serra.
Esse trajeto permitia acesso fácil a diversas cidades do interior do Estado, como: Campo Limpo Paulista, Francisco Morato, Franco da Rocha, Caieiras etc. Como também à boa parte da região metropolitana de São Paulo, incluindo o ABC Paulista.
Com o fim do serviço, trabalhadores que precisam fazer longas viagens percorrendo o interior ou o ABC levarão mais tempo para realizar esses trajetos, já que o número de baldeações aumentou. O Sindicato dos Metroviários estima que por volta de 200 mil trabalhadores podem ser afetados pelo fim do serviço.

Mentiras da burguesia

Quando questionada sobre a medida, a CPTM afirmou que a estação da Barra Funda possui uma estrutura que confere “maior capacidade para absorver o fluxo de passageiros.” Ou seja, implica que a alteração significará uma maior eficácia do transporte público. Isso é um tanto estranho, já que em 2022, 1 ano após a união das linhas, a CPTM comemorou a redução de baldeações, resultante do serviço 710.
Segundo o gestor de operações da CPTM Iran Leão: “É claro que o conforto do passageiro que não fazia nenhuma conexão, agora exigirá uma, mas, dentro de um sistema tão grande como o nosso, sempre haverá necessidade de baldeações(…)”. Em outras palavras, para esse governo fascista, é aceitável aumentar o tempo de deslocamento de trabalhadores (que já gastam 2 horas diárias ou mais no transporte público), que trens peguem fogo, cheguem atrasados e tenham falhas elétricas.
Por isso, o povo trabalhador tem se organizado para lutar contra a privatização dos serviços públicos e em defesa de um transporte de qualidade. Enquanto o transporte for sinônimo de lucro para os grandes empresários, o povo continuará sofrendo com longas jornadas do trem e falhas na linhas que podem até custar a vida de um trabalhador.

Terceiro dia do 7º ENET reúne delegações para debater o futuro da entidade

Durante o sábado (20), a programação do 7º Encontro Nacional dos Estudantes de Ensino Técnico (ENET) contou com os debates nos Grupos de Trabalho, aprovando propostas para serem debatidas durante a Plenária Final.

Jesse Lisboa | Redação


EDUCAÇÃO – Neste sábado (20), as atividades do 7º Encontro Nacional dos Estudantes de Ensino Técnico (ENET) continuaram, desta vez com a reunião dos Grupos de Trabalho (GTs), momento em que as delegações de estudantes de diversas regiões do país puderam debater e reunir propostas para a nova diretoria que será eleita na Plenária Final.

Ontem (19), a programação contou com o ato em defesa da assistência estudantil, reivindicando mais bolsas, bandejão nas escolas e Institutos Federais, entre outras políticas de permanência.

Durante todo o ano foram organizados Dias Nacionais pela Assistência Estudantil, como no dia 19 de março, com palavras de ordem como: “Chega de saunas de aula!”, “Queremos educação de qualidade e orçamento para as ETECs!”. Neste dia, houveram vários atos de Norte a Sul do Brasil. No Rio de Janeiro, foram organizadas plenárias, fundação de grêmio e luta por bandejão no CEFET. Em São Paulo, diversas mobilizações pela permanência dos estudantes, com abaixo-assinado pela construção de bandejões nos IF’s.

Grupos de Trabalho debatem propostas para educação

Pela manhã, 17 grupos de trabalho discutiram sobre a realidade da juventude e dos estudantes para elaborar a resposta para a conjuntura que enfrentamos hoje. Os debates contemplaram a realidade das estudantes mulheres na produção da ciência; sobre a negritude, povos originários e quilombolas, o combate ao racismo e a lei de cotas; a importância do debate sobre memória, verdade e justiça; além da conjuntura dos estudantes com o passe livre, estágios e emprego, acesso ao ensino superior, entre outros.

Leonardo Péricles da Unidade Popular no GT sobre Negritude e Lei de Cotas. Foto: Jesse Lisboa (JAV/PE)
Leonardo Péricles da Unidade Popular no GT sobre Negritude e Lei de Cotas. Foto: Jesse Lisboa (JAV/PE)

“4,3 milhões de estudantes se inscreveram para o ENEM. De vagas na universidade pública tem 569 mil, apenas. Isso que nós temos que pensar num país rico como o nosso. Nós temos que pensar nisso para avançar na lei de cotas no Brasil, caminhar para ter livre acesso à universidade e às escolas técnicas”, destaca Léo Péricles, presidente da Unidade Popular pelo Socialismo (UP), no GT de Negritude.

Os estudantes das Escolas Técnicas Estaduais e dos Institutos Federais enfrentam uma série de dificuldades para se preparar para o vestibular. Sofrem com a falta de infraestrutura, de professores, de recursos pedagógicos e de políticas públicas que garantam uma educação de qualidade. Além disso, muitos desses estudantes precisam trabalhar para ajudar no sustento da família, o que reduz o tempo e as condições de estudo.

Júlia Cachos, diretora da FENET, no GT Mulheres contra o assédio. Foto: Isabella Tanajura (JAV/BA)
Julia Cachos, diretora da FENET, no GT Mulheres contra o assédio. Foto: Isabella Tanajura (JAV/BA)

Julia Cachos, atual coordenadora-geral da FENET, coloca: “Quando a gente vê os casos de assédio, de violência dentro das nossas escolas, nós temos que tomar a decisão de enfrentar. Fazer diferente do que acontece hoje, em que esses tipos de casos são arquivados e geram apenas processos, sem ter medidas efetivas para combater essas violências”.

É importante destacar uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde do Brasil, que registrou 203 mil casos de violência sexual contra crianças e adolescentes de 2015 a 2021, apontando que os principais lugares onde ocorrem a violência são a residência e a escola. Por isso, torna-se fundamental o debate sobre o combate às opressões, especialmente nos espaços em que essas jovens passam grande parte do seu dia.

As propostas foram aprovadas nos Grupos de Trabalho para serem apresentadas no domingo (21), durante a Plenária Final. Este último evento votará as propostas a serem desenvolvidas pela nova diretoria eleita.

Segundo dia do 7º ENET debate permanência estudantil e a luta pela educação

Nesta sexta-feira (19), tivemos o segundo dia do 7º Encontro Nacional dos Estudantes de Ensino Técnico (ENET), que reuniu delegações de todo o país no Instituto Federal da Bahia (IFBA). A programação teve debates sobre combate ao fascismo e Novo Ensino Médio, um ato em defesa da permanência estudantil e atividades culturais no Forte do Barbalho.

Jesse Lisboa | Redação


EDUCAÇÃO – As atividades do 7º Encontro Nacional dos Estudantes de Ensino Técnico (ENET) prosseguiram nesta sexta-feira (19), em Salvador (BA), com painéis, ato público e atividades culturais. O evento reúne delegações de todo o país no Instituto Federal da Bahia, Campus Salvador.

Pela manhã, seis mesas de debate discutiram temas como a defesa da democracia, a revogação do Novo Ensino Médio, o direito à assistência estudantil e o impacto das privatizações e da dívida pública.

Ato por assistência estudantil

ESTUDANTES. Ato reuniu juventude para lutar por educação. Foto: Isabella Tanajura (JAV/BA)
ESTUDANTES. Ato reuniu juventude para lutar por educação. Foto: Isabella Tanajura (JAV/BA)

Durante a tarde, foi realizado um grandioso ato em defesa da permanência estudantil em cada escola do país e por mais investimento na educação. Foi denunciado a situação da educação brasileira, que vem sofrendo com políticas que beneficiam empresários, garantindo o pagamento dos juros da dívida pública, enquanto as escolas do nosso país estão cada vez mais sucateadas.

A palavra de ordem do ato foi “Quem entrou quer ficar: Assistência Estudantil não é esmola, é direito” e as principais reivindicações são mais bolsas de assistência estudantil, bandejão nas escolas e Institutos Federais, entre outras políticas de permanência.

No início da noite, foi realizada uma das maiores plenárias do socialismo organizada pela União da Juventude Rebelião (UJR) junto à Unidade Popular (UP), com cerca de 350 estudantes. O evento contou com intervenções dos estudantes que relataram a realidade das suas escolas, do seu trabalho e do bairro onde vivem, demonstrando que a política da dívida pública afeta não só a Educação, mas a vida da juventude e do povo brasileiro como um todo. Durante todo o dia, brigadistas do Jornal A Verdade também estiveram espalhados pelo IFBA, onde acontece o Encontro, e venderam vários exemplares da atual quinzena.

A programação cultural foi realizada no Forte do Barbalho, com apresentação do grupo Samba de Pretas, animando estudantes de diversas regiões do país.

Mobilização em defesa da educação

Estudantes do IFRS mobilizados na paralisação de três dias por assistência estudantil. Foto: FENET
Estudantes do IFRS mobilizados na paralisação de três dias por assistência estudantil. Foto: FENET

A FENET junto aos grêmios realizou durante a mobilização para o Encontro Nacional, caravanas de debate em diversas regiões do país. Essas atividades mostraram a realidade enfrentada pelos estudantes de ensino técnico. Prova dessa realidade foi a greve no último dia 06 de agosto, em que os estudantes do campus Restinga, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). A paralisação durou 3 dias e contou com mais de 1.200 estudantes, numa mobilização pela construção do restaurante acadêmico.

Em 2024, foi destinado quase R$2 trilhões para os donos dos títulos da dívida pública (empresários e capitalistas especuladores), aproximadamente 43% do total do orçamento. Em contrapartida, foram destinados menos de 3% desse orçamento para educação. Nesse mesmo ano, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que deveria apoiar estudantes nos Institutos Federais, recebeu apenas R$ 55 milhões para atender 357 mil jovens de um total de 850 mil matriculados nos Institutos Federais. Em apenas 15 minutos em que a dívida pública é paga, daria para pagar esse valor do Pnae.

Os trabalhos do 7º ENET seguem neste sábado, terceiro dia de evento. Durante o período da manhã, grupos de trabalho politizam o congresso. Já durante a tarde, as delegações de todo o Brasil participarão de diversos passeios turísticos na capital baiana, encerrando a noite com mais uma atividade cultural.

Patrimônio do povo: a preservação como ferramenta revolucionária

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A preservação da memória cultural e histórica dos povos oprimidos é fundamental para fortalecer e reafirmar sua resistência, força e luta. Os diversos apagamentos impostos pelo colonialismo e pelo capitalismo são intencionais, visando impor sua dominação e explorar ainda mais riquezas.

Mariano Batista | Preservador audiovisual, estudante do IFCE e militante da UJR


CULTURA – A preservação da identidade cultural dos povos oprimidos é essencial para manter viva a memória coletiva e promover o senso de pertencimento e reconhecimento enquanto sujeitos coletivos. Isso envolve não apenas a proteção física e documental de monumentos e artefatos históricos, mas também a salvaguarda das práticas culturais, tradições orais, músicas e danças tradicionais que fazem parte do patrimônio imaterial daqueles povos. Iniciativas como o registro de bens culturais pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e a criação de museus, centros culturais, centros populares de documentação, arquivos físicos e digitais contribuem para a preservação e divulgação do rico legado cultural, histórico e político dos brasileiros.

Todavia, a atuação do IPHAN, e de outras instituições públicas de salvaguarda, são estranguladas pelos cortes orçamentários feitos pelo governo. Ao analisar os Relatórios de Transparência do IPHAN e o Portal da Transparência do Governo Federal, nota-se que em 2024, para a função “Patrimônio histórico, artístico e arqueológico”, a despesa executada foi de R$ 7.643.117,57, enquanto a despesa prevista (orçamento atualizado) era de R$ 305.767.985,00. O orçamento destinado à cultura é vergonhosamente insuficiente, com valores que mal cobrem o mínimo, inviabilizando projetos essenciais de conservação e pesquisa, pois a salvaguarda da história dos povos não é do interesse da burguesia.

Frantz Fanon, um renomado pensador anticolonialista e psiquiatra, destacou a importância da preservação cultural como uma forma de resistência e afirmação de identidade em contextos coloniais e pós-coloniais — na qual está inserido o Brasil. Em “Os Condenados da Terra (1968)”, Fanon reflete sobre a necessidade e a urgência de valorizar e preservar as culturas colonizadas como um meio de combater a dominação e promover a libertação dos povos oprimidos. Nesse sentido, a preservação é crucial porque representa a reafirmação da dignidade, das lutas e da força dos povos que sofreram – e ainda sofrem – o jugo colonização e da exploração capitalista. Os colonizadores-invasores buscavam impor suas próprias normas culturais, negando e destruindo as tradições e identidades locais, o que resultava na alienação e no desenraizamento das comunidades colonizadas.

Nesse contexto, pode-se citar também os diversos genocídios, não só populacionais, mas também, étnicos, religiosos e culturais ocorridos no período colonial, sofridos pelos povos originários do Brasil e pela população africana, que foi cruelmente arrancada de sua terra e forçada a ser escravizada pelos colonizadores. A proibição e o apagamento de suas crenças, línguas, costumes e a imposição dos modos de vida europeus resultou, além da perda de muitos aspectos importantes de suas culturas, a interrupção da transmissão intergeracional de conhecimentos e tradições.

Esse padrão de apagamento também continua na fase em que vivemos hoje no capitalismo, onde a história e a memória dos povos oprimidos pelo imperialismo é apagada e deturpada pela burguesia, a fim de evitar a elevação da consciência de classe das massas trabalhadoras, que, por culpa desse apagamento, muitas vezes não se vê como protagonista das próprias conquistas. A ideologia burguesa, que é a ideologia da classe dominante, busca moldar a percepção da realidade para manter o status quo.
Um simples exemplo dessa manipulação é a atribuição da conquista da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) à boa vontade do fascista Getúlio Vargas, quando na realidade, foi consequência de muita luta e organização dos trabalhadores e dos sindicatos, demonstrando a força da mobilização popular.

Outro exemplo são as mentiras que a extrema-direita insiste em propagar sobre Cuba, alegando que a educação do país é precária, que piorou após o triunfo da Revolução, mas, que compreendemos ser uma falácia, pois, apesar dos embargos e perseguições imperialistas sofridas, o país conseguiu erradicar o analfabetismo a partir da Campanha Nacional de Alfabetização (1961), dirigida por Fidel Castro e Che Guevara, e também, por meio do trabalho voluntário de diversos jovens que dedicaram um ano de suas vidas para alfabetizar pequenas cidades e, principalmente, camponeses.

Outro caso é a deturpação da história de resistência e luta do imortal Zumbi dos Palmares, alvo de mentiras fascistas que dizem que ele possuía pessoas escravizadas mas que, na verdade, foi um dos maiores ícones da resistência ao escravismo imposto pelos parasitas colonizadores, liderando e organizando o Quilombo dos Palmares, que chegou a ter cerca de 30 mil negros que fugiram das senzalas.

 

A herança colonial e a desigualdade no Nordeste

Em camadas mais oprimidas do país, onde não há concentração de renda, os obstáculos são sempre maiores e mais profundos nos sistemas econômicos baseados na exploração do homem pelo homem.

Quando se analisa o contexto da formação econômica do Nordeste, à luz das contribuições de Celso Furtado em “A Formação Econômica do Brasil”, observa-se uma herança colonial que contribuiu para sua desigualdade econômica em detrimento das regiões mais ao Sul. O processo de colonização portuguesa no Brasil concentrou-se principalmente no litoral, especialmente na região Sudeste, onde foram estabelecidas as principais atividades econômicas, como a produção de açúcar e, posteriormente, a de café. Essa concentração inicial de recursos e investimentos estabeleceu as bases para o desenvolvimento econômico posterior da região, consolidando uma divisão regional do trabalho desigual.

O economista ainda ressalta que um dos principais impulsionadores da desigualdade regional foi a política cambial protecionista adotada pelo governo central, que favorecia a região Centro-Sul, concentradora da atividade industrial. Essa política tinha efeitos adversos sobre o Nordeste, manifestando-se em duas formas principais: a transferência de renda para o Centro-Sul, através da aquisição de bens produzidos nessa região, e a obstrução do processo de industrialização do Nordeste, perpetuando o subdesenvolvimento e a dependência.

Ademais, esse acúmulo econômico está ligado, também, ao processo de industrialização no Brasil, que foi fortemente concentrado nessas regiões devido à maior disponibilidade de mão de obra, infraestrutura e mercado consumidor mais desenvolvido. Além disso, políticas públicas, como incentivos fiscais e crédito facilitado, muitas vezes favoreceram o desenvolvimento industrial no Sudeste e no Sul em detrimento de outras regiões, aprofundando as contradições regionais inerentes ao desenvolvimento capitalista desigual.

Devido à virada colonial (mas, não somente), do açúcar para o ouro no país, financiada por holandeses e ingleses, houve privilégio do eixo Sul-Sudeste na recepção de maquinário e no incremento de “novas” formas de exploração da força de trabalho, e é nesse período que a técnica e a aceleração da transferência de mercadorias ocorre de forma exagerada, pois, é a partir do ouro brasileiro que a Revolução Industrial é alcançada. Portanto, onde houve a extração de recursos naturais, em determinadas regiões do Brasil, esses mesmos locais sofreram com o avanço da técnica e o jugo do progresso, que impuseram a diversas culturas uma razão única e o desprendimento das suas formas de viver e representar a si mesmas como comunidade e como classe. Ou seja, a imposição de uma lógica produtivista e mercantilista destruiu – e ainda tenta acabar com os que sobreviveram – os modos de vida tradicionais e a diversidade cultural, alinhando-os aos interesses do capital.

Essa concentração econômica, produto de uma economia colonial e da acumulação capitalista, reverbera hoje, não só, mas, também, na dificuldade de salvaguardar os acervos cearenses. Não se pode falar de preservação sem falar da valorização da região – que tem sua cultura historicamente desprezada – e dos altos financiamentos com estruturas para salvaguarda, digitalização e difusão desses bens, ainda mais por se tratar de um investimento de manutenção ininterrupta, dificultando a realização de projetos de conservação, preservação, digitalização e difusão na região, por não ter em si, a visibilidade, os recursos financeiros e a infraestrutura que deveria também deter, assim como todas as regiões do Brasil. A falta de investimento na preservação cultural é uma face da desigualdade estrutural imposta pelo capitalismo.

 

A preservação como ato revolucionário

Ao preservar suas culturas, os povos subjugados pela herança colonial rejeitam a narrativa de inferioridade imposta pelo colonizador e reafirmam sua própria história, valores e formas de vida. Isso não apenas fortalece seu senso de identidade e orgulho cultural, mas, também, desempenha um imprescindível papel na luta por autodeterminação e emancipação.

A preservação do patrimônio cultural desempenha um papel fundamental na construção da história e da identidade local, fornecendo referências tangíveis e intangíveis que permitem compreender as raízes e os valores da comunidade. Ao proteger e promover elementos que compõem a identidade cultural cearense, é possível fortalecer o orgulho e o respeito pela história e tradições da região. Ela é essencial também para a construção de uma nova sociedade livre da opressão e da dominação do capital. Ao reconectar-se com suas raízes culturais e reapropriar-se de suas tradições, os povos colonizados podem forjar uma identidade coletiva mais forte e solidária, capaz de resistir à opressão neocolonialista.

Assim, a importância da preservação cultural, segundo Fanon, reside não apenas na proteção do patrimônio histórico e das tradições culturais, mas também na sua capacidade de servir como uma ferramenta de empoderamento e emancipação política, social, histórica e psicológica para os povos colonizados e marginalizados.

Em suma, a defesa do direito à memória e à cultura é parte indissociável da luta de classes, frente à ofensiva burguesa que busca apagar a história dos povos oprimidos e mercantilizar sua cultura. A preservação é um ato de resistência, reafirmação e reconstrução identitária que desempenha um papel crucial na luta contra a opressão colonialista, contra o capitalismo, contra o imperialismo e na construção de uma sociedade comunista, revolucionária, atirando toda a corja imperialista aos lobos, e colocando aqueles que verdadeiramente constroem a sociedade, o povo, no poder.

 

Pelo poder popular e pelo socialismo!

A falta de moradia digna no Brasil é um projeto das construtoras e dos governos capitalistas

O governo federal lançou em 22 de agosto a portaria que regulamenta o novo processo de seleção do Minha Casa, Minha Vida – Entidades. O programa recebeu a menor fatia do orçamento em 2025: R$ 2,67 bilhões, de um total superior a R$ 18 bilhões.

Willian Santos e David Barbosa | Coordenação Nacional do MLB


EDITORIAL – No último dia 22 de agosto, foi lançada a portaria que regulamenta um novo processo de seleção do programa Minha Casa, Minha Vida – Entidades. Nessa chamada, o programa tem a meta de selecionar 21.282 unidades habitacionais. Dessa forma, as entidades e movimentos sociais submetem os projetos habitacionais para aprovação do Governo Federal.

Essa modalidade é a mais avançada de todo o programa, pois é a única que não tem interferência direta das grandes construtoras e empreiteiras, que superfaturam com as obras e obtêm o lucro garantido com a construção dos projetos. Ao contrário dessa lógica, o MCMV – Entidades permite envolver toda a comunidade que irá morar no projeto do início ao fim da obra: desde a contratação de familiares para trabalhar na obra, até a consulta das famílias sobre as características do projeto.

Apesar do potencial dessa modalidade, ela conta com a menor verba de todo o Programa (R$ 2,67 bilhões), de um total de mais de R$ 18 bilhões, só neste ano de 2025. O maior montante (cerca de 85%) é destinado às empreiteiras, que garantem lucros fabulosos, sem correrem o risco de não vender suas unidades.

Exemplo mais recente dessa inversão de prioridades é a criação do chamado Minha Casa Minha Vida – Classe Média, que vai usar o dinheiro público para contemplar quem possui renda de até R$ 12 mil com imóveis que chegam no valor de até meio milhão de reais.

Desde sua fundação, em 2009, o Minha Casa, Minha Vida nasce como um programa de transferência de renda para as construtoras capitalistas, com o objetivo de salvar estas da crise econômica global iniciada no setor imobiliário naquele período. A modalidade “Entidades” só foi criada a partir da proposição dos movimentos sociais que lutam pela reforma urbana e o direito à cidade.

Mesmo assim, a burocracia impossibilita diversas entidades e movimentos acessarem o programa por não disporem de assessoria técnica suficiente para cumprir com os critérios de seleção. Além disso, a nova portaria limita a doação de imóveis vazios pertencentes à União, que destinou para fins de habitação popular apenas 72 dos seus mais de 2.400 imóveis vazios e mais de 3.200 imóveis não operacionais do INSS. Um número que demonstra não haver a menor intenção de realmente tirar a classe trabalhadora da condição de sem-teto.

Infelizmente, toda essa dificuldade não existe quando é para o benefício da iniciativa privada. Por isso, mesmo quando o projeto já está selecionado e contratado para iniciar a sobras, as famílias precisam lutar até a chave da casa estar em suas mãos.

Esse é o caso das famílias do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), em Minas Gerais, que decidiram montar uma vigília no terreno onde será construído o Residencial Manoel Aleixo e Vicentão. As famílias chegaram a sofrer ameaças de grileiros, mas, para a surpresa dos bandidos, o povo sem-teto organizado não se intimidou e expulsou eles do terreno. Não basta lutar contra a burocracia e a inércia do Governo, ainda o povo é obrigado a enfrentar os capangas que querem roubar a terra conquistada por sua própria luta.

Com mais de 8 milhões de famílias sem-teto no nosso país, o presidente Lula divulgou uma promessa de 3 milhões de moradias construídas até o fim do seu mandato. No entanto, estamos já em véspera do seu último ano de gestão e nenhuma unidade contratada durante esse governo foi entregue, apenas obras de gestões anteriores.

No capitalismo, moradia é mercadoria

A vida do trabalhador debaixo do sistema capitalista não é fácil, tendo que vender sua força de trabalho por um salário de miséria, cumprindo jornadas extenuantes de trabalho e enfrentando imensas dificuldades para acessar serviços básicos, como o acesso à saúde, saneamento, creches e escolas para os nossos filhos. Ainda somos obrigados a pagar caríssimo pelo aluguel. Na ausência de uma política habitacional realmente efetiva, são os donos dos imóveis que taxam os preços dos aluguéis de acordo com os seus interesses imediatos. Nos últimos 12 meses, o preço do aluguel subiu 10,28%, superando até mesmo a inflação, que teve alta de 5,23% no mesmo período.

“Eu não entendo direito porque eles fazem isso. Há oito anos atrás, eu morava de aluguel, pagava R$ 300 por um quarto e sala. Hoje, a mesma casa que eu morava de aluguel quem está morando é minha irmã e ela paga agora R$ 560. Então, vai chegar uma hora que vai colapsar! Ninguém vai conseguir pagar esse preço porque as coisas ficam cada vez mais caras e o nosso poder de compra diminui”, denuncia Evangivaldo, 38 anos, operário do Porto de Salvador.

Hoje, 14 milhões de brasileiros vivem nas periferias das grandes cidades, população equivalente à do Estado da Bahia, o quarto mais populoso do Brasil. O motivo dessa contradição é o sistema de produção que vivemos, que tem como o seu principal objetivo o acúmulo do capital acima da vida. Seja através da locação de imóveis ou na concentração de terras para o agronegócio, a consequência é sempre a perda de espaço dos trabalhadores para os ricos, forçando o trabalhador a migrar para locais cada vez mais caros e inadequados.

A ocupação é o ensaio para a revolução

Sempre que surgem as crises econômicas, o sistema capitalista busca escoar suas mercadorias através da facilitação de acesso ao crédito, endividando a classe trabalhadora. Com a moradia, não é diferente: mesmo inserindo uma parcela do povo em políticas de habitação, não é pensando em solucionar o problema da moradia, mas sim como aumentar o lucro dos capitalistas. Quanto maior o valor atribuído à área, maior o processo de exclusão dos pobres dessa região. Assim, o chamado déficit habitacional não é um fenômeno do acaso, mas um projeto causado pelo sistema capitalista.

Para combater isso, é necessário levarmos a cabo a superação deste sistema, socializar a propriedade privada, garantir não apenas casas para o povo, mas o direito à cidade.

O MLB luta pela reforma urbana e pelo socialismo e, para tal, organiza famílias sem-teto para ocupar imóveis sem função social. Assim, devemos levar as ideias do Movimento e do jornal A Verdade para as todas as periferias do país por meio das brigadas e Dias Vermelhos.

É preciso mobilizar para as atividades as famílias que já participam do MLB e também incluir novas famílias nos cadastros que o Movimento está fazendo, organizar o povo pobre para realizarmos mais e mais ocupações para enfrentar a especulação imobiliária, criando espaços revolucionários para o nosso povo viver com dignidade.

As ocupações urbanas são um verdadeiro ensaio para a tomada completa dos palácios e mansões onde os bilionários tramam seus planos de destruição do nosso país e da classe trabalhadora.

A luta pela moradia digna deve começar no núcleo do MLB e se realizar por completo no socialismo!

Matéria publicada na edição impressa nº320 do jornal A Verdade

O salário do trabalhador não paga o aluguel

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Mais de 8 milhões de famílias brasileiras vivem sem casa própria ou gastam mais de 30% da renda com aluguel. A situação atinge em cheio a classe operária que recebem entre um e dois salários mínimos. 

Márcio Alves e Kleber Santos | São Paulo (SP)


BRASIL – No Brasil, somos milhões de trabalhadores e trabalhadoras que formam o exército da classe operária, obrigados a produzir a riqueza da nação, que é roubada pela classe dos possuidores do capital do país e do mundo. Somos quem produz tudo que existe, como carros, casas, roupas e tantas outras coisas, mas nosso trabalho é sugado pela burguesia, que, empenhada em sua sede de lucros, rebaixa nossos salários e nos nega o acesso a direitos básicos.

Entre os direitos negados aos operários está o direito de morar com dignidade. Muitas vezes, apesar da extenuante jornada de trabalho, o salário não chega ao final do mês e não conseguimos pagar todas as contas de casa. Somos obrigados a escolher entre comprar comida ou pagar o aluguel.

Kemeson, trabalhador da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) em Ribeirão Pires, de 35 anos, relata: “Recebo em torno de R$ 2.700,00 por mês, eu e minha esposa somos operários em grandes fábricas do ABC Paulista e, mesmo juntando nossos salários, o dinheiro não dá. Quando entrei na fábrica, em 2020, pensei que meus problemas estariam resolvidos, porque é o que se ouve, que o operário de uma grande empresa ganha bem, mas é mentira. Nosso trabalho é roubado, o patrão fica rico e a gente chega no final do mês sem saber como vai pagar o aluguel”.

A classe operária é uma classe sem teto

Com a chegada das primeiras fábricas no país, no final do século XIX e início do século XX, negros escravizados e ex-escravizados, descendentes dos povos indígenas e imigrantes pobres foram trabalhar na indústria, dando origem à classe operária brasileira. Esses trabalhadores não tinham terras, moravam em condições precárias e, devido aos baixos salários e à falta de políticas de moradia por parte do Estado, a classe operária nasceu e, ainda hoje, sobrevive sem ter um teto para morar.

De fato, mais de 8 milhões de famílias são sem teto no país, morando de favor, em condições precárias ou gastando mais de 30% de sua renda com aluguel. São famílias operárias, como é o caso de Amanda, de 29 anos, trabalhadora da Polistampo Indústria Metalúrgica, em Diadema (SP).

“Trabalho na empresa há três anos como operadora de produção. Meu salário é pouco (R$ 2.400,00) para sustentar eu e minha filha de seis anos. Me considero uma sem teto porque nunca tive uma casa própria, me mudei muitas vezes por não conseguir pagar o aluguel e toda a minha família sempre viveu assim. Na empresa, a rotatividade é muito grande, tem muitas demissões, então eu tenho medo porque, se já está difícil agora, imagina se eu perder o emprego”, relata Amanda.

Segundo a última Pesquisa Industrial Anual (PIA), o salário médio na indústria gira em torno de R$ 3.700,00. Essa média, porém, é puxada para cima pelos altos salários dos executivos, diretores e gerentes das indústrias. Na realidade, no chamado chão de fábrica, onde está a maior parte da classe operária, os salários geralmente ficam entre 1 e 2 salários mínimos, como é o caso de Gabriel, operador na empresa HSA Automotive, em Mauá (SP).

“Recebo R$ 2,200,00 por mês e pago R$ 700,00 de aluguel. Hoje, moro sozinho e as contas já estão muito apertadas. Imagino como será quando tiver uma família, filhos… Vai ser impossível pagar um aluguel e garantir comida em casa. Vejo meus colegas de trabalho endividados e não sei como vou fazer para não cair na mesma situação”, desabafa Gabriel.

Luiz, metalúrgico na Sodramar, em Diadema, afirma: “É por isso que tem tanta gente morando em barraco em área de risco, lugar que alaga, que desliza. Se não for assim, não sobra dinheiro pra colocar arroz e feijão na mesa”.

Na construção civil, setor que emprega mais 7,5 milhões de operários e operárias em todo o país, responsáveis por construir os imóveis onde moramos, o cenário é o mesmo. Segundo pesquisa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), de 2024, mais de 60% desses trabalhadores recebem entre um e dois salários mínimos. Ou seja, é uma grande contradição: quem constrói casas e apartamentos para as construtoras lucrarem não tem casa própria.

Por isso, é preciso dedicar tempo para lutar lado a lado com a classe operária, conviver com os trabalhadores para conquistar o coração desta classe que tudo produz e que tem um peso fundamental para derrubada do odioso sistema capitalista. Com a força da classe operária, construiremos uma revolução e a sociedade dos trabalhadores e trabalhadoras, o socialismo.

Matéria publicada na edição impressa nº320 do jornal A Verdade

“A tentativa de golpe no 8 de janeiro tem relação direta com a ditadura militar de 1964”, diz relatório da ONU.

Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) analisou a relação da tentativa de golpe no 8 de janeiro de 2023 com o golpe de 1964. Segundo o relator especial da ONU Bernard Duhaime, o Brasil precisa de medidas concretas para combater a cultura golpista e de impunidade que existe em nosso país. 

Clóvis Maia| Redação Pernambuco.


 

SOCIEDADE- No último 10 de setembro aconteceu em Genebra, no escritório das Nações Unidas, a 60° sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Na ocasião Bernard Duhaime, que é Relator Especial para a Promoção da verdade, justiça, reparação e garantias de não repetição da ONU, apresentou um relatório sobre o tema, feito após sua visita oficial de 9 dias no Brasil, no mês de abril desse ano. Na ocasião, ele apontou, em coletiva de imprensa, que o país precisava “abordar plenamente as violações da ditadura para garantir os direitos humanos e a democracia”. Durante a apresentação de seu relatório, ele correlacionou a tentativa de golpe do 8 de janeiro de 2023 com a impunidade deixada pelo não cumprimento de uma justiça de transição em nosso país. Para ele,

A suposta tentativa de golpe de janeiro de 2023 e a continuidade da violência estatal contra grupos marginalizados demonstram os efeitos perigosos de um modelo incompleto de justiça transicional e a necessidade urgente de acertar as contas com o passado para evitar a recorrência”.

Como recomendações apresentadas Bernard aponta a implementação do programa de justiça de transição proposto pela Comissão Nacional da Verdade, fortalecer os mecanismos de responsabilização penal por violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura militar, superando obstáculos jurídicos e institucionais, reformar o setor de segurança pública, com foco na desmilitarização das polícias e na formação em direitos humanos, investir na educação para a memória, incorporando o tema das violações históricas de direitos humanos nos currículos escolares e garantir justiça para povos indígenas e comunidades marginalizadas, com ações específicas de reparação e reconhecimento histórico.

A questão dos indígena também foi abordada.  Tomoya Obokata, relator especial das Nações Unidas, sobre formas contemporâneas de escravidão, que afirmou que “O marco temporal atrasou significativamente a demarcação de terras de todos os povos indígenas e priorizou interesses comerciais”. Obokata esteve no país no final de agosto, e prepara relatório para a reunião do conselho do ano que vem.

 

A lei da Anistia precisa ser revista

Uma das garantias de que a impunidade não continue sendo a tônica das relações jurídicas entre forças armadas e a sociedade civil é a reinterpretação para que a Lei da Anistia de 1979 seja revista. A lei, que também beneficiou golpistas, torturadores e agentes do estado fascista que governou o país de 1964 até 1985 ajudou a criar esse “modelo incompleto de justiça”, apontado pelo relatório de Bernard Duhaime. Não atoa Bolsonaro tem pedido anistia, justificando que, no Brasil, diferente de Chile e Argentina, o Brasil usou, de forma arbitrária, a anistia para interromper o debate sobre os 21 anos de ditadura. É preciso exigir de fato, uma justiça de transição em nosso país.

 

 

 

Deputados de direita querem salvar políticos corruptos e anistiar golpistas

Após acordo e manobras de deputados fascistas e do “Centrão”, Câmara aprova proteção a parlamentares corruptos e a urgência para o projeto de anistia dos golpistas de 2023.

Felipe Annunziata | Redação


BRASIL – Ontem (16/09) e hoje, a Câmara dos Deputados aprovou uma emenda na Constituição Federal para impedir que deputados e senadores sejam processados por crimes na justiça. A chamada PEC da Impunidade, foi aprovada com 354 votos a favor e 133 contra.

O objetivo dos deputados do Centrão e fascistas é garantir que seus esquemas de corrupção não sejam devidamente processados na justiça. Pior, pretendem com essa emenda ampliar ainda mais o saqueio do Estado brasileiro para continuar colocando os recursos públicos em obras superfaturadas para depois usarem em esquemas para compra de votos nas eleições burguesas.

Hoje existem mais de 40 inquéritos na Polícia Federal envolvendo deputados com suspeitas de desvios de recursos públicos através das chamadas emendas secretas. Só nesta segunda, o Supremo Tribunal Federal, através do Ministro Flávio Dino, determinou a suspensão de emendas encaminhadas por 25 deputados no esquema do chamado “orçamento secreto”.

O texto prevê que parlamentares só poderão ser processados na justiça se tiver a aprovação de metade mais um de deputados ou senadores, incluindo crimes em flagrante e inafiançáveis, tais como racismo, trabalho escravo, homicídio. Para piorar, após terem perdido no plenário, deputados do Centrão realizaram uma manobra para restabelecer no texto aprovado a previsão de que a votação para abrir processos na justiça fosse secreta.

Depois de salvar o Centrão, anistia para salvar Bolsonaro 

A PEC da Bandidagem recebeu 83 votos de deputados fascistas na noite de terça. A realidade dentro do Parlamento é que o chamado Centrão, deputados e senadores ligados às oligarquias regionais e ao capital financeiro da Faria Lima, tem constituído um bloco junto com a bancada fascista, ligadas a partidos como o PL e o NOVO.

Para conseguir os votos dos fascistas, o Centrão ofereceu um acordo para garantir a votação da urgência do projeto de anistia aos golpistas do 8 de janeiro. A anistia tem como objetivo livrar Bolsonaro e os generais fascistas dos mais de 20 anos de cadeia para os quais foram condenados pelo STF, no último dia 11 de setembro.

Na noite desta quarta, a Câmara aprovou a urgência do Projeto de Anistia do deputado Marcelo Crivella por 311 votos a favor e 163 contrários. Agora, o projeto poderá ser votado direto no plenário sem passar pelo rito normal da Casa.

O que acontece hoje no Congresso Nacional Brasileiro é a ampliação do controle da direita reacionária do Centrão e dos fascistas, ao passo, que a bancada social-democrata continua insistindo em fazer alguns acordos em nome de alguns projetos de interesse do governo Lula. Essa conciliação com o Centrão chegou ao ponto de 12 deputados do PT votarem a favor da PEC da Bandidagem em nome de uma suposta derrota do projeto de anistia.

O que é preciso agora é um duro enfrentamento ao bloco do Centrão e do fascismo nas ruas e também no parlamento. Cada semana, cada projeto de lei antipovo votado por este Congresso é mais uma prova de que o caminho da conciliação já se esgotou, é preciso agora enfrentar a direita fascista e fisiológica que querem entregar nosso país aos monopólios imperialistas e acabar com os direitos sociais da classe trabalhadora.