UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

domingo, 17 de agosto de 2025
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Estudantes no Congresso da UNE reivindicam a entidade comprometida com a luta

Durante o 60° Congresso da UNE, estudantes de oposição defenderam a necessidade de eleger uma diretoria da UNE compromissada com a luta e com independência dos governos, cobrando o fim de políticas como o arcabouço fiscal.

Guilherme Goya | Goiânia (GO)


Desde a última quarta-feira (16), o 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE) recebe cerca de 14 mil estudantes em Goiânia (GO). Depois de dias de debates e defesa de seus programas para a próxima gestão da entidade, os estudantes de oposição reafirmam a necessidade de construir uma UNE comprometida com as lutas da juventude brasileira.

Esta posição tem sido expressa nas falas de diversos delegados, que foram eleitos nas suas universidades nos últimos meses. A diretora de universidades públicas da UNE pelo Movimento Correnteza e também do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Beatriz Firmino, defendeu a luta contra o arcabouço fiscal do governo federal, que sufoca o orçamento das instituições públicas em todo o país.

“A gente sempre coloca nas nossas denúncias como a UNE tem deixado de lado as lutas de rua, a mobilização dos estudantes em uma entidade que há tantas décadas é responsável por tocar grandes lutas a nível nacional. Como temos colocado aqui, principalmente a luta pelo fim do arcabouço fiscal, que limita o nosso orçamento em detrimento de pagar juros para os banqueiros. Enquanto isso, as nossas universidades estão sucateadas e cada vez mais correndo risco de fechar as portas”, disse a estudante.

Uma das lideranças nacionais do movimento, Beatriz destacou a participação do Correnteza no 60º Congresso da UNE. Segundo ela, as intervenções políticas da oposição durante as mesas de debate e as defesas de suas teses tem conquistado as mentes de muitos estudantes em todo o evento.

“A nossa intervenção no congresso está sendo muito boa, até visualmente se expressa que somos a segunda maior bancada, a maior força de oposição do congresso. E tem sido bem importante, porque nós também acabamos ganhando os estudantes que vêm com os imobilistas, que muitas vezes vêm para o congresso sem saber do que se trata o CONUNE e se convertem para a nossa linha quando conhecem o que é de verdade o movimento estudantil e o que nós propomos para retomar a UNE para os estudantes”, afirmou.

A defesa de uma entidade que esteja comprometida com a luta tem sido expressa de norte a sul do Brasil. Muitos estudantes alinhados com o programa da oposição conheceram o movimento estudantil durante os meses que antecederam o congresso, e cresceram a disputa política contra o imobilismo de setores que hoje dirigem a União Nacional dos Estudantes, como as juventudes ligadas ao PT e ao PCdoB.

Na avaliação de Felipe Fontana, estudante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Movimento Correnteza tem se destacado nas atividades do congresso, pautando a necessidade de eleger uma direção que rompa os caminhos do imobilismo.

“Tenho achado que o Movimento Correnteza é o que mais tem politizado o congresso e, sobretudo, é o que tem feito mais críticas justas ao governo federal, sem esquerdismo e nem tem sido pelego, como o campo do imobilismo”, disse o estudante.

Felipe é estudante de História e conheceu o movimento estudantil através de um colega. Desde então, passou a se organizar nas lutas de sua universidade.

“Eu conheci o Movimento Correnteza através de um colega meu. Então, tenho atuado no Correnteza desde que conheci ele, me organizando tanto para a eleição do CONUNE como nas lutas na universidade. Acho que o Correnteza é o que tem feito as melhores intervenções e desenvolvido a melhor política dentro do movimento estudantil”, falou.

Neste domingo (20), último dia de congresso, os estudantes votam para eleger a nova diretoria da UNE, que estará na gestão da entidade nos próximos dois anos. Maior força de oposição à direção imobilista na entidade, o Movimento Correnteza lançou Thais Rachel como candidata à presidenta.

A luta comunista de Welfesom, Ana Letícia e Leandro

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Por mais que estejamos imersos em tanta dor nesse momento, devemos ter em nossos corações a certeza da imortalidades de cada um deles, pois suas ideias, suas lutas e suas convicções permanecem vivas em nós e é nossa tarefa maior honrá-los e fazer com que seus sonhos perdurem.

Belle Leite | Belém (PA)


PARTIDO – O sentimento de perda é sempre curioso. De repente, algo ou alguém que era constante e vivo em nossas vidas se vai, esvaindo-se de forma brusca e devastadora.

Quando pensamos em Ana Letícia Araújo, Leandro Souza Dias e Welfesom Campos Alves, jamais devemos recorrer a esse sentimento.

NÓS NÃO PERDEMOS NOSSOS CAMARADAS. Por mais que estejamos imersos em tanta dor nesse momento, devemos ter em nossos corações a certeza da imortalidades de cada um deles, pois suas ideias, suas lutas e suas convicções permanecem vivas em nós e é nossa tarefa maior honrá-los e fazer com que seus sonhos perdurem.

Nossos camaradas estavam rumo ao 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes, que ocorreu na cidade de Goiânia, para defender a tese “Quem vem com tudo, não cansa!”. É simbólico demais pensar nisso.

Cada um destes camaradas, a seu tempo e diante de sua disponibilidade, foram incansáveis em defender as causas do povo, lutar contra as injustiças e por uma sociedade livre da exploração, a Sociedade Socialista.

Welfesom era um dirigente do Partido Comunista Revolucionário, Secretário no estado do Pará do Jornal a Verdade, vice-presidente estadual da Unidade Popular no Pará e construía um grandioso trabalho no município de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém. Welfesom é um camarada que faz história, que será lembrado sempre pela sua luta ideológica com os militantes, para que trabalhem de forma consciente com o Jornal A Verdade; pelo seu profundo respeito e amor ao seu Partido, aos seus camaradas, amigos, à sua companheira e a todos seus famíliares. Cada um que passou por seu caminho deve se sentir orgulhoso por ter conhecido um grande comandante revolucionário.

Ana Letícia Araújo era uma jovem sonhadora no sentido mais literal deste termo. Com sua inquietude tímida, aos poucos foi criando consciência da necessidade de lutar, de construir cotidianamente o mundo que almejamos. Recém chegada ao Movimento Correnteza e a União da Juventude Rebelião, era só alegria para viajar ao Congresso, seu ânimo e serenidade, sempre transmitiram leveza e paz a todos os que conviviam com ela, certamente nós, seus camaradas, familiares e amigos, levaremos conosco esse mesmo sentimento de pureza e revolta, que guiava seus sonhos e que agora está ainda mais aceso em nossos corações.

Leandro Souza Dias era um militante do Partido Comunista Revolucionário, da União da Juventude Rebelião, do Movimento Correnteza e da Unidade Popular. Leandro era reservado e querido. Sua personalidade era alegre, mesmo que fosse tímido em muitos momentos. Este camarada construiu núcleos e células da UJR e PCR, estudou sobre o marxismo-leninismo e o aplicou na prática cotidiana, sempre sendo respeitoso, empático e indignado com a exploração na qual o sistema capitalista mantém nosso povo. Todos os seus camaradas têm muito orgulho de ter convivido momentos únicos ao seu lado, e guardam eternamente essas memórias.

Agora, nossos camaradas entram para a eternidade. Viver ao lado deles foi bonito, profundo e emulador. Pensar nas suas memórias hoje, nos remete aos mesmos sentimentos. Que caminhemos com beleza para lidar com as dificuldades do dia a dia, quando nos sentimos enfraquecidos e duvidamos da nossa força; que sigamos profundamente convictos da vitória, de que nossas lutas e nossos sonhos nos trarão o tão sonhado estado Socialista e, por fim, que suas trajetórias emulem cada ação cotidiana da nossa vida, cada agitação, cada reunião, cada conversa possa ter um resquício do amor e entrega desses camaradas; assim, tenhamos certeza, nossos heróis estarão vivos e nossa vitória não tardará.

Welfsom, Ana Letícia e Leandro Presentes!

Direção imobilista tenta impedir oposição de entrar na plenária final do CONUNE

Direção imobilista (PCdoB e PT) tentou impedir entrada de estudantes de oposição na plenária final do Congresso da UNE, em Goiânia (GO), enquanto dava lugar privilegiado a organização fascista.

Alexandre Ferreira e Guilherme Goya | Goiânia


O 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE), que reúne mais de 10 mil estudantes de todo o país em Goiânia (GO), desde a última quarta-feira, caminha para a sua reta final, com o fim de semana reservado para as defesas de posições políticas e de luta para a próxima gestão da entidade. As delegações da oposição demonstraram um grande crescimento, que foi constatado nos primeiros dias de congresso. Com destaque ao Movimento Correnteza, que trouxe ao evento uma delegação de mais de 1200 estudantes, composto pelos principais Diretórios Centrais dos Estudantes (DCE) que organizam a luta no país.

Contudo, esses milhares de delegados foram impedidos de ingressar na plenária final, realizada na Arena Goiânia. A atual diretoria, dirigida por juventudes ligadas ao PCdoB e ao PT nas últimas décadas, tentou impedir e atrapalhar a participação da oposição no quarto dia de congresso.

Demonstrando uma posição antidemocrática e autoritária, com o objetivo de calar a voz da oposição, que iria criticar o imobilismo da atual gestão e propor uma greve geral nas universidades contra o corte dos investimentos na educação promovidos pelo governo federal.

Segundo a candidata à presidente pela chapa da oposição, Thais Rachel, estudante de ciências contábeis pela UFRJ, a decisão foi de seguir do lado de fora do ginásio, já que toda a delegação estaria com a segurança em risco, até que a segurança da bancada fosse garantida e a entrada assegurada.

“A oposição está sendo impedida de participar da plenária final do congresso. O espaço dedicado para os estudantes que vieram com a gente não comporta toda nossa bancada e geraria risco à segurança dos mais de 14 mil estudantes presentes. Não vamos colocar nossa delegação em risco, muito menos no momento em que nós perdemos três companheiros (Welfesom, Ana e Leandro) num acidente a caminho daqui. Não vamos colocar nossos companheiros e companheiras em risco. Seguiremos nossa participação no congresso do lado de fora até que nossa segurança seja garantida”, disse Thais Rachel.

Fascistas com lugar privilegiado

Enquanto isso, a organização de extrema-direita UJL teve o seu lugar privilegiado ao lado palco, cercada de seguranças da organização do congresso para defendê-los. No dia anterior, esse grupo foi escrachado pelos estudantes, que defenderam o legado de luta da União Nacional dos Estudantes contra o fascismo. Vale lembrar que a entidade teve a sua sede incendiada e foi colocada na ilegalidade durante o período da Ditadura Militar.

Durante a plenária final os estudantes de oposição organizam uma plenária no lado de fora do Ginásio, repudiando esta postura. “Se eles pensam que esta atitude vão nos intimidar, eles se enganam, a UNE tem um história de luta e resistência, e nós estamos aqui para honrar essa história” afirma Thais Rachel.

Após pressão, direção imobilista recuou e teve que garantir entrada da oposição com condições de segurança na Plenária Final do CONUNE. Foto: JAV

Entrada é garantida após pressão

A grande pressão feita pelos estudantes forçou a direção imobilista da UNE a ceder, reconhecendo que não é possível realizar o Congresso da entidade sem as forças da oposição. Com isso, foi realizada uma retratação pública no palco do congresso, dizendo que houve erro na organização do plenário, ao não garantir espaço para toda a bancada da oposição.

Assim, a direção imobilista da UNE garantiu o compromisso de que no domingo (20), dia em que se encerra o evento, a disposição das bancadas será alterada, de maneira que caiba todas as delegações da oposição. Com isso, os estudantes entraram na Arena Goiânia e continuaram a denúncia da falta de democracia na entidade no lado de dentro.

Saúde pública de Jundiaí (SP) vive sucateamento

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Cortes no orçamento da saúde na cidade de Jundiaí (SP) precariram as condições de trabalho dos profissionais e prejudicam o povo.

Arthur Nunes de Alencar* | Jundiaí (SP)


SAÚDE – Devido à redução de custos na Administração Pública no município de Jundiaí (SP), a saúde sofreu uma redução de R$ 180 milhões somente do orçamento destinado a manter os contratos e convênios de 2024.

Esse corte resultou em redução no número de leitos, aumento das filas nos hospitais, maior demora nos tratamentos, problemas de abastecimento e fornecimento de medicamentos, além de precarização das condições de trabalho dos profissionais.

Segundo a equipe do recém-empossado prefeito, Gustavo Martinelli (União Brasil), os contratos com os hospitais São Vicente e Santa Elisa foram parcialmente encerrados já em dezembro do ano passado, o que causou uma redução de 35 para 15 leitos disponíveis, aumentando as filas de espera nos hospitais.

O orçamento para o tratamento de pacientes com câncer reduziu de R$ 800 mil para R$ 600 mil por mês. Resultando em mais tempo de espera para tratamentos urgentes, que não podem esperar, como de quimioterapia ou radiografia.

Já no final do ano passado, o Instituto Braille anunciou a suspensão de procedimentos cirúrgicos, necessários para garantir a saúde ocular de seus pacientes, em razão da falta de recursos provocada por esse corte de gastos.

Esse corte na saúde também não ajudou em nada o problema de desabastecimento e acesso aos remédios que as unidades de saúde do município já estavam enfrentando antes.

Aumenta a precarização dos profissionais da saúde

Além dos trabalhadores que necessitam de tratamento, e estão sofrendo com o sucateamento dos serviços de saúde, os trabalhadores do próprio sistema de saúde foram mais precarizados com esse corte.

Na redação da própria Instrução, foi determinado que os saldos das cotas destinadas ao gasto com as horas-extras, tão comumente realizadas pelos trabalhadores, sofram uma redução de 50%. A

Além disso, horas-extra realizadas em serviços não considerados essenciais somente estão autorizadas como forma de compensação. Ou seja, os trabalhadores da saúde de serviços considerados essenciais correm o risco de não serem remunerados pelas suas horas trabalhadas a mais, enquanto os de atividades não essenciais não irão receber qualquer remuneração adicional.

A Instrução também vedou, para o último bimestre de 2024, novos contratos para a aquisição de equipamentos e outros materiais permanentes e estabeleceu a redução de no mínimo 20% das despesas de consumo.

Cortes foram feitos sem consultar o povo

Após o fim da eleição municipal de Jundiaí (SP), o então Gestor da Unidade de Governo e Finanças, e candidato à prefeitura, José Antônio Parimoschi, e a Gestora da Unidade de Administração e Gestão de Pessoas, Simone Zanotello baixaram a Instrução Normativa Conjunta UGGF/UGAGP nº 01, no dia 08/11/2024.

Esse documento estabeleceu uma série de normas de redução de gastos para órgãos da Administração Pública municipal, preservando somente as despesas consideradas “essenciais” ou “necessárias”,

Também determina que a decisão a respeito de quais propostas de corte de despesas serão aprovadas é de responsabilidade de um Grupo Técnico de Trabalho, cujos membros são gestores adjuntos e pessoas indicadas pelos próprios elaboradores do documento.

Sem qualquer forma de participação popular, foi decidido que determinados serviços públicos prestados ao povo da cidade receberão menos financiamento e terão que operar somente com o mínimo para se manter.

O resultado dessa política é o sucateamento de serviços essenciais para o bem-estar da classe trabalhadora jundiaense. E o setor da saúde foi um dos que mais sofreu com esse corte de gastos.

Luta por uma saúde pública de qualidade

A saúde é condição necessária para uma boa vida, dessa forma, o serviço de saúde público e de qualidade é essencial para o bem-estar da classe trabalhadora. Esses cortes na saúde significam um prejuízo para todos os trabalhadores jundiaenses, tanto para os que precisam de tratamento, quanto para os que o realizam. Tudo isso sem qualquer oportunidade de manifestação dos trabalhadores a respeito das medidas tomadas.

Não devemos cair na armadilha de que esse sucateamento da saúde pública é um simples erro administrativo, descaso ou uma incompetência. O sucateamento dos serviços públicos é um projeto, com o objetivo de atender aos interesses de capitalistas, donos de grandes empresas, indústrias e latifúndios.

A precarização da saúde pública atende aos interesses dessa classe social, servindo como justificativa para políticas de privatização que irão encher os bolsos dos burgueses, pois transformam um direito básico em mercadoria – dificultando, ou impossibilitando, o acesso da maioria da população – e precarizam as condições de trabalho desse setor.

O caminho para acabar com esse projeto de sucateamento e privatização da saúde, e de outros serviços públicos, é a luta. Nossa luta e organização como classe, como trabalhadores. Somente com uma classe trabalhadora devidamente organizada, formada politicamente e bem mobilizada poderemos enfrentar e derrotar o projeto de sucateamento da nossa saúde.

*Coordenador de núcleo digital da UP

 

Centro Cultural na Zona Oeste de São Paulo homenageia herói indígena Sepé Tiaraju

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Centro Cultural na zona oeste de São Paulo recebe nome em homenagem ao líder e guerreiro guarani Sepé Tiaraju em meio à comemoração e debate político sobre a importância dos espaços culturais nos bairros pobres de São Paulo

Tiago Lourenço | São Paulo (SP)


CULTURA – No último dia 6 de julho, militantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e da Unidade Popular pelo Socialismo (UP), junto a moradores e apoiadores do Jardim Jaqueline, zona oeste de São Paulo, organizaram uma festa julina no Centro Cultural da região e elegeram o nome de Sepé Tiaraju para batizar o espaço.

O local fica na região da rodovia Raposo Tavares, nome de um bandeirante que escravizou e assassinou centenas de indígenas no século 17. Entre os povos massacrados, estava o povo Guarani, do qual Sepé Tiaraju era um guerreiro que liderou e resistiu bravamente aos colonizadores espanhóis e portugueses.

O nome foi proposto e aclamado por representar a resistência do povo, a luta contra as classes dominantes, a importância de um espaço que debata a organização dos trabalhadores contra a exploração das classes dominantes, para a construção de uma nova sociedade.

O imóvel utilizado pelo Centro Cultural é público, mas estava sem cumprir função social a anos, abandonado pela prefeitura. Em fevereiro deste ano ele foi ocupado pelo MLB para a construção de um espaço de cultura e organização para os moradores do bairro, tendo realizado plenárias de formação política, reuniões para debater as questões do território, atividades culturais para crianças e adultos, entre outras.

A festa também contou com debate sobre a importância de todo o bairro popular ter acesso a saúde, cultura, educação, creche, e tudo mais que garanta a dignidade e a vida plena dos trabalhadores, e que é papel do poder público a manutenção desses direitos.

Nesse sentido, com a ameaça recente de reintegração de posse do terreno pela prefeitura, também se reforçou a necessidade de lutar coletivamente pela defesa do Sepé como um centro de promoção de cultura, educação e organização, que deve continuar funcionando e nas mãos dos moradores da região.

STF impõe medidas para impedir Bolsonaro de conspirar com Trump contra o Brasil

STF determinou que ex-presidente fascista Bolsonaro use tornozeleira eletrônica e não faça contato com autoridades estrangeiras e Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA conspirando com o chefe do imperialismo estadunidense, Donald Trump, a intervir no Brasil.

Felipe Annunziata | Redação


BRASIL – O país amanheceu nesta sexta (18) com uma operação da Polícia Federal contra o fascista Jair Bolsonaro, em resposta aos movimentos feitos pelos partidários do ex-presidente para que o imperialismo dos EUA intervenha no Brasil.

Bolsonaro está agora obrigado a usar tornozeleira eletrônica, proibido de ter contato com autoridades estrangeiras e com Eduardo Bolsonaro, que está no EUA conspirando com representantes do imperialismo estadunidense para os EUA impor sanções ao Brasil. Além disso, o ex-presidente fascista não poderá usar as redes digitais e sair de casa a noite e aos fins de semana.

A operação foi autorizada pelo Ministro do STF Alexandre de Moraes a pedido da própria PF e com a concordância da Procuradoria Geral da República. Os policiais foram até a casa do ex-capitão expulso na manhã e o conduziu até a Secretaria de Administração Penintenciária do DF para a instalação da tornozeleira. Além disto, os policiais apreenderam um pen drive e 14 mil dólares em dinheiro vivo.

Também foi alvo de busca e apreensão o escritório de Bolsonaro na sede do Partido Liberal, em Brasília. A ação foi referendada pela maioria dos ministros da Primeira Turma do STF na tarde de hoje (18/07).

Ao contrário do que ocorre nas favelas e nas periferias do país, Bolsonaro foi bem tratado, não teve sua porta arrombada, nem seus móveis destruídos. Além disto, ao fascista foi dado o direito de ter sua casa revistada apenas depois de uma decisão judicial, coisa que o povo trabalhador não tem quando ocorrem operações policiais.

Conspiração contra o Brasil

Ainda ontem (17), Bolsonaro voltou a agradecer a agressão imperialista de Donald Trump contra o Brasil. Nesta semana, o governo dos EUA abriu uma “investigação” contra o Brasil por supostas “deslealdades comerciais”.

Entre os alvos do novo ataque estão o controle do Estado sobre a ferramenta de pagamentos Pix, que já movimentou 62 trilhões de reais desde sua criação. O objetivo seria entregar este serviço às Big Techs estadunidenses para aumentar ainda mais o lucro destes monopólios em cima da exploração do povo brasileiro.

“Vamos supor que Trump queira anistia. É muito? É muito, se ele pedir isso aí? A anistia é algo privativo do parlamento. Não tem que ninguém ficar ameaçando tornar inconstitucional”, afirmou Bolsonaro após ida ao Senado Federal.

A declaração mostra como Bolsonaro e sua família está agindo como agentes do imperialismo estadunidense em nosso país. Mais do que uma guerra comercial, o objetivo de Trump é impor um ataque à soberania do Brasil, para garantir uma ampliação do controle dos monopólios estadunidenses sobre a economia nacional. Para este plano, o chefe fascista dos EUA conta com apoio de Bolsonaro.

Agora é preciso intensificar a luta contra a intervenção dos EUA no nosso país, garantindo a prisão imediata de todos os golpistas de 2022-2023 e também uma resposta concreta à dependência econômica do Brasil do imperialismo estadunidense. Isto só poderá ocorrer com o direcionamento da produção de alimentos para o povo brasileiro a baixo preço, a taxação e proibição das remessas de lucros para o exterior e uma dura regulação das redes digitais controladas pelos monopólios estadunidenses.

 

Segundo dia do 60º CONUNE debate a conjuntura e a luta contra o fascismo

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Evento teve a participação do Presidente da República, além de outras figuras políticas, como Léo Pericles e Samara Martins, presidente e vice-presidenta da Unidade Popular pelo Socialismo (UP); chegada de delegação do Pará emocionou bancadas de todo o Brasil

Guilherme Goya e Igor Paixão| São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ)


As atividades do 60º Congresso da UNE continuaram nesta quinta-feira (17), em Goiânia (GO). O dia contou com mesas de debate sobre conjuntura e participações de figuras políticas, como o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Homenagens a Welfesom, Leandro e Ana Letícia foram realizadas durante a programação do evento, que também contou com a presença de Leonardo Pericles, presidente nacional da Unidade Popular pelo Socialismo.

A primeira atividade do dia foi um ato reivindicando a taxação dos super ricos e o investimento na educação, com a participação do Presidente da República. Nele, Lula sancionou a Lei 3.818/24, que amplia os recursos dos royalties do pré-sal para o custeio da assistência estudantil. A atividade teve limitação de participantes, e nem todos os estudantes puderam acompanhar.

Depois do período de almoço, a programação contou com mesas de debate político. Foram oito atividades simultâneas, com temas como combate ao fascismo, a luta pelo fim da escala 6×1, o enfrentamento ao genocídio da juventude nas periferias, combate às big techs, entre outros. Presidente nacional da Unidade Popular pelo Socialismo (UP), Leonardo Pericles participou da mesa “Defender o Brasil e a democracia: o papel dos estudantes no combate ao avanço da extrema direita”. Nela, afirmou a necessidade da organização da juventude e da classe trabalhadora para enfrentar o fascismo e construir o socialismo.

“Essa juventude brasileira extremamente inteligente precisa ser convocada a dirigir esse país. O legado de desenvolvimento a favor do nosso povo é possível. O que não é possível é o capitalismo. Não nos esqueçamos que a verdadeira tarefa da esquerda é levantar a bandeira do poder popular e do socialismo nesse país. E nós temos que criar as condições disso. O imperialismo nos coloca em risco de guerra e lembremos como a esquerda, no século XX, venceu o fascismo e o imperialismo: com a gloriosa União Soviética, e os povos mobilizados no mundo inteiro. Nossas ideias nunca foram tão atuais e necessárias para a humanidade. Só se vence efetivamente a guerra e o imperialismo com o socialismo”, afirmou Léo Pericles. Leo encerrou a sua fala bradando os nomes de Welfesom, Leandro e Ana Letícia, que foram vítimas fatais de um acidente à caminho do 60º CONUNE.

O congresso contou também com a intervenção da vice-presidente da UP, Samara Martins. Ela participou da mesa “Basta de violência: construir políticas públicas para enfrentar o genocídio das juventures periféricas”. Nesta atividade, denunciou as milhares de vidas jovens que são ceifadas pelas políticas de aumento da letalidade policial. Durante o debate, o plenário ainda gritou palavras de ordens da Frente Negra Revolucionária, que tem organizado a luta antirracista em todo o Brasil.

A Verdade também fez a sua intervenção em dois debates com membros da redação nacional. Na mesa “As Big Techs não estão acima do Brasil: regulamentar as redes para combater as fake news”, com Cadu Machado, foi discutido o papel da uma imprensa popular e socialista como contraponto aos meios de comunicação da burguesia. Vale lembrar que, no último mês, a página de A Verdade, no Instagram, foi banida sem qualquer justificativa. Já Alexandre Ferreira esteve na mesa “En pie de lucha: unidade dos estudantes latino-americanos para derrotar o fascismo internacional”, na qual se discutiu a mobilização dos povos pelo mundo contra o imperialismo.

Estudantes do Pará foram recebidos com emoção na chegada ao Congresso – Caju Gomes/JAV

Depois das mesas de debate, no início da noite, a União da Juventude Rebelião (UJR) promoveu uma plenária do socialismo, que contou com a participação de centenas de estudantes. Nela, os jovens presentes no congresso puderam discutir como a luta pela educação deve se ligar com a luta pelo fim da sociedade que explora a classe trabalhadora e a juventude. Durante todo o dia, brigadistas do Jornal A Verdade também estiveram espalhados pela Universidade Federal de Goiás (UFG), onde acontece o Congresso, e venderam centenas de exemplares da atual quinzena.

Já no fim do dia, um momento marcante tomou conta de todos, quando parte da delegação do Movimento Correnteza do Pará chegou ao congresso. Companheiros de Welfesom, Leandro e Ana Letícia foram recepcionados pelas bancadas de todo o país. Entre abraços emocionados, o que se destacou foram as palavras de ordem com menção à Cabanagem, revolta popular intimamente ligada à história do povo paraense.

Os trabalhos do 60º CONUNE seguem nesta sexta-feira, terceiro dia de evento. Durante o período da manhã, mais mesas de debates politizam o congresso. Já entre a tarde e a noite, as delegações de todo o Brasil organizam um ato contra o imperialismo, em solidariedade aos povos do mundo, como os palestinos, que têm resistido ao genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza.

Abertura do 60º CONUNE é marcada por homenagens a Welfesom, Leandro e Ana Letícia

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Primeiro dia do Congresso teve a programação alterada para homenagear estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA), que eram militantes do Movimento Correnteza e morreram em trágico acidente a caminho do evento

Guilherme Goya | São Paulo (SP)


O 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE), em Goiânia (GO), não será um Congresso comum. O dia de abertura do evento, nesta quarta-feira (16), foi marcado por homenagens a Welfesom Campos Alves, Leandro Souza Dias e Ana Letícia Araújo Cordeiro, militantes do Movimento Correnteza e estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA), vítimas de um trágico acidente com o ônibus que levava a delegação, durante a madrugada anterior.

Antes do ato de abertura, as delegações do Movimento Correnteza realizaram uma plenária para organizar as atividades do dia. Nela, foi destacada a luta incansável de Welfesom, Leandro e Ana Letícia, que sonhavam com uma educação pública de qualidade para toda a juventude brasileira.

“O Movimento Correnteza precisa transformar esse congresso em um congresso de honra e memória a cada um desses jovens que foram ceifados”, destacou Dany Oliveira, coordenadora nacional do Movimento Correnteza, durante a plenária inicial.

Com a tragédia que ceifou a vida desses jovens lutadores, a programação do Congresso foi alterada. O ato político de abertura foi adiado e ganhou novas proporções, com homenagens aos estudantes mortos. Também foi homenageada a vida e a luta de Sarah Domingues, militante da UJR e ex-diretora da UNE, assassinada em janeiro de 2024 enquanto produzia seu trabalho de conclusão de curso no Rio Grande do Sul. Marta Domingues, mãe de Sarah, esteve presente na homenagem.

Estudantes se emocionaram com homenagem durante mesa de abertura do 60º CONUNE (Foto: Donavan Sampaio)

Coordenadora nacional do Movimento Correnteza e primeira vice-presidente da UNE, Thais Rachel também prestou solidariedade aos estudantes mortos e defendeu que o trágico acidente é reflexo de como as vidas humanas são desvalorizadas no capitalismo.

“Foi uma tragédia mas não foi uma fatalidade. Isso é consequência direta do nosso país, historicamente, ter sido construído para que as mercadorias fossem mais importantes do que as vidas humanas. É por isso que tantos acidentes como esse seguem acontecendo. São motoristas superexplorados, estradas mal conservadas, é a agressão permanente do agronegócio para que as mercadorias circulem, independente da preservação das vidas humanas”, disse Thais. 

Thais encerrou sua intervenção chamando o nome dos três jovens. O plenário respondeu com energia que os três estavam presentes: “Welfesom, Ana Leticia, Leandro. Presentes!” e completou: “Hoje é por Ana, por Welfesom e por Leandro que a gente se compromete em lutar ainda mais para que nenhum de nós vire mártir. Nos comprometemos em manter vivas as suas memórias. Não com tristeza, mas como combustível de luta para libertar nosso povo.” 

A candidata à presidência da UNE ainda propôs que o restante do Congresso fosse dedicado à memória dos estudantes: “Eu queria propor que o 60º Congresso da UNE seja dedicado à memória desses companheiros. A vida desses companheiros não terá sido em vão”. Todos os presentes se manifestaram em apoio.

A partir de agora, cada dia do congresso se desenvolverá com a memória de Welfesom, Leandro e Ana Letícia entre os mais de 10 mil estudantes esperados em Goiânia (GO). Segundo as organizações que constroem o evento, a programação será avaliada e readequada diariamente, tendo em vista o impacto da tragédia aos estudantes que constroem o congresso. Todas as atividades culturais foram canceladas em respeito ao luto.

A programação do segundo dia de congresso (17) contará com a participação do presidente Lula pela manhã e mesas de debate simultâneos pela tarde, com a presença de convidados como Leonardo Pericles e Juliete Pantoja, que farão intervenções sobre o papel dos estudantes no combate ao fascismo no Brasil e no mundo. O Jornal A Verdade será representado por Cadu Machado, na mesa que discute a regulamentação das redes digitais e o combate às fake news.

 

O significado da cota individual do jornal

Republicamos esta matéria em homenagem da Redação do Jornal A Verdade ao camarada Welfesom Alves e às vítimas do acidente envolvendo a delegação do Movimento Correnteza do Pará ao 60º CONUNE.

Welfesom Alves | Belém


JORNAL – Com o crescimento do trabalho do jornal A Verdade e o avanço da consciência sobre a importância dessa atividade para o Partido, o próximo passo é debatermos sobre como atuar com o jornal. As brigadas têm cumprido um papel central na conjuntura, pois formam os tribunos populares e apresentam ao conjunto da classe trabalhadora nossa linha política.

No final de 2023, a militância do Rio de Janeiro ultrapassou a marca de 3 mil exemplares a partir de uma análise: “Não sobravam jornais para os militantes venderem individualmente nos seus locais de trabalho e estudo ou mesmo para si próprios”. Também constatou o fato de que “com a cota é possível apresentarmos com mais tempo e qualidade nossas propostas àquelas pessoas que estão com a gente todos os dias” (matéria publicada na edição nº 284 de A Verdade).

Trabalhando as cotas individuais, alcançamos pessoas que estão no nosso dia a dia, como amigos, vizinhos, professores, sindicalistas, bem como aliados e aliadas da luta, que veem em nossa organização uma perspectiva de futuro.

Essa relação única, gerada a partir da politização do contato, permite rapidamente o surgimento de um tipo muito específico de apoiador, capaz de entender nossa linha política e para que aquele recurso é investido, qual a importância da sua contribuição ao jornal. E isso não tem preço. A disputa ideológica na sociedade capitalista é profundamente desigual. Sem dúvida, se não lemos o jornal, vamos olhar uma nova mensagem que chegou no WhatsApp, uma reportagem na TV local, um lançamento no cinema e, em quase 100% das ocasiões, o conteúdo dessa comunicação não contribui para a libertação da classe trabalhadora.

Se queremos vencer, temos que lutar, com tudo que pudermos, com todas as energias e recursos, arregaçar as mangas e provar que a classe trabalhadora, munida da sua teoria revolucionária, é capaz construir outro tipo de poder e de sociedade.

Matéria publicada na edição  nº 290 do Jornal A Verdade.

NOTA DE PESAR: Os que morrem pela vida não podem ser chamados de mortos

Redação

É com imensa dor e pesar que comunicamos o falecimento dos companheiros Welfesom Campos Alves, Leandro Souza Dias e Ana Letícia Araújo Cordeiro, militantes da União da Juventude Rebelião (UJR) e da Unidade Popular (UP), vítimas de um trágico acidente com o ônibus que levava a delegação da UFPA ao 60º Congresso da UNE, em Goiânia.

Welfesom e Leandro foram incansáveis brigadistas do Jornal A Verdade, que nos ensinavam diariamente através do exemplo, da disciplina, da generosidade e do amor pela luta. Welfesom era também responsável pelo trabalho do jornal no estado do Pará, um companheiro fundamental para fortalecer a imprensa popular e revolucionária na região.

Nada poderá reparar a dor dessas perdas, mas uma certeza nos move: os sonhos, o compromisso e a memória desses companheiros seguirão vivos em cada batalha que travarmos por justiça, liberdade e socialismo.

Estamos acompanhando de perto a situação dos demais companheiros que estavam no ônibus, oferecendo todo o apoio necessário aos feridos, às famílias e amigos. Também estamos nos somando aos esforços para realizar uma grande homenagem a esses militantes durante o Congresso da UNE, à altura da importância que sempre terão para todos nós.

Seguiremos sua caminhada com ainda mais firmeza. Porque, como ensinou Carlos Puebla, “os que morrem pela vida não podem ser chamados de mortos.”

Até a vitória, sempre!

MLC denuncia a situação dos trabalhadores da limpeza urbana do Recife

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MLC dialogando com os trabalhadores da limpeza urbana do Recife durante brigada operária. Foto: Chico Melo- JAV PE.

Durante as brigadas operárias do Jornal A Verdade, os militantes do MLC no Recife tem recebido diversas denúncias dos trabalhadores da limpeza urbana, essas denúncias tem mobilizado a categoria para lutar por melhorias na capital pernambucana.

 Sergio Andrade- MLC PE


TRABALHADOR UNIDO- A importância das brigadas operárias com o jornal A Verdade tem dado muitos frutos positivos para a militância do Movimento Luta de Classes (MLC) em Pernambuco. Uma delas foi a recente mobilização junto aos trabalhadores da limpeza urbana do Recife, ocorrida no dia 07 de julho. Durante a brigada, que aconteceu junto com as patrulhas sindicais, recebemos diversas denúncias alarmantes por parte dos trabalhadores. Descontos na folha de pagamento, mesmo com o atestado médico, descontos no vale-alimentação, escalas 7X0 e trabalhadores demitidos por denunciarem suas empresas. Para piorar, essa medidas repressivas foram aceitas por um acordo coletivo assinado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação de Pernambuco (Stealmoaic-PE), sindicato de direita e defensor dos patrões.

Diante dessa situação os trabalhadores resolveram se organizar, cruzando os braços e ameaçando greve, indo contra a vontade até do sindicato, que apareceu para dizer aos trabalhadores que “lutar não resolveria nada”, e que “a melhor saída para os trabalhadores era a negociação com os patrões”, uma vergonha para quem se diz representar uma categoria que, historicamente já deu tantos exemplos de luta para os trabalhadores pernambucanos.

Essa mobilização ocorreu no bairro do Ibura, periferia do Recife e um dos maiores bairros da região metropolitana, marcado por ser um bairro notadamente operário. O MLC participou junto aos trabalhadores na porta da empresa, e estes reforçavam que fariam as denúncias desse assédio moral institucionalizado para o jornal A Verdade. Uma trabalhadora relatou que, na madrugada do dia 01/06, três companheiros foram assaltados a caminho do trabalho. Ao invés de receberem apoio da empresa, foram forçados a arcar com o prejuízo do material furtado durante o crime, como se fossem responsáveis pelos riscos de uma cidade desigual, marcada pela violência e ausência de políticas públicas como é hoje a capital pernambucana.

A empresa, além de acionar seus advogados e engenheiros para prometer que os trabalhadores teriam seus direitos ressarcidos, sob ameaça, proibiu que qualquer um deles conversassem com os nossos brigadistas. Essa situação escancara a lógica cruel da exploração capitalista: trabalhadores fundamentais para o funcionamento da cidade — responsáveis por manter a limpeza e a dignidade dos espaços urbanos — são tratados como descartáveis. A burguesia, sempre sedenta por lucros, recorre aos métodos mais covardes para extrair mais-valia enquanto suga a energia vital da classe operária.

Respondendo aos trabalhadores da categoria, reafirmamos que frente a essa ofensiva patronal, a nossa resposta precisa ser clara e combativa. É urgente fortalecer a organização de base, a consciência de classe e a mobilização dos trabalhadores, conhecendo o MLC, um movimento comprometido com a construção de um sindicalismo classista, combativo e alinhado aos princípios da luta, que não se curva diante da conciliação com os inimigos dos trabalhadores. Só a luta coletiva, guiada por uma estratégia revolucionária, poderá arrancar das garras do capital os nossos direitos e construir uma nova sociedade, livre da exploração do homem pelo homem. Seguimos na luta por uma sociedade justa, que é a sociedade socialista.