UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Mesmo em quarentena, uruguaios relembram mortos pela ditadura

MEMÓRIA – Todos os anos, em 20 de maio, familiares de mortos e desaparecidos pela ditadura no Uruguai protestam pedindo justiça. (Imagem: Reprodução)

Familiares de mortos e desaparecidos políticos protestam exigindo justiça e punição dos responsáveis pelos crimes cometidos pela ditadura militar no Uruguai. Este ano, devido à pandemia, Marcha do Silêncio foi “virtual”.

Por Heron Barroso
Rio de Janeiro

INTERNACIONAL – Em silêncio e em casa. Assim “marcharam” este ano familiares de mortos e desaparecidos pela ditadura militar no Uruguai. Todos os anos, em 20 de maio, a Marcha do Silêncio percorre as ruas da capital Montevidéu para lembrar os mais de 200 desaparecidos entre 1973 e 1985 e exigir que o governo e a justiça investiguem e punam os responsáveis pelos sequestros, torturas e assassinatos de opositores do regime militar.

A data escolhida para a manifestação faz alusão ao desaparecimento, em 1976, dos parlamentares uruguaios Zelmar Michelini e Héctor Gutiérrez Ruiz, e dos militantes tupamaros Rosario Barredo e William Whitelaw, à época exilados na Argentina e mortos pela famigerada “Operação Condor”.

Devido à pandemia, a marcha foi simbólica, com fotos e faixas apenas, mas não menos forte. “A marcha é a maior expressão da consciência política do povo uruguaio. Todos os dias 20 de Maio marchamos para quebrar o muro da impunidade institucionalizada no Uruguai e para manifestar nossa vontade de voltar à vida fazendo justiça”, explicou Jorge Zabalza, um dos organizadores do ato.

ONDE ESTÃO? – Cartazes com fotos de desaparecidos políticos foram colocados na Avenida 18 de Julho, a mais importante de Montevidéu. (Imagem: Reprodução)

“É importante que a luta pela verdade e a justiça não termine com as pessoas que viveram a ditadura e o terrorismo de Estado, e que os jovens continuem essa luta para construir nossa própria memória, que não é a memória oficial”, disse o estudante Felipe Matontte, que também ajudou a organizar a Marcha do Silêncio este ano.

Ações como esta são fundamentais para que a verdade sobre os crimes cometidos pelas ditaduras militares que se instalaram em vários países da América Latina nas décadas de 1960 e 1970 não caia no esquecimento, e para que a luta por justiça e pela punição dos responsáveis pelas graves violações aos direitos humanos cometidas por essas ditaduras siga em frente.

Outros Artigos

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes