Amanda Bispo e Gabriela Torres
MAUÁ – Nesta manhã de segunda-feira (15) a cidade de Mauá acordou com o som de helicópteros sobrevoando o centro da cidade: promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), junto à polícia iniciaram mais uma investigação ao atual prefeito da cidade, Átila Jacomussi (PSB), desta vez pelo superfaturamento do hospital de campanha, ministrado junto à Organização Social (OS).
Mandados de busca contemplaram a sede da Prefeitura e o gabinete de Jacomussi, aparelhos eletrônicos foram apreendidos, e Luís Carlos Casarin, secretário de Saúde de Mauá, está sendo investigado também. O preço pago pelo hospital de campanha, destinado aos casos de habitantes confirmados com o COVID-19, foi de R$3,3 milhões, possuindo apenas 30 leitos por 90 dias, um valor duas vezes maior que o pago pela prefeitura de Santo André, que comporta 100 leitos.
No sábado (13) a população da cidade organizou um ato antifascista no centro da cidade. A manifestação direcionava mensagens ao prefeito da cidade dos moradores indignados com descaso do governo da cidade com a sua saúde. Diversas são as denúncias de pessoas que não conseguiram leitos em Mauá e também não encontraram vaga para transferência para outra cidade e acabaram falecendo. Os trabalhadores da saúde denunciam a falta de EPIs, a superlotação do Hospital Nardini e o descaso com suas vidas. Familiares de moradores que morreram de COVID-19 em casa tiveram de esperar horas para que os corpos de seu parentes fossem retirados.
Frente a todo esse descaso, não é de se espantar que a cidade esteja entre as cidades do país com a maior taxa de mortalidade. Até o dia de hoje, segundo dados da prefeitura, a cidade possui 536 infectados e 102 mortos pelo novo coronavírus o que significa que 1 pessoa morre a cada 5 que contraem a COVID-19 na cidade.
As contradições e crimes de Átila Jacomussi com a população mauaense superam quaisquer limites morais, e estão custando a vida de centenas de trabalhadores, estudantes e crianças da cidade. Mauá continua sem água, sem leitos, sem EPIs e sem respiradores, e mesmo assim, é a terceira vez que Jacomussi estampa os noticiários estaduais e nacionais com seus esquemas de corrupção e desvio de dinheiro do povo. Enquanto as mortes por uma pandemia sem vacina não forem prioridade, enquanto não estivermos sob uma política verdadeiramente popular, nosso cenário desastroso continuará se repetindo como farsa. A população de Mauá seguirá organizada na luta por seus direitos, contra este prefeito genocida.