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sexta-feira, 26 de julho de 2024

Marxismo e a Juventude: Programa de Formação na Quarentena

JUVENTUDE REVOLUCIONÁRIA – “O jovem comunista não pode estar limitado pelas fronteiras de um território, o jovem comunista deve praticar o internacionalismo proletário e senti-lo como coisa sua”. (Foto: Jorge Ferreira/Jornal A Verdade)
Redação Piauí
Jornal A Verdade

A juventude tem um papel fundamental nas mobilizações sociais de todo o mundo, seja nas lutas da classe trabalhadora, das mulheres, dos negros, da comunidade LGBT+ ou em lutas de reivindicações específicas pela educação, cultura, saúde, esporte etc.

O jovem naturalmente tem uma disposição para enfrentar as injustiças e lutar pelo que acredita, como afirmou Ernesto Che Guevara: “Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética”. Junto a esse espírito revolucionário, vem a busca pelo conhecimento teórico sobre as causas dos problemas da humanidade, por isso, mesmo não sendo incentivado pela maioria das escolas, o marxismo fornece as respostas para suas inquietações. Nesse contexto, o Jornal A Verdade, neste programa de formação da quarentena, abordará o tema “Marxismo e Juventude”.

O revolucionário Karl Marx iniciou os seus estudos muito cedo influenciado por seu pai, pelas experiências práticas de sua vida e pelos acontecimentos históricos e sociais. Por isso, dedicou-se a conhecer e compreender o mundo ainda em sua juventude.

Para apresentar como foi esse período da vida de Marx, escolhemos o primeiro capítulo da obra “Karl Marx – Biografia”, publicada em português pela editora “Avante” e traduzido pelo “Instituto de Marxismo-Leninismo do Partido Comunista Bolchevique da Rússia”. Essa obra apresenta detalhes da infância e juventude de Marx que certamente contribuíram para a aquisição dos conhecimentos necessários para que mais tarde, junto com Friedrich Engels, ele desenvolvesse as bases do que seria chamado de marxismo.

“Ao mesmo tempo que estudava o direito, a história, a teoria das artes e línguas estrangeiras, Marx dedicava cada vez mais tempo ao estudo da filosofia. De início, era estimulado pela tentativa de redigir uma grande obra sobre a filosofia do direito. Mas é indubitavelmente que o seu interesse pela filosofia era igualmente ditado pelo desejo de compreender a realidade da sua época, com todas as suas contradições.”

Após a construção do socialismo científico e a sua difusão por toda a Europa, os principais seguidores do Marxismo continuaram a abordar a juventude como um tema importante no desenvolvimento dos processos revolucionários. O comunista revolucionário Vladimir Lênin, por exemplo, trabalhou a questão antes e depois da Revolução Russa.

No artigo “As Tarefas da Juventude Revolucionária”, publicado no Jornal Student, em 1903, fala sobre os estudantes e sua divisão na sociedade russa naquele período. No texto, Lênin demonstrou que os grupos políticos nos quais os estudantes dividiam-se, refletiam os grupos nos quais o conjunto da sociedade fragmentava-se: “Os estudantes não seriam o que se o seu agrupamento político não correspondesse ao agrupamento político em toda a sociedade”. Esse é um debate extremamente atual nos mais diversos países em que a juventude estudantil tem atuação.

Já no texto “As Tarefas das Uniões das Juventudes”, discurso de Lênin no terceiro congresso da União da Juventude Comunista da Rússia em 1920, ele apresenta as tarefas após a revolução, afirmando que seriam as gerações futuras a construir a sociedade comunista e que sua principal tarefa era aprender, em especial, o comunismo. Para exemplificar como seria esse processo, Vladimir reafirma princípios marxistas: o estudo do acúmulo do que foi desenvolvido pela humanidade e a indissociabilidade de teoria e prática no método materialista dialético.

“Sem trabalho, sem luta, o conhecimento livresco do comunismo, adquirido em brochuras e obras comunistas, não vale absolutamente nada, porque prolongaria o antigo divórcio entre teoria e prática, esse antigo divórcio que constituía o mais repugnante traço da velha sociedade burguesa.”

Para compreender a estruturação de uma juventude marxista, construída sobre os pilares do leninismo, indicamos o texto “A União da Juventude Operária deve ser uma Escola do Socialismo”, de Georgi Dimitrov. O autor apresenta algumas questões de organização, tratando sobre o método de trabalho nas reuniões, a composição das juventudes comunistas, o estudo e a defesa dos interesses da juventude. Para muitos dos problemas que enfrentamos cotidianamente, Dimitrov apresentou análises muito pertinentes, que só podem ser aplicadas quando as juventudes marxistas-leninistas se transformam em verdadeiras escolas do socialismo.

DISCIPLINA REVOLUCIONÁRIA – “Se existe algo que um revolucionário precisa ter é tempo para cumprir com suas tarefas revolucionárias.” (Foto: Jorge Ferreira/Jornal A Verdade)

Os jovens são marxistas em formação, por isso é necessário um constante estudo do marxismo para sua compreensão e a sua aplicação nos problemas concretos da sociedade. No artigo “Há que se cuidar do broto”, Luiz Falcão afirma:

“Não é demais insistir que cada militante precisa ter além do estudo no coletivo, um plano individual de leitura, e o assistente só poderá ajudá-lo se ele próprio estiver estudando a teoria revolucionária. A primeira coisa a fazer, é refletir sobre o que estamos fazendo com o nosso tempo e que prioridades estamos estabelecendo em nossas vidas. Afinal, se existe algo que um revolucionário precisa ter é tempo para cumprir com suas tarefas revolucionárias.”

Outro revolucionário marxista-leninista que se dedicou a analisar a juventude foi Ernesto Che Guevara. O revolucionário argentino é uma grande referência para os jovens de todo o mundo, em especial pela sua identidade com esse setor da população. No texto “O que deve ser um jovem comunista”, Che expõe as características individuais que os jovens devem expressar se desejam transformar-se em verdadeiros comunistas, indica também que esses elementos devem se aperfeiçoar cotidianamente.

Entre as características que Che apresenta, há um princípio marxista fundamental que é o internacionalismo proletário:

“O jovem comunista não pode estar limitado pelas fronteiras de um território, o jovem comunista deve praticar o internacionalismo proletário e senti-lo como coisa sua”.

Baseando-se nos conceitos marxistas-leninistas do movimento revolucionário, a Conferência Internacional de Partidos e Organizações Marxistas-Leninistas (CIPOML), vem aprofundando a análise e formulação sobre o trabalho dos marxistas entre os jovens, em especial com o crescimento do trabalho informal, a falta de investimento em serviços públicos, aumento das guerras e outras consequências do aprofundamento das crises do capitalismo,  deixando cada vez mais jovens na miséria em todo o mundo. “Sobre a Juventude” é uma obra da CIPOML que analisa a situação da juventude nos primeiros anos do século 21, reafirmando a importância desse trabalho, com foco no combate a ideologia burguesa e no caráter revolucionário da juventude.

Por último, apresentamos para o plano de formação, o documento “Ser jovem é ser revolucionário”. As resoluções do terceiro congresso da União da Juventude Rebelião retratam sob a ótica marxista a realidade da juventude brasileira, além disso aborda várias questões de interesse da juventude tanto no âmbito da organização como pontos do cotidianos dos jovens trabalhadores e estudantes, sobre os quais os marxistas devem ter domínio para aprofundar e crescer o trabalho dos comunistas entre os jovens.

Desde já convidamos nossos leitores para participar do próximo “Marxismo em Debate”, na próxima segunda (24) às 19h, no canal do Jornal A Verdade no Youtube.

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