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segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Toda solidariedade ao povo malinês! Fora militares franceses do Mali!

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População vai as ruas comemorar queda de presidente autoritário e submisso ao imperialismo. Foto: Moussa Kalapo/Reuters

Em 18 de agosto, um golpe de estado foi promovido por altos oficiais do exército de Mali, derrubando o presidente, Ibrahim Boubacar Keïta (IBK), e prendendo vários ministros. No dia seguinte, IBK anunciou sua renúncia. Os soldados golpistas, auto-nomeados Comitê Nacional para a Salvação do Povo (CNSP) anunciaram que queriam devolver o poder aos civis, por meio da organização de eleições e que respeitariam todos os acordos internacionais aos quais Mali está vinculado. Eles conclamaram a população à calma, insistindo no respeito à ordem.

A renúncia de IBK foi saudada por parte importante da população malês: desde as últimas eleições parlamentares de abril passado, as manifestações se multiplicaram exigindo a saída de IBK, que disparou contra os manifestantes no início de julho. Há anos, o protesto popular não parou de crescer: as populações do campo e das cidades não aguentam mais a miséria que se espalha, o caos que em tudo afeta esse vasto país, o aumento de ataques e mortes por grupos jihadistas, os abusos das Forças Armadas do Mali, a interferência das forças armadas estrangeiras, em particular as forças francesas de Barkhane [nome da operação militar francesa na refião da África onde se localiza o Mali – Nota da Edição], estendido à participação de forças de estados europeus.

A palavra de ordem “Exército francês fora do Mali” ganhou força nos últimos meses, provocando a cólera de Macron, que apelou aos líderes africanos do G5 do Sahel [grupo de cinco países Africanos da região do Sahel qeu tem cooperação militar e são influenciados pelo imperialismo francês – Nota da edição] a reafirmarem sua fidelidade política e militar ao imperialismo francês, na “luta contra o terrorismo ”.

No Mali, partidos, associações e personalidades criaram uma coligação, o Movimento 5 de Junho – Coalizão das Forças Patrióticas, tendo como demanda central a renúncia de IBK. Ao conquistá-la, os militares golpistas assumiram a liderança para evitar que as massas populares perseguissem IBK. Eles estão em uma posição de força frente à coalizão, composta por forças muito diversas, incluindo alguns que estão claramente prontos a negociar. Mas dentro e fora desta coalizão, muitos são aqueles que legitimamente desconfiam do golpe militar e duvidam de sua vontade de “entregar o poder ao povo”. As promessas que fizeram de “respeitar os compromissos internacionais “são acima de tudo militares (a perseguição de Barkhane…), mas também significam respeito pelos “acordos” econômicos de dependência frente as potências imperialistas, especialmente o imperialismo francês.

Este não é o primeiro golpe militar no Mali que expulsa uma camarilha. Em 2012, quando também houve um golpe, nada mudou de verdade a situação das massas populares. Se a queda de IBK for uma falha na política do imperialismo francês que a apoiou, não significa o fim da ingerência e da dominação neocolonial do imperialismo francês.

Somos solidários ao povo malinês e lutamos para acabar com esta dominação e apoiamos as forças que lutam pela verdadeira independência e o progresso social.

Paris, 20 de agosto de 2020

Partido Comunista dos Trabalhadores da França

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1 COMENTÁRIO

  1. É interessante também pontuar que o mali tem um solo muito rico em urânio e em ouro,logo nas atuais disputas no cenário nuclear tal pais se torna um importante player das disputas geopolíticas pelo mundo,o que pode interessar países como a Russia e a china.
    Tambem é interessante ver que tal território serve como passagem para grupos gihadistas que tem como objetivo ter uma projeção cada vez mais na região da africa subsaariana,por toda essa conjuntura é importante observar com calma os próximos passos do governo de transição e ver para qual lado tal força ira caminhar.

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