João Coelho
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas
SÃO BERNARDO DO CAMPO (SP) – O Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas (MLB) reuniu mais de 50 famílias em assembleia na cidade de São Bernardo para discutir a luta contra os despejos e por moradia digna na cidade, nesse domingo, (13).
As famílias, que se organizam no movimento desde o início da pandemia e que trabalham para crescer o MLB na cidade, debateram a conjuntura política do país e do município e prepararam sua agenda de lutas para o próximo período.
A luta pelo direito à moradia na cidade é urgente: o déficit habitacional no município já ultrapassou 90 mil famílias, em 2020 o preço dos aluguéis subiu 2,39% ao passo que mais de 11 mil postos de trabalho formais foram mais fechados e a renda média despencou e, para piorar, a Prefeitura continua executando ordens de despejos contra comunidades pobres.
A Prefeitura de São Bernardo, na gestão de Orlando Morando (PSDB), vem executando uma política sistemática de despejos sobre famílias que moram em áreas consideradas irregulares sem oferecer nenhuma alternativa de moradia para as famílias. Foram milhares de famílias ameaçadas ou efetivamente despejadas nos últimos 4 anos, sendo que a Prefeitura não investiu um real em construção de moradias populares, entregando apenas algumas obras que já estavam em andamento.
Para piorar, além de não fazer nada pelas famílias que compõem o déficit habitacional, a Prefeitura persegue e reprime aqueles que lutam para que o direito constitucional à moradia seja cumprido. Desde a gestão anterior, do Prefeito Luiz Marinho (PT), a Prefeitura aumentou o armamento da Guarda Civil Municipal (GCM) e potencializou o trabalho da Ronda Ostensiva Municipal (ROMU), utilizando-as para realizar despejos, reprimir ocupações urbanas e manifestações. Exemplo dessa postura da Prefeitura foi a repressão ao ato Despejo Zero organizado pelo MLB junto à outros movimentos na cidade, onde a GCM e a Polícia Militar agrediram militantes do MLB para impedir que as famílias entrassem na praça do Paço Municipal no encerramento do ato, mesmo com o trajeto tendo sido combinado com as duas corporações e a praça estando aberta e com vários munícipes utilizando o local no momento para prática de atividades esportivas.
Na assembleia as famílias reafirmaram seu compromisso em lutar pela moradia digna, pela reforma urbana e pelo socialismo, saudaram a Ocupação Manoel Aleixo, realizada pelo MLB na cidade de Mauá no último dia 7 de setembro, definiram uma agenda de mobilizações com objetivo de crescer a quantidade de famílias organizadas pelo movimento e marcaram uma manifestação para o dia 2 de outubro, quando irão às ruas mais uma vez denunciar as injustiças contra o povo pobre, lutar pelo fim dos despejos na cidade e no país e cobrar moradia digna para os trabalhadores; nesse dia prometem encerrar a manifestação que não acabou devido à repressão da GCM, pois dessa vez estarão em maior número e determinadas a fazer valer seu direito de ocupar os espaços públicos e lutar pelo que é justo.
