Gabriela Torres foi a mulher mais bem votada para vereança, tendo inclusive mais votos do que 3 vereadores que de fato ocuparão as cadeiras. Injustamente, Gabriela não poderá exercer seu mandato como vereadora e a câmara municipal continuará sem mulheres ocupando o espaço de poder.
Amanda Bispo e Gabriela Torres
MAUÁ (SP) – Em sua primeira participação na disputa eleitoral, as duas candidaturas de mulheres da Unidade Popular pelo Socialismo (UP) foram as mais votadas na cidade de Mauá. Nossa candidatura à prefeitura, encabeçada por Amanda Bispo, conseguiu o apoio de quase 4 mil mauaenses, além das 1.583 pessoas que depositaram seu voto de confiança nos movimentos sociais ocupando o legislativo, com Gabriela Torres para vereadora.
O mais novo partido do país saiu vitorioso na construção de uma alternativa verdadeiramente popular para cidade de Mauá. A Unidade Popular, com menos de 1 ano de partido legalizado, participou da primeira disputa eleitoral, defendendo um programa forte e popular, com defesas que priorizam a vida do povo, enfrentando os privilégios dos milionários da nossa cidade. Tudo isso com uma campanha sem nenhum financiamento de empresários ou banqueiros, contando com um trabalho de campanha voluntário, disciplinado e aguerrido de uma juventude indignada.
Mesmo enfrentando velhos partidos, nomes e sobrenomes há muito conhecidos em Mauá, nossa representação na câmara com a candidatura de Gabriela Torres conquistou o 26º lugar entre os mais votados, em um ranking dentre 628 candidatos, tendo inclusive mais votos do que 3 vereadores que de fato ocuparão as cadeiras. Injustamente, por conta de uma legislação eleitoral elaborada para dificultar qualquer novidade combativa, Gabriela não poderá exercer seu mandato como vereadora e a câmara municipal continuará sem mulheres ocupando o espaço de poder, enquanto a violência contra as mulheres cresce exponencialmente na cidade de Mauá.
Um dos movimentos que participou do processo de legalização da Unidade Popular foi o Movimento de Mulheres Olga Benario, que ocupou uma casa abandonada no centro da cidade e hoje organiza a Casa de Referência para Mulher Helenira Preta, sem nenhum financiamento da prefeitura ou do governo do Estado. Se os governantes não se importam com a situação que as mulheres tem vivido em Mauá – como foi a tentativa de feminicídio dentro do shopping da cidade há duas semanas – ou com os casos de estupro que acontecem debaixo dos viadutos da cidade, por exemplo, as mulheres mauaenses se importam, e estão organizada e na luta para transformar essa realidade.
Nossa candidatura à prefeitura ficou na frente de vários candidatos muito ricos, envolvidos na política da cidade há gerações e que derramaram muito dinheiro nessas eleições, como é o caso de Vanessa Damo (MDB), filha do ex-prefeito milionário Leonel Damo, ultrapassada pela UP em mais de mil votos.
Felipe Galisteo, candidato à vice prefeito, trabalhador da cultura e professor da cidade, teve uma participação muito importante entre os servidores públicos da cidade de Mauá conquistando uma parcela grande da categoria, indignada e disposta a luta por melhores condições de trabalho, pelo reajuste salarial, contra a reforma administrativa e todas as retiradas de direitos que os servidores estão submetidos.
O candidato a vereador do Movimento Luta nos Bairros Vilas e Favelas (MLB), Matheus Troilo, também ganhou várias adesões importantes de quem acredita na luta por moradia digna. Para vereadores, nosso partido teve 1866 apoios, contando com os 178 votos na legenda. Os resultados mostram a força que a luta popular, de número 80, conquistou. O povo de Mauá se identificou com o programa dos movimentos sociais, com a defesa de que o povo precisa estar no poder da cidade para que de verdade a prefeitura e a câmara estejam a serviço do povo.
Nos últimos anos, temos visto a ascensão do fascismo em nosso país, o crescimento de políticas que retiram os direitos do povo. O desemprego, a fome e a dificuldade para pagar contas crescem. É importante sabermos que se vivemos toda essa situação é por vivermos uma sociedade em que um grupo pequeno de pessoas exploram e oprimem uma maioria de trabalhadoras, de mulheres, jovens, de negros. É cada vez mais necessário que a gente se organize na luta para mudar essa realidade. A disputa eleitoral é um desses espaços de luta e saímos desse processo ainda fortes para enfrentar essa situação.
Gostaríamos de convidar a todas e todos os militantes da Unidade Popular e apoiadores para na próxima quinta-feira realizarmos um dia de atividades na estação para agradecer a nosso povo trabalhador que deu seu voto de confiança e nos proporcionou essa vitória. No próximo sábado realizaremos uma Plenária Aberta da UP às 15h na Ocupação Manoel Aleixo (Rua Almirante Barroso, 170) para avaliarmos todo o processo de participação nessas eleições assim como debatermos nosso posicionamento para o segundo turno e também gostaríamos de convidar a todos que acreditaram na nossa luta para participarem dessa plenária com a gente.
Nós da Unidade Popular junto ao Movimento de Mulheres de Olga Benario, ao Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas, ao Movimento luta de Classes e a União da Juventude Rebelião seguimos esse período pós eleição com a organização da luta das mulheres, da juventude, dos trabalhadores e do povo sem teto na defesa do Socialismo. Lutamos pela construção de uma sociedade em que as nossas vidas valham mais do que o lucro dos patrões, em que o Estado seja dos trabalhadores, por eles seja governado e que defenda seus interesses. Por isso, defendemos o poder popular.
ACOMPANHE OS PRONUNCIAMENTOS DE AMANDA E GABRIELA NOS VÍDEOS ABAIXO: