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“Apesar da forte campanha contra a greve, os trabalhadores saíram vitoriosos com o acordo antes estabelecido, sendo agora cumprido pelo prefeito e expulsando as empresas privadas que não continuarão prestando o serviço.”
Luiza Wolff e Gustavo Cordeiro
FLORIANÓPOLIS (SC) – Na quinta-feira (04), em assembleia, os trabalhadores da Comcap decidiram terminar sua greve de três dias obtendo uma vitória. Esta que foi a primeira categoria a entrar em greve durante a pandemia, mesmo duas semanas após a reeleição de Gean Loureiro (DEM) conseguiu derrotar suas propostas neoliberais ao impedir o avanço da privatização do serviço público e conquistar os direitos que foram prometidos.
A greve começou com o descumprimento do acordo político feito pelo Prefeito, antes de sua reeleição, no qual concedia aos trabalhadores um reajuste salarial de 4,7%, e de R$2,50 no vale alimentação.
Com os trabalhadores unidos, a greve durou três dias com negociações em todos eles. Na primeira, não houve proposta de negociação. No próximo dia, Gean tentou adiar a discussão para fevereiro, sem garantia de que o acordo seria cumprido. Porém, em negociação recente (04), graças a mobilização dos trabalhadores que ficaram em frente a prefeitura durante a reunião, o Prefeito teve que recuar.
Durante esses três dias, Gean se utilizou da mídia, e de mentiras como forma de desmoralizar os trabalhadores. Anunciou que a greve seria ilegal por causa da Lei Complementar Federal 173, que impede o aumento de salário durante a pandemia. O que o Prefeito não falou é que o reajuste salarial foi acordado antes mesmo da pandemia do coronavírus.
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Além disso, tentou iniciar um processo de privatização do serviço da limpeza urbana, contratando empresas privadas para fazer coleta de resíduos, e mentiu para a população quando falou que custavam muito mais barato que a Compac. Neste caso, também omitiu para a população a quantidade e qualidade dos serviços prestados pela autarquia, e ameaçou fazer uma licitação para que as empresas continuassem prestando o serviço na cidade.
Isso tudo faz parte de um projeto de governo neoliberal alinhado com o governo federal que visa a privatização de diversas empresas públicas, como anunciado na agenda de privatizações de 2021 de Bolsonaro na quarta-feira (03).
Apesar da forte campanha contra a greve, os trabalhadores saíram vitoriosos com o acordo antes estabelecido, sendo agora cumprido pelo prefeito e expulsando as empresas privadas que não continuarão prestando o serviço. Além disso, foi garantido que não haverá perseguição e punição daqueles que participaram da greve e a categoria voltou ao trabalho às 14h do dia 03 mais unida e com seus direitos garantidos.