O marxismo defende a necessidade do socialismo para que a ciência e o progresso técnico sejam usados em benefício da humanidade e não contra ela, como ocorre no capitalismo. Para esconder essa enorme vantagem do socialismo sobre o capitalismo, a burguesia atribui à União Soviética crimes que ela não cometeu, atos que não praticou. A forma como é retratado o biólogo e agrônomo Trofim Lysenko é um exemplo dessa manipulação da História.
Beto Silva
RIO DE JANEIRO – Em 2020, os trabalhadores de todo o mundo celebraram os 200 anos do nascimento de Friedrich Engels, um dos fundadores do socialismo científico. Além de trabalhos sobre Economia Política, Filosofia e Antropologia, Engels acompanhava, com atenção e entusiasmo, os mais recentes avanços das Ciências Naturais de sua época. O líder comunista já então apontava a necessidade do socialismo para que a ciência e o progresso técnico fossem usados em benefício da humanidade e não contra ela, como ocorre no capitalismo.
“Nos países industriais mais adiantados submetemos as forças da natureza, pondo-as a serviço do homem; graças a isso aumentamos incomensuravelmente a produção, de modo que hoje uma criança produz mais do que antes cem adultos produziam. Mas, quais foram as consequências desse incremento da produção? O aumento do trabalho esgotador, uma miséria crescente das massas e uma crise imensa a cada dez anos. […] Só uma organização consciente da produção social, em que a produção e a distribuição obedeçam a um plano, pode elevar socialmente os homens sobre o resto do mundo animal, do mesmo modo que a produção em geral os elevou como espécie. O desenvolvimento histórico torna cada dia essa organização mais necessária e mais possível” – Afirma Friedrich Engels na introdução de A Dialética da Natureza.
Vinte e dois anos após sua morte, a visão de Engels começou a se tornar realidade. A Revolução Soviética, em 1917, inaugurou a época em que a vitória da classe trabalhadora deixou de ser uma possibilidade e tornou-se fato.
Para esconder esse evento colossal, os inimigos do socialismo atribuem à União Soviética (URSS) crimes que ela não cometeu, atos que não praticou. A forma como é retratado o biólogo e agrônomo Trofim Lysenko é um exemplo dessa manipulação da História. Num momento em que a humanidade luta contra o negacionismo científico, o oportunismo político não perde a chance de citar o “Caso Lysenko” como forma de, sorrateiramente, criminalizar o socialismo.
A Agricultura Soviética e Acertos de Lysenko
Trofim Lysenko nasceu na Ucrânia, em 1898. No fim da década de 1920, os resultados promissores de seus trabalhos no Azerbaijão tornaram-no diretor do Instituto de Genética de Odessa. Em 1935, foi nomeado membro da Academia Lênin de Ciências Agrícolas e, em 1938, presidente desta instituição. Sob sua responsabilidade, estavam as tarefas de orientação técnica para consolidação das cooperativas agrícolas e fazendas estatais (Kolkhoses e Sovkhozes) após a derrota dos capitalistas do campo (os Kulaks). A importância estratégia dessa tarefa era imensa tanto para alimentação da população quanto para permitir a continuidade do processo de industrialização. Durante a Segunda Guerra Mundial, as dificuldades para sua realização atingiram níveis absurdos devido à destruição causada pela invasão nazista.
Hoje, mesmo entre a esquerda liberal, é comum encontrarmos acusações de que o “Lysenkoismo” atrasou ou mesmo destruiu a agricultura soviética. Ora, se a agricultura soviética foi destruída, como era abastecido o Exército Vermelho nas duríssimas condições criadas pela Segunda Guerra? Na verdade, “foi Lysenko quem pensou em plantar pontas de batata, salvando milhares de vidas, senão milhões, de soviéticos durante a fome da Grande Guerra Patriótica. O resultado desta proposta foi uma enorme economia em materiais de plantio e um ganho incomensurável em fonte de energia para a população e os soldados no front. […] Em 1920-1921, o rendimento médio do trigo era de apenas três ou quatro centímetros por hectare, duas décadas depois, em 1940, ultrapassou para sete ou oito centímetros. Ou seja, a eficiência da agricultura dobrou. […] Em 1946, o país, ainda devastado pela guerra, colheu apenas 39,6 milhões de toneladas. No entanto, em 1952, sob liderança de Lysenko, a safra de grãos quase triplicou, 92,2 milhões de toneladas” – Destaca o escritor Niels Johansen na revista cultural e cientifica russa Portal Cultura.
É interessante notar que os sucessos da agricultura soviética eram tão notórios que mesmo os críticos da época às teorias de Lysenko eram obrigados a admitir que “o melhoramento contínuo da agricultura soviética é inquestionável”, como afirmou Charles Leone em 1952. O insuspeito embaixador dos Estados Unidos na URSS entre 1937 e 1939, Joseph Davies, descreve assim a agricultura soviética em seu livro Missão em Moscou: “A exploração científica [da terra] pelo uso de maquinaria é obrigatória em todo o país. O governo fornece Parques de Máquinas em cada lugar, com maquinaria agrícola, para exploração em grande escala. As colheitas são divididas entre essas unidades mecanizadas, os trabalhadores das fazendas e o Estado. Em certos pontos da Rússia disseram-me que existem os chamados fazendeiros milionários, tão grande é a parte da colheita que lhes cabe. Noutros pontos, o coletivismo não prospera devido à topografia do terreno, que não se adapta à exploração mecânica. A situação do trigo é muito boa nesse sistema. Nas hortas, vinhedos e outras culturas semelhantes o trabalho é muito mais difícil.”
Lysenko também foi o responsável pela sistematização, aperfeiçoamento e divulgação da técnica de “vernalização”. O processo é descrito por Cleber Maus Alberto em seu artigo Resposta à vernalização de cultivares brasileiras de trigo como “o processo pelo qual as plantas são induzidas a florescer através da exposição a temperaturas baixas não congelantes” (Alberto, 2009). Esse processo foi fundamental para expansão da fronteira agrícola do trigo na URSS.
O doutor Marcelo Lima Loreto mostra que várias pesquisas científicas no Brasil tratam da técnica de vernalização sem, no entanto, citar Lysenko. “A técnica de vernalização proposta por Lysenko se consolidou como uma prática recorrente na ciência agrícola brasileira. E isto se verificou nas décadas de 1960 e 1970 e prossegue até os dias atuais. No entanto, como mostrado anteriormente, não se encontram menções a Lysenko ou mesmo à origem da técnica no Brasil”.[1]
Finalmente, Lysenko era também conhecido pelo grande apreço e estímulo à experimentação prática realizada diretamente pelos trabalhadores do campo. Deve-se ressaltar que a possibilidade e a existência de condições materiais para essas experiências desempenhavam também um importante papel político e educativo junto aos camponeses. Com certeza, se encaixa no quadro mais amplo de combate à contradição entre o trabalho manual e o trabalho intelectual e à alienação capitalista.
Genética e Hereditariedade
Uma das críticas à biologia ensinada e praticada na URSS é que ela seria contra Darwin e o darwinismo. Mas isso não é verdade. Lysenko considerava Darwin o fundador da Biologia como uma ciência e que “a teoria da seleção de Darwin propiciou uma explicação racional para os fenômenos observáveis na natureza viva. Sua ideia de seleção é científica e verdadeira”. As críticas de Lysenko à Darwin eram direcionadas especificamente à reconhecida influência das teorias demográficas-econômicas de Malthus. Mesma crítica, aliás, já formulada por Engels em 1875.
Por outro lado, Lysenko defendia a possibilidade de transmissão hereditária de características adquiridas (motivo, inclusive, pelo qual ele é chamado de “neo-lamarckista”[2]) e criticava genética mendeliana e, em especial, as concepções de August Weismann[3].
“A teoria materialista da evolução da natureza viva implica no reconhecimento da necessidade de transmissão hereditária de características adquiridas pelo organismo sob as condições da sua vida. […] Por weismannismo [que é o mesmo que idealismo em biologia] entende-se qualquer concepção de hereditariedade que pressupõe a divisão do corpo vivo em duas substâncias que são diferentes por princípio: o corpo vivo usual, que supostamente não possui hereditariedade mas está sujeito a variações e transformações, isto é, ao desenvolvimento; e uma substância hereditária especial, supostamente independente do corpo vivo e não sujeita ao desenvolvimento pela influência das condições de vida deste corpo vivo comum. […] A corrente materialista não separa a hereditariedade do corpo vivo e de suas condições de vida. Não há corpo vivo sem hereditariedade e não há hereditariedade sem corpo vivo. O corpo vivo e suas condições de vida são inseparáveis. Retire do organismo suas condições de vida e seu corpo vivo irá morrer.” – Afirmou Lysenko em 1948.
Porém, esses postulados de Lysenko não são aceitos pela biologia moderna, consolidada na chamada Teoria Sintética da Evolução.
“Hereditariedade é a transmissão de genes, que são unidades discretas localizadas no cromossomo. Genes são sequências de DNA e a variação hereditária é igual à variação do DNA. Não há herança de variações que não ocorram no DNA. Variação genética é a consequência de muitas combinações alélicas ao acaso geradas por processos sexuais […] Novas variações dos genes – mutações – são resultado de mudanças acidentais. Variação hereditária não é afetada pela história do desenvolvimento individual. Não há herança de caracteres adquiridos, em que as variações são resultadas de efeitos ambientais” – Escreveu Cintia Graziela Santos.
Erros de Lysenko
Embora as pesquisas sobre a evolução tenham avançado muito na segunda metade do século 20, as ideias centrais da Teoria Sintética já eram dominantes nos países capitalistas. Por que, então, Lysenko não as aceitou? Apresento três razões que, em maior ou menor grau, devem ter contribuído para essa decisão equivocada.
Primeiro, embora seja motivo de controvérsia na literatura marxista, é clara a possibilidade de influência da teoria da herança dos caracteres adquiridos em alguns textos de Engels. No conhecido ensaio sobre o Papel do Trabalho na Transformação do Macaco em Homem, além da sugestão no próprio título, encontramos as seguintes passagens: “A mão não é apenas o órgão do trabalho; é também produto dele. Unicamente pelo trabalho, pela adaptação a novas e novas funções, pela transmissão hereditária do aperfeiçoamento especial assim adquirido pelos músculos e ligamentos e, num período mais amplo, também pelos ossos; unicamente pela aplicação sempre renovada dessas habilidades transmitidas a funções novas e cada vez mais complexas foi que a mão do homem atingiu esse grau de perfeição que pôde dar vida, como por artes de magia, aos quadros de Rafael, às estátuas de Thorwaldsen e à música de Paganini. […] Os homens em formação chegaram a um ponto em que tiveram necessidade de dizer algo uns aos outros. A necessidade criou o órgão: a laringe pouco desenvolvida do macaco foi-se transformando, lenta, mas firmemente, mediante modulações que produziam por sua vez modulações mais perfeitas, enquanto os órgãos da boca aprendiam pouco a pouco a pronunciar um som articulado após outro. […] Primeiro o trabalho, e depois dele e com ele a palavra articulada, foram os dois estímulos principais sob cuja influência o cérebro do macaco foi-se transformando gradualmente em cérebro humano.”
Evidentemente, esse texto de Engels foi escrito num período em que a validade dessas hipóteses era muito mais aceita. Por um lado, as limitações do conhecimento da época servem para justificar a posição de Engels, mas não a sua manutenção, pelo menos 50 anos depois, por Lysenko.
Segundo, uma das críticas frequentes à Lysenko é que ele “misturou política com ciência”. Para além da superficialidade de considerar a política como algo segregado e intrinsecamente ruim, vale lembrar que, à época, a genética foi, de forma fraudulenta, utilizada para justificar teorias sociais racistas, como a eugenia e o nazismo.
A eugenia foi um movimento reacionário que buscava na biologia e na genética a explicação para os problemas sociais. Defendia o determinismo biológico, segundo o qual a pobreza e a miséria da classe trabalhadora são culpa não do capitalismo, mas dela própria, ou melhor, de seus “genes ruins”. Sobre esse embasamento, supostamente científico, a eugenia tornou-se a justificativa para todo tipo de racismo e discriminação, além de pregar políticas de limpeza da raça para eliminação da “hereditariedade podre”. Foi nos países em que a aceitação da genética mendeliana era mais forte que os movimentos eugenistas se tornaram mais influentes. Os eugenistas aprovaram leis para esterilização de doentes mentais e de segregação racial. Obviamente, com essas ideias, a eugenia encontrou terreno fértil na Alemanha nazista, segundo a pesquisadora Izabel Mello Teixeira e Edson Pereira Silva.
Hoje, não há dúvidas de que a eugenia é uma fraude científica e sociológica. Mas, nos anos 1930, é plenamente compreensível que a “base científica” dos nazistas tenha sido rejeitada pelos comunistas, seus inimigos mais decididos[4].
Terceiro, as tarefas imediatas com as quais Lysenko se deparava levou-o a buscar uma abordagem que vislumbrasse a possibilidade do controle, racional e planejado, das forças da Natureza. Não bastava “conhecer” as leis da Natureza. Era preciso poder dirigi-la para fins pré-determinados e, em especial, para o desenvolvimento das forças produtivas. Dessa forma, os postulados da Síntese Moderna de “combinações genéticas ao acaso” ou de “mutações acidentais” devem ter soado para Lysenko como conformismo e resignação. De forma semelhante, a ideia de impossibilidade da transmissão de caracteres adquiridos deve ter sido erroneamente interpretada como a impossibilidade de homens e mulheres atuarem ativamente no aprimoramento da agricultura e da pecuária.
“Os morganistas-mendelistas, os quais proclamam que as alterações hereditárias ou ‘mutações’, como eles chamam, são ‘indefinidas’, presumem que tais alterações não podem, por princípio, serem previstas. Nós aqui temos uma concepção peculiar sobre a impossibilidade do conhecimento; seu nome é idealismo em biologia. A afirmação que as variações são ‘indefinidas’ levantam uma barreira à orientação científica, desarmando a agricultura prática. ‘Mutações genéticas’, de acordo com a teoria morganista-mendelista, aparecem fortuitamente. Mutações cromossômicas são também fortuitas. Devido a isso, a direção do processo de mutação é algo fortuito […] com tal ciência é impossível planejar, trabalhar para alcançar um objetivo definido; ela joga fora a orientação científica. Uma ciência que falha em dar uma clara perspectiva aos trabalhadores práticos, que não oferece um caminho e a confiança de que eles conseguirão atingir seus objetivos práticos, não merece ser chamada de ciência […] A ciência é inimiga do acaso” – Afirmou Lysenko em seu Informe apresentado numa reunião da Academia Lenin de Ciências Agrícolas da URSS.
Por fim, se é verdade que as teses de Lysenko foram refutadas pela Síntese Moderna é preciso lembrar também que a ciência avança justamente através da possibilidade de falseabilidade das hipóteses levantadas e que muitos dos conhecimentos hoje estabelecidos podem ser, eles também, refutados por novas descobertas. A própria Síntese Moderna não escapa desse processo. Por exemplo, Cintia Graziela Santos citando Jablonka e Lamb: “Nós estamos vivendo um período de mudança revolucionária nas ciências biológicas, e nós acreditamos que a era pós-Síntese está começando na biologia evolutiva. Durante os sessenta anos de seu reinado, a Síntese Moderna tem sido esticada – por exemplo, ela foi forçada a incorporar as mutações neutras e as mudanças pontuais, que significativamente estendeu suas fronteiras. Hoje, a biologia evolutiva também tem incorporado herança de caracteres adquiridos (principalmente epigenética), saltacionismo, mudanças devido a mutações sistêmicas e vários tipos de trocas genéticas. Esses fazem mais do que estender a Síntese Moderna – com tantas mudanças, nós precisamos de uma nova teoria evolutiva, uma com os conhecimentos darwinianos, lamarckianos e os processos saltacionistas.”
Os biólogos Zhengrong Wang e Yongsheng Liu vão ao ponto central da questão: “O trabalho de Lysenko de conversão do trigo de primavera em trigo de inverno pode ser explicado pela herança epigenética transgeracional. Hoje, parece que Lysenko não estava errado em acreditar na herança de caracteres adquiridos.”
União Soviética, Amiga da Ciência
Após o 20º Congresso do Partido Comunista da URSS, Lysenko foi sendo afastado de cargos de direção técnica. Faleceu em novembro de 1976[5].
Na versão dos defensores do capitalismo, Lysenko é tão somente um “pseudocientista a serviço do stalinismo”. A propaganda anticomunista, segura de que não será contestada, tenta comparar a ciência soviética com o negacionismo bolsonarista. Os méritos de Lysenko como organizador da agricultura soviética e como agrônomo prático são completamente ignorados. Seus erros, apresentados sem contexto. Na verdade, é uma versão da história que ignora a própria concretude dos eventos supostamente descritos.
Acredita nisso quem toma parábolas anticomunistas apresentadas em livros e séries de TV como sendo documentos históricos.
A URSS foi um país guiado e amigo da ciência. Sua existência foi um porto seguro e um apoio indispensável para todas as revoluções do século 20. A importância da União Soviética para a causa do socialismo é tão avassaladora que a simples menção a seu nome ou de seus líderes faz surgir uma aliança anticomunista, que vai da direita mais reacionária à esquerda liberal. Nessa aliança, não há pudor em se recorrer a mentiras e meias-verdades para esconder da classe trabalhadora o exemplo da URSS. Para eles, importa apenas vilanizar a experiência soviética, menosprezar suas vitórias e criminalizar seus erros e dificuldades.
A narrativa reacionária sobre Lysenko é – mais uma – tentativa de afastar a classe trabalhadora do socialismo. Felizmente, essa narrativa não resiste ao estudo franco dos fatos históricos.
(Esse artigo é uma homenagem aos 200 anos do nascimento de Friedrich Engels)
Leia Mais:
Resposta à vernalização de cultivares brasileiras de trigo
Cleber Maus Alberto, 2009.
Teoria Sintética e Síntese Estendida: uma discussão epistemológica sobre articulações e afastamentos entre essas teorias
Beatriz Ceschim, Thais Benetti de Oliveira e Ana Maria de Andrade Caldeira, 2016.
Mission to Moscow
Joseph E. Davis, 1943.
Carta a Pietr Lavrovitch Lavrov
Friedrich Engels, 1875.
Introdução à Dialética da Natureza
Friedrich Engels, 1876.
O Papel do Trabalho na Transformação do Macaco em Homem
Friedrich Engels, 1876.
Biologia Evolutiva
Douglas J. Futuyma, 2005.
Soft inheritance: challenging the modern synthesis
Eva Jablonka e Marion J. Lamb, 2008.
Trofim Lysenko: Gênio Ou Charlatão?
Niels Johansen, 2015.
Genetics: Lysenko versus Mendel: Transactions of the Kansas Academy of Science
Charles E. Leone, 1952.
As Repercussões e Reações ao Caso Lysenko no Brasil
Marcelo Lima Loreto, Luisa Medeiros Massarani e Ildeu de Castro Moreira, 2019.
A Biologia Soviética: Informe apresentado numa reunião da Academia Lenin de Ciências Agrícolas da URSS
Trofim Lysenko, 1948.
O Caso Lysenko
Joaquim Marques de Sá, 2019.
Da teoria sintética da evolução à síntese estendida: o papel da plasticidade fenotípica
Cintia Graziela Santos, 2015.
História da eugenia e ensino de genética. História da Ciência e Ensino: construindo interfaces
Izabel Mello Teixeira e Edson Pereira Silva, 2017.
Lysenko and Russian genetics: an alternative view. European Journal of Human Genetics
Zhengrong Wang e Yongsheng Liu, 2017.
Notas
[1]. Na seção de Publicações do site da Embrapa, a busca pelo termo vernalização retorna artigos que analisam essa técnica no cultivo de trigo, alho, cebola, morango e beterraba entre os anos de 1999 e 2019.
[2]. Apesar disso, o próprio Darwin também não negava a possibilidade de transmissão hereditária de caracteres adquiridos. A teoria dos caracteres adquiridos diz que os seres vivos se adaptam ao meio ambiente através do uso ou desuso contínuo de determinados órgãos, que se desenvolvem ou se atrofiam. Essa alteração em sua morfologia seria transmitida hereditariamente.
[3]. August Weismann, biólogo alemão, conhecido por ter enunciado a separação entre as células somáticas (que compõem o corpo) das células germinativas (reprodutivas), o que ficou conhecido como Barreira de Weismann.
[4]. Thomas Morgan, um dos principais cientistas que estudou a hereditariedade a partir da genética mendeliana foi, ele próprio, durante um período de sua vida, membro do movimento eugenista.
[5]. Apesar desse afastamento, Lysenko continuou desempenhando funções políticas. Participou do julgamento de criminosos nazistas e atuou para manutenção do apoio financeiro da URSS à Cuba.
Gostei muito da abordagem desse artigo sobre o Lysenko, um bom contraponto ao que se costuma ensinar por aqui (Brasil). Senti falta de identificação do(s) autor(es) do texto, gostaria de poder trocar ideias. Sou professor aposentado da área de biologia na USP e talvez interesse a recente publicação da tradução do livro de Lewontin e Levins, “Biology under the influence” da Monthly Review Press, agora publicado no Brasil pela editora Expressão Popular sob o título “Dialética na Biologia”.